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terça-feira, novembro 30, 2010

RIO: IMPASSE NAS NEGOCIAÇÕES ENTRE POLICIAIS E BANDIDOS QUE TENTAVAM ATUALIZAR TABELAS DE PROPINA PODE TER GERADO ONDA DE VIOLÊNCIA

O antropólogo e ex-policial Luiz Eduardo Soares, foi o entrevistado do programa Roda Viva que foi ao ar nesta segunda-feira a respeito dos episódios que vêm ocorrendo no Rio de Janeiro e que deixam o amargo sabor de derrota da lei e da ordem, ainda que um fantástico esquema midiático tente assegurar que tudo começou a mudar no Rio de Janeiro de Cabral, Lula e Dilma. Não vi o programa. Louvo-me no resumo apresentado pelo jornalista Augusto Nunes em sua coluna no portal da revista Veja que transcrevo na íntegra após este prólogo.

As colocações do entrevistado são todas relevantes. Mas na conclusão do texto Augusto Nunes faz uma revelação intrigante mas que pode explicar porquê os cerca de 600 bandidos que a polícia disse existir na favela do Alemão evaporaram.

Luiz Eduardo Soares afirma que os atos terroristas desencadeados pelo narco-traficantes não foram uma resposta à implantação das festejadas UPPs e que as investigações em curso que correm em segredo de justiça farão emergir, ao final, a verdade. Augusto Nunes, no entanto, revelou que uma das versões investigadas atribui a onda de violência a um impasse nas negociações entre policiais e bandidos que tentavam atualizar a tabela de propinas. Leiam:

A retumbante cobertura jornalística e a visão triunfalista da ocupação de morros do  Rio escondem distorções gravíssimas e crônicas do esquema de segurança pública, adverte no Roda Viva desta segunda-feira o antropólogo Luiz Eduardo Soares. No programa que a TV Cultura de São Paulo transmitiu a partir das 10h da noite, o entrevistado lembra que a necessidade de envolvimento das Forças Armadas, embora necessária e positiva, comprova o fracasso da política de combate à violência. E afirma que não faz sentido deduzir que, desde o fim de semana, o Estado Democrático de Direito recuperou o controle sobre as zonas conflagradas.

Por enquanto, reitera Luiz Eduardo, nada mudou nas favelas amputadas do mapa da União. E nada mudará de essencial se não forem removidos velhos tumores. “O principal problema continua sendo a corrupção endêmica que afeta a polícia há muitos anos”, diz o entrevistado, que foi coordenador da área de segurança do governo Anthony Garotinho em 1999 e 2000, secretário nacional de Segurança Pública em 2003 e é um dos autores dos livros Elite da Tropa e Elite da Tropa 2, origem dos filmes que fizeram do Capitão Nascimento um herói brasileiro.

Como nos livros, que misturam alguma ficção e muitos fatos reais, o contingente de policiais honestos é de bom tamanho. Mas a “banda podre” predomina. Sobretudo por isso, acha perigosamente equivocado supor que se consumou a vitória do Bem contra o Mal e imaginar que tudo está resolvido. Embora sem a mesma magnitude, ressalva, operações semelhantes já ocorreram nos morros cariocas, com efeitos invariavelmente efêmeros.

“Espero que desta vez seja diferente”, diz, traindo na voz e na fisionomia o pessimismo de quem combate a “banda podre” desde a virada do século. “De lá para cá, a situação piorou”, constata. Para Luiz Eduardo, o fenômeno mais alarmante é a multiplicação das “milícias”, grupos criminosos formados por policiais. “As milícias são mais eficientes e perigosas que as quadrilhas do narcotráfico”, compara.

Segundo o especialista, não existe uma política nacional de segurança pública. “Tentamos fazer isso em 2003, mas o núcleo duro do Planalto convenceu o presidente Lula de que, se assumisse a administração desse setor, teria problemas com os índices de popularidade”. Das várias ideias que apresentou, uma das poucas encampadas pelo governo foi a Força Nacional de Segurança Pública. Que acabou deformada por interesses políticos e virou um exército fantasma.

Luiz Eduardo descarta a hipótese de que os ataques do narcotráfico ocorreram em resposta à implantação das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs. Ele se limita a informar que a verdade surgirá ao fim de investigações que correm em segredo de Justiça. Uma fonte da coluna revelou que uma das versões investigadas atribui a onda de violência a um impasse nas negociações entre policiais e bandidos que tentavam atualizar a tabela de propinas.

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2 comentários:

swedenborg disse...

Esse Luiz Eduardo é mais um comuna infiltrado no aparelho de estado e na mídia. O pernóstico se irritou com o primeiro Tropa de Elite que retratava fielmente o conluio entre traficantes de drogas, "agentes sociais" dos morros, consumidores "descolados" da zona sul carioca e finalmente , o que Olavo de Carvalho genialmente chamou de "Bandidos letrados", das universidades e sua justificativa "social " para o crime. Tanto que neste segundo Tropa de Elite a coisa praticamente se foca só na corrupção política e da corporação e ainda aparece o "cientista social" como personagem do bem, voltando com aquele lenga-lenga da pobreza como causa mor do crime. O próprio discurso de Soares trai sua maior preocupação, que pode ser lida nas entrelinhas, que seria a seguinte:O crime "do bem"- pois relacionado com a esquerda(movimentos sociais, movimentos das "comunidades", movimentos afro e o escambau), leia-se narcotraficantes, ao serem desalojados pelas forças de segurança, seriam substituidos pelo crime "do mal", de direita- as milícias- relacionadas com policiais e ex-policiais. Então , para o bem do pensamento politicamente correto, que os morros e a popula~ção continuem reféns dos criminosos "do bem". Essa é a tese do sociólogo Soares e que já começa a ser distribuida pelos mérdia.

El Príncipe Da Treta disse...

É muita hipocrisia nessa situação, pois o governo lula apoia a guerrilha narcoterrorista das farc, e as drogas que circulam no continente vem das mãos das farc, logo as que circulam no rio e em todo o brasil tbm.
Não adianta por militares polícias nos morros, e não mudar as leis não por vigilancia nas fronteiras, alias esta foi a desculpa de lula pra dar poder de polícia ao exercito, e as fronteiras continuam sem vigilância nenhuma, lula acha que engana.
Tudo vai continuar igual, pois eles não fizeram o principal mudar as leis e por vigilância séria e eficiente nas fronteiras e outra coisa. Este governo é ativo apoiador do tráfico seja no rio seja em brasilia.