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terça-feira, junho 08, 2010

ARTIGO: Será o Benedito?

Por Nilson Borges Filho (*)

A estratégia é sempre no mesmo tom. Primeiro, negar tudo. Depois transferir a culpa para cima dos adversários, que seriam os únicos a ganhar com a publicização da malfeitoria. Mas se ninguém engolir essa história para boi dormir. Bom, aí a saída é dizer que realmente havia alguma sujeira sendo articulada contra o adversário, mas que a ideia partiu de alguém ligado, informalmente, à campanha da ex-ministra. Deve-se repetir a exaustão: a direção do partido e a cúpula da campanha da candidata não sabiam, absolutamente nada, do que estava ocorrendo nos porões da mansão brasiliense.

É exatamente isso que pretenderam passar para a imprensa, repetidamente, como se fosse a maior das verdades. Não deu certo, mesmo porque esse tipo de argumento já foi utilizado outras vezes e está mais do que manjado.

Ninguém mais acredita nessa conversa para boi dormir. Agora mesmo, os principais jornais das principais cidades brasileiras estão noticiando que o suposto dossiê contra José Serra e familiares – que estava sendo articulado por gente ligada à campanha da candidata Dilma Rousseff – era do conhecimento da cúpula petista desde final de 2009. Não dá mais para negar. Como a bandidagem pretendia também investigar grupos do próprio PT, para usar num confronto direto entre forças disputando espaço na campanha presidencial de Dilma Roussff, o material vazou para um blogueiro bem informado de Brasília.

Antes que algum beócio histórico ou algum debiloide de momento – como os há – coloque o vazamento do suposto dossiê na conta da “imprensa golpista”, faz-se necessário registrar que mesmo publicações próximas ao governo federal estão pautando a matéria como fato concreto.

Gente do pior tipo está envolvida na ação clandestina e vigarista de baixar a disputa eleitoral ao nível da sarjeta: jornalista desempregado, araponga aposentado que costuma oferecer serviço sujo, assessores de comunicação social com desvio de caráter e empresário espertalhão buscando mais alguns contratos fajutos e sem licitação junto ao governo.

De início, o dossiê levantava somente informações sobre o candidato José Serra e sua filha Verônica Serra. Mais tarde, face a disputa interna no comitê de campanha de Dilma Rousseff, as informações atingiriam pessoas ligadas a um outro grupo petista. Os formuladores de dossiê pretendiam que as informações contra José Serra fossem utilizadas pelo pré-candidato Aécio Neves, que disputava a indicação como candidato dos tucanos à presidência. Vejam até onde chega a falta de pudor político: o dossiê seria montado por gente simpática à candidatura petista, mas a utilização das informações seria de autoria de gente do próprio PSDB, mas que – em última análise – viria a favorecer a ex-ministra Dilma Rousseff. Gênios? Não, estúpidos.

O dossiê foi batizado – entre o pessoal ligado à coordenação de campanha da candidata – de “arma secreta”, que seria tornado público no momento eleitoral mais nervoso. Além disso, estaria sendo preparado um livro-dossiê com acusações contra o candidato José Serra, supostamente de autoria do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Não é surpresa, mesmo para as pessoas comuns , que toda essa malandragem envolveria custos que, segundo o “nosso” Delúbio, não podem ser contabilizados. Alguém tinha que arcar com as despesas. E, de preferência, alguém próximo ao comitê de campanha e atento às rubricas orçamentárias de órgãos governamentais.

Chama atenção dos jornalistas que cobrem o comitê de campanha de Dilma Rousseff a desenvoltura do empresário Benedito Ribeiro de Oliveira Neto, no entorno de petistas de alto coturno. Desde 2004, as empresas de Benê – como gosta de ser chamado – faturaram 214,4 milhões de reais em contratos com o governo federal. No campo das suposições, diz-se que as despesas produzidas pelo comitê de campanha da candidata petista são pagas por Benê. Não se sabe se é como tesoureiro ou como provedor.

(*) Nilson Borges Filho é Doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Por tudo o que vi até agora em relação a pesquisas de intenção de voto, parece-me que Serra está na frente, com uma boa margem de votos.

Suponho, então, que as pesquisas sejam fraudulentas. Isto, ao lado da campanha antecipada há mais de dois anos pela dupla "Zé Trovão e Ana Raia", do extremo abuso do poder político e econõmico, do terrorismo eleitoral, dos dossiês e de uma eventual mão peluda metida nas urnas, me leva a crer que Serra encontrará imensa dificuldade para vencer. Se vencer, dificilmente leva.

Ou seja, estamos diante da mesma farsa ocorrida em 2002, em que foram feitos pagamentos de campanha no exterior, em moeda estrangeira de origem obscura, e em que houve sérios indícios de aporte de dinheiro oriundo das Farc e de pelo menos um governo estrangeiro; e da farsa ocorrida em 2006, em que houve, também, campanha eleitoral antecipada, abuso do poder político e econõmico, terrorismo eleitoral e tentativas de divulgar dossiês contra adversários.

Em tempo: por que o "Zé Trovão" não testa publicamente a sua SUPOSTA popularidade (em parte comprada, em parte infladíssima pelas pesquisas), longe dos palanques e de platéias amestradas?

Anônimo disse...

Alô Aluizio
só para lembrar a turma do paredão que vai fazer um ano da morte de NEDA,a iraniana assassinada pela turma do ditador iraniano.

http://www.youtube.com/watch?v=wXN_yCSbUYk&feature=player_embedded

abraços