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sexta-feira, maio 07, 2010

POR UM MINISTÉRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA

Um artigo interessante do professor Jorge Zaverucha publicado na edição desta quinta-feira no jornal Folha de São Paulo que aborda precisamente um dos compromissos do candidato José Serra, que é a criação de um Minstério da Segurança Pública, destinado a tratar exclusivamente dessa área que, ao lado da educação e da saúde é da mais sensíveis e completamente descurada pelo governo de Lula e seus sequazes.

Em outras oportunidades em que já me referi a este assunto sempre indago: alguém já viu um petista defender iniciativas na área da segurança pública? Já viu algum petista condenar a violência que já se espraia por todo o Brasil a ponto de confinar as pessoas em suas casas, principalmente à noite? Ninguém tem mais segurança no Brasil, todos estão à mercê do ataque dos botocudos assassinos abençoados por uma política de direitos humanos que nega esses direitos para os cidadãos de bem e os invoca para os bandoleiros.

O artigo que reproduzo aqui não diz isso, mas eu digo com todas as letras e desafio quem comprove o contrário: sob o governo de Lula e seus sequazes o Brasil se tornou uma território sem lei dominado por monstros assassinos. E isso precisa ser combatido de forma sistemática e vigorosa a partir do Governo Federal.


Estejam certos: o Brasil só se livrará da maldição dos bandoleiros com a vitória de José Serra, que já é líquida e certa no primeiro turno.

O artigo em pauta é importante e levanta uma questão séria que precisa ser enfrentada de forma urgente. Felizmente está entre a primeira providência que José Serra tomará após sua investidura no comando da Nação. Leiam o que diz o professor
Jorge Zaverucha

Segurança pública, saúde e educação são três temas que, em geral, preocupam os brasileiros.

Como explicar a existência de ministérios da Educação e da Saúde, mas não o da segurança pública?

Qual a lógica disso em um país onde se mata em proporções epidêmicas?

Ou que possui algumas regiões em que não está garantido o direito constitucional de ir e vir?

Como os problemas na área da segurança pública avolumam-se e tornam-se cada vez mais complexos e, inclusive, transnacionalizados, já passou da hora da criação de um ministério da segurança pública.

Até porque, nos Estados da Federação, há as secretarias de Justiça e de Segurança Pública, com competências bem diferenciadas.

Ninguém alega que uma secretaria está esvaziando a outra, pelo contrário, elas se complementam.

Por que não replicar esse arranjo institucional em nível federal?

O embrião desse possível futuro ministério nasceu com a criação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em 1997, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

A Senasp foi aperfeiçoada durante o governo Lula, e mais não faz por estar travada institucionalmente. Essa secretaria não tem status de ministério, ao contrário de outras secretarias de Estado, como a da Pesca e Aquicultura, recentemente transformada em ministério.

Com todo o respeito a essa atividade econômica, fica difícil entender o motivo de a segurança pública não ser merecedora do mesmo tratamento institucional dado aos peixes...

Sem status ministerial, a Senasp encontra-se no mesmo nível funcional da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Portanto, ela é uma secretaria que não comanda as polícias da União. Quem o faz é o ministro da Justiça, já atarefado com inúmeras atribuições jurídicas e políticas.

Desconheço algum ministro da Justiça que tenha sido nomeado para essa pasta devido a seus conhecimentos na área de segurança. O fato de a Polícia Federal ser a polícia judiciária da União não justifica sua permanência na pasta da Justiça.

O inquérito policial, por exemplo, é um processo administrativo, e não instrução judiciária, tanto que não admite contraditório entre as partes.

Em suma, segurança pública é área secundária na Justiça. Por isso mesmo, é preciso um ministério que tenha como foco exclusivo a integridade física e patrimonial dos indivíduos

Além dos homicídios, morre-se muito no Brasil em acidentes de transito e em afogamentos. Urgem políticas públicas para sanar tais problemas.

O ministério da segurança pública seria o órgão central capaz de reivindicar, dado seu novo peso político, maiores verbas, com a responsabilidade de gastá-las mais eficientemente. Afora seu papel de controlar, planejar e coordenar as ações tanto das polícias federais como de outros órgãos do governo federal ligados à área.

A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, por exemplo, poderiam atuar de modo muito mais cooperativo. A Força Nacional de Segurança Pública permanece em limbo jurídico. A força é nacional, mas seus integrantes são das polícias estaduais, que, via de regra, padecem de poucos efetivos e ainda emprestam alguns de seu melhores profissionais.

Já a Secretaria Nacional Antidrogas é dirigida por um coronel do Exército e está disfuncionalmente subordinada ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, um general do Exército. Convém evitar, o quanto antes, que a segurança pública torne-se questão de segurança nacional, em nome do fortalecimento da (semi) democracia brasileira.

JORGE ZAVERUCHA , doutor em ciência política pela Universidade de Chicago (EUA), é coordenador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas e da Criminalidade da Universidade Federal de Pernambuco e autor de "FHC, Forças Armadas e Polícia: entre o Autoritarismo e a Democracia", entre outras obras.

4 comentários:

Escatopholes disse...

Mais ministérios, mais despesas, mais funcionários públicos, mais impostos.
Isso seria o resultado do novo ministério!!!

Anônimo disse...

Aluizio.
Olhe isto aqui:site da CNN
http://edition.cnn.com/2010/US/05/07/new.york.ground.zero.mosque/index.html?hpt=C2

Anônimo disse...

Ministério da pesca, da mulher, da integração racial, dos esportes, dos direitos dos bandidos...
Essas aberrações não preocupam esse petralhossauro!
Fogo nelles!
Eduardo.45

Alexandre, The Great disse...

O Ministerio da Segurança Pública, conforme preconiza o excelente artigo, traz para o nível federativo o único item ainda ausente. Desnecessários, dispensáveis e onerosos são os da Pesca (predatória), da Igualdade Racial(unilateral), dos Direitos "dos manos", e por aí vai.