ARTIGO: A farsa

Por Nilson Borges Filho (*) 

É nítido o desepero da coordenação de campanha do candidato Hélio Costa, que a cada pesquisa perde pontos para o atual governador Antônio Augusto Anastasia.  Pela sistemática agressão que a militância do consórcio PMDB/PT vem dirigindo ao candidato tucano, demonstra, claramente, que o pleito em Minas já está decidido em primeiro turno.

Nem mesmo as regras mais elementares da boa educação e do convívio civilizado que deve haver entre adversários políticos, fazem parte da agenda eleitoral da vassalagem a serviço do candidato Hélio Costa. A farsa montada pela militância paga – com dinheiro de origem desconhecida – destina-se a criar situações, aparentemente reais, onde o objetivo específico é o de atingir a pessoa do candidato melhor situado nas pesquisas de opinião.

A idéia, sórdida para dizer o mínimo, que já se encontra em prática, é formada por grupos de atores amadores (muito bem pagos, por sinal) que simulam discussões em voz alta em ônibus, metrôs ou em qualquer local onde pessoas se aglomeram, para atacar, com baixarias, a figura do professor Antônio Anastasia. Descendo ao nível do esgoto, partidários do candidato Hélio Costa e seus comparsas, se utilizam da malandragem malfeita para desqualificar um adversário cujo único mal (para os adversários, claro) é o de estar praticamente reeleito governador dos mineiros.

Ocorre que o truque adotado por essa gente está ingressando naquele espectro do efeito perverso, ou seja, o objetivo que atinge é diametralmente oposto ao que gostariam que fosse atingido. Inacreditável, que um ex-senador da República e ex-ministro de Estado possa estimular a prática de atos indignos contra um adversário político, reconhecidamente um homem elegante no trato com as pessoas, mesmo com aqueles que o vejam como inimigo.

O ataque contra a pessoa de Anastasia é primitivo e beira a fronteira da cafajestada, que mancha a política, em particular e o povo mineiro, no geral. Lamentável, que políticos ainda se sirvam de expedientes baixos, adotando a tática do vale tudo, para obter os votos dos eleitores menos informados. Incrível, a capacidade dos marqueteiros em gerar situações grotescas, fora do decoro que deve existir em uma disputa eleitoral, promovendo gratuitamente uma empulhação para gerar desconfiança no eleitor.

Por mais que neguem, existe uma liturgia mínima na luta política, que passa ao largo de embustes fabricados nos estertores de um valhacouto de ressentidos políticos. A política admite muita coisa – muitas vezes, as piores possíveis – mas a política no sentido pedagógico não se alimenta de posturas condenáveis, tampouco de espertezas que venham a denegrir a imagem de quem quer que seja. O profesor Anastasia é uma pessoa decente, um bom gestor público e está se consolidando como uma das principais lideranças do Estado de Minas. 

(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito. Foi professor da UFSC e da UFMG. Dirigiu a Faculdade de Direito da UFSC e atuou como Juiz do TRE de Santa Catarina. É articulista colborador deste blog.