Por Nilson Borges Filho (*)
Não seria bem um programa de governo, mas algumas diretrizes que apontam as intenções do candidato a presidente, caso se eleja em outubro próximo ou num provável segundo turno. A tal primeira versão do suposto programa oficial da candidata Dilma Rousseff, registrado na justiça eleitoral, retoma a tese autoritária do controle da mídia, a taxação de grandes fortunas e a descriminalização das invasões ilegais de propriedades públicas e privadas.
Na verdade, é mais uma manobra da ala à esquerda do PT em promover a censura dos meios de comunicação, a exemplo do que foi feito na Venezuela pelo protoditador Hugo Chávez. A justificativa que embala essa medida fascistoide remete para aquilo que os comissários petistas entendem como “desvios éticos de jornalistas”.
Curiosamente, os mesmos que advogam essas ideias, que julgam estarem em consonância com a “democratização” dos meios de comunicação, são aqueles tais que silenciaram sobre o mensalão de Marcos Valério e do “nosso” Delúbio, que engordou algumas contas bancárias de políticos da base aliada, sob a farsa de empréstimos bancários fajutos. O “silêncio ético” deu-se, também, quando um grupo de aloprados foi apanhado com uma mala de dinheiro – de origem duvidosa – destinada a compra de um dossiê que atingiria a candidatura de José Serra ao governo paulista.
Outra aberração que consta do documento que Dilma Rousseff registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), refere-se a “legalização” das invasões de propriedades rurais. Se isso não bastasse, os rábulas de ocasião pretendiam afastar o poder judiciário – na figura do magistrado - da solução dos litígios envolvendo proprietários rurais e invasores de terra. Ocorre que o principal partido do consórcio montado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estrilou e colocou em ação a sua tropa de choque que, como se sabe, seria o maior prejudicado nas eleições.
Ora, muito mais do que votos que o PMDB possa transferir para a candidata petista, o que está em jogo são os minutos a mais na propaganda eleitoral de Dilma Rousseff. A disputa entre os dois principais protagonistas à cadeira presidencial encontra-se, segundo as últimas pesquisas de opinião, em empate técnico.
Presume-se, mantidas as atuais condições políticas, que o embate entre Serra e Dilma será disputadíssimo. Os números indicam que Serra tem pouco espaço para crescer no campo das esquerdas, mas pode abocanhar a maioria dos indecisos e minar aqueles que estão se desencantando com a candidata petista.
Está causando extremo mal-estar, entre os seus supostos eleitores do espectro ideológico de centro-esquerda, a subserviência de Dilma em relação ao radicalismo de uma ala de seu partido.
Além disso, não são poucas as pessoas que estão virando a cara para as constantes mentiras da candidata de Lula. Primeiro mentiu sobre o dossiê contra dona Ruth Cardoso, depois mentiu ao afirmar que havia concluído mestrado e doutorado, em seguida mentiu sobre o encontro com a Secretária da Receita Federal e agora mente, vergonhosamente, que registrou o programa de governo no TSE por engano.
Dilma é mitômana. Consta, ainda, que a transferência de votos de Lula para Dilma não está avançando. Ao contrário, diminui a presença da boa avaliação do presidente nas intenções de votos da sua candidata.
O país está dividido eleitoralmente, ou seja, no norte e nordeste Dilma está na frente (antigamente os petistas chamavam essa região de grotões do regime militar), sendo que no sul e sudeste José Serra toma a dianteira.
O candidato oposicionista tem que trazer Dilma Rousseff para o debate. Esse é o maior medo da coordenação de campanha de Dilma, ou seja, o enfrentamento direto com Serra, mais qualificado intelectualemente e com mais experiência política e administrativa.
(*) Nilson Borges Filho é doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog.
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quinta-feira, julho 08, 2010
ARTIGO: Debater é preciso.
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Postado por
Aluizio Amorim
às
7/08/2010 04:48:00 PM
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