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terça-feira, janeiro 18, 2011

JÁ SURGEM APELOS PARA QUE FORÇAS ARMADAS TOMEM CONTA DAS AÇÕES DE SOCORRO AOS MILHARES DE FLAGELADOS NA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO

No blog do Reinaldo Azevedo há o relato de um leitor que resume o que está acontecendo Região Serrana do Rio de Janeiro, brutalmente atingida pela catástrofe que já matou quase 700 pessoa. Enquanto o governo do PT promete prevenção contra catástrofes para daqui a quatro anos, embora já esteja há quase nove anos no poder, os flagelados vivem seu segundo momento de horror e desamparo em meio a uma zorra total. Já começam a surgir apelos para que as Forças Armadas tomem conta da situação. Leiam o que informa o blog do Reinaldo Azevedo:
"Recebo o e-mail de um conhecido economista que tem casa no Vale do Cuiabá, em Petrópolis. Ele revela como anda a assistência aos desabrigados na região serrana do Rio. A casa dele não foi atingida pela catástrofe. Ele procura ajudar como pode. O relato impressiona.
*
Dá para escrever uma peça teatral de tragicomédia com o que vivi nos últimos dias e horas.
Não há comando. Hoje cedo, o padre da igreja me liga fazendo um apelo para tentar conversar com a secretaria de saúde, que passou ontem lá para vacinar o povo. A primeira visita desde que aconteceu a tragédia. Ficaram apenas 40 minutos e em uma única igreja - as quatro têm desabrigados. Era meio da tarde, e vacinaram poucos. Fosse à noite ou na hora do almoço, pegava o pessoal que dorme na igreja. No meio da tarde, as pessoas estão tentando resgatar algo de seu, procurando parentes etc.
Prometeram voltar hoje. Aí os líderes locais pediram para definir uma hora aproximada, que espalhariam a notícia na região, avisando a população local. Sabe qual foi a resposta? “Manda todo mundo ficar dentro da igreja o dia todo, não sair em hipótese alguma, porque, em algum momento do dia, nós passamos”. Não é para prender o imbecil que fala uma coisa dessas?
Como havia saques na região, que só tem uma entrada e uma saída, a PM fechou com pelotão de choque. Eu contei quatro carros n o sábado, às 12h, onde precisava de apenas um. Às 22h, sabe quantos tinha? Zero. Foram embora todos e voltaram no domingo, às 8h da manhã. Como se vê, saque é proibido só em horário comercial, como a vacinação - e na hora que o médico decidir aparecer.
A resposta econômica não fica atrás. Vão dar cheque do aluguel social onde não tem casa para alugar - só sobraram a minha e outras mansões - aliás, a maioria repleta de desabrigados amigos dos caseiros; eu tinha até grávida na minha casa. O governo do estado deu isenção de IPVA em Petrópolis - só que, no bairro, ninguém mais tem carro. Adiaram pagamento de contas de luz e de água - só que os atingidos não têm mais casa. Sabe quem foi beneficiado? Eu. Minhas casa está intacta, e certamente não sou pobre e nem desabrigado.
É um absurdo o que está acontecendo.
Tenho inúmeras outras histórias para contar em poucos dias. Para resumir, acho que as Forças Armadas deveriam assumir o comando, mandar e desmandar, hierarquia, ordem etc. Aliás, quem está pedindo isso são os próprios desabrigados."

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3 comentários:

Wagner disse...

Nada mais atual a carta de Muniz Barreto: A PROFISSÃO MILITAR
"Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida.

Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza de suas ações é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar. Quando eles passam juntos, fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por militares...

Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que comem; como se os cobres do pré pudessem pagar a liberdade e a vida. Publicistas de vista curta acham-nos caros demais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão.

Eles, porém, calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço de sua sujeição, eles compram a liberdade para todos e os defendem da invasão estranha e do jugo das paixões. Se a força das coisas os impede agora de fazer em rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem.

Porque, por definição, o homem da guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha, à sua esquerda vai coragem, e à sua direita a disciplina". (MUNIZ BARRETO - Carta a El-Rei de Portugal, 1893).

Anônimo disse...

PT no comando é isso aí mesmo, Aluízio. Como mostra a gravura do sponholz, o dinheiro vem, mas vai sendo roubado até chegar na região das catástrofes.

Alexandre, The Great disse...

O economista foi "econômico" na abrangência. As FFAA deveriam assumir o Comando em Brasília, isso sim.