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sábado, janeiro 21, 2012

AFRICANIDADES E A ÉTICA DO TRABALHO

Igreja Evangélica Luterana de Rio do Sul (SC) - foto de Xico Stocker
Há uns quatro anos escrevi este texto intitulado Africanidades e a ética do trabalho. Faço novamente a postagem integral por acreditar que responde a muitas indagações que procuram respostas plausíveis que expliquem o atraso brasileiro. Sim, porque queiram ou não os arautos de um suposto desenvolvimento do Brasil nos últimos anos, o certo é que continua sendo um dos países mais atrasados do planeta . Lá se vão mais de 500 anos da data que assinala a descoberta do Brasil, mas os problemas se repetem num círculo vicioso e refratário às mudanças que poderiam melhorar muito a vida da Nação.

A matriz teórica que utilizo neste texto procede a sociologia weberiana que não é estudada no Brasil. Quando se referem a Max Weber é para destratá-lo, o que significa desprezar o mais importante intelectual do século XX e o único sociólogo que se preocupou em conferir cientificidade às ciências sociais. Em outras palavras, Weber recusou-se a embarcar no delírio dos trapaceiros da sociologia . 

Tirante a obra de Weber o resto das teorias sociológicas, principalmente a marxista, constitui puro lixo. Por isso, nas universidades brasileiras os marxistas se encarregam de promover a lavagem cerebral dos jovens levando-os a alimentar o ressentimento à livre iniciativa, a cultivar a idiotia da luta de classes e a louvar primitivos aborígenes.
Não imprimi viés acadêmico a este texto. Trata-se de um escrito de formato jornalístico, embora pudesse fazê-lo a gosto da academia. Aliás, isto já fiz no meu livro Elementos de Sociologia do Direito em Max Weber, obra que não pretende ser nenhuma jóia rara mas oferece, pelo menos, uma honesta e sintética noção da vasta obra desse singular filósofo alemão.
A idéia de escrever esse mini ensaio surgiu pelo fato de que, com o advento da chegada do PT ao poder, certas idioticies, como ensinar cultura africana nas escolas ou, ainda, a instituição de políticas afirmativas com suas cotas raciais, passaram a ser o mote da administração federal. Quanto a isso, cabe ressaltar que no Brasil vigora uma miscigenação que começou quando os portugueses escravocratas emergiam nas madrugadas das casas grandes com seus camisolões e de lamparina nas mãos em busca de sexo com suas escravas nas senzalas. 
Este talvez tenha sido o melhor legado dos portugueses que, com esse ato espúrio, acabaram extirpando maldição do racismo, fato que não aconteceu por exemplo nos Estados Unidos, onde as políticas afirmativas se tornaram uma providência obrigatória.
Vale a pena enfrentar o texto que segue, meio longo para um blog. Todavia poderá servir para que seja construído um produtivo debate. E os comentários estão democraticamente abertos, seja para concordar com as minhas assertivas como para criticá-las, corrigí-las ou ainda acrescentar algo mais. Eis o texto:

Nasci e me criei em Rio do Sul, cidade localizada no Alto Vale do Itajaí, quase no centro do Estado de Santa Catarina, no começo da subida da serra. Essa cidade é marcada fortemente pela influência da cultura germânica, em função de sua colonização por imigrantes alemães, além de italianos.

Entretanto foram os alemães que dominaram culturalmente o Vale do Itajaí. A primeira coisa que esses pioneiros fizeram ao desbravar a exuberante Mata Atlântica que cobre a região, foi construir uma igreja protestante, uma escola e uma maternidade.

A maioria desses alemães professava o credo luterano. E, quando era garoto, já admirava a igrejinha protestante que ficava próxima à minha casa.

Estudei o antigo curso primário na Escola Ruy Barbosa, pertencente à comunidade luterana local e que se originou da antiga deutsche-schule (escola alemã) criada pelos pioneiros.

Recentemente fui a um casamento realizado nessa igreja Luterana em Rio do Sul. E fiquei observando a beleza da igrejinha iluminada e circundada por um bem cuidado jardim.


Só não sei se ainda existe ao lado uma enorme "bagueira", que atraía muitos pássaros. Certa vez, num dia de maio resplandecente e frio, um bando de tucanos invadiu a bagueira. Era no início da tarde.

Em poucos minutos vários caçadores com as suas espingardas rumaram para o morro da igreja. Várias aves foram abatidas naquele dia para de noite transformarem-se em suculentos ensopados. Tudo muito natural naquele tempo. Hoje não admito sequer um pássaro na gaiola. Gosto de apreciá-los livres e contentes.

A vetusta igreja de confissão luterana que está na ilustração acima me lembra o famoso ensaio de Max Weber, A ética protestante e o espírito do capitalismo.


AS RAÍZES DA ÉTICA DO TRABALHO
Embora tenha sido educado no credo católico, mas ateu desde tenra infância, certa vez fiquei à porta dessa igreja que estava aberta. Constatei a ausência de genuflexório e também de confessionário. Aquilo me deixou intrigado.
Só muito mais tarde ao ter contato com os escritos weberianos, particularmente sua sociologia da religião, é que compreendi as razões da ausência daqueles equipamentos e de estátuas de santos, comuns nos templos católicos.

Para os evangélicos não existem santos. Venerá-los representa o pecado da idolatria. Além do que o dogma protestante difere fundamentalmente do católico no que respeita à salvação da alma. É por isto que o crente luterano e calvinista vive sempre a angústia da salvação.
Lutero e Calvino, os reformadores que enfrentaram o poder do Papa, não davam moleza.


Advertiam nas suas pregações que ninguém poderá conhecer os insondáveis desígnios de Deus. Aos humanos não é dada condição de saber quem se salvará.

O crente calvinista-luterano terá então que levar uma vida marcada por hábitos espartanos e, ao mesmo tempo, negar os prazeres mundanos e a prodigalidade se quiser salvar a sua alma.
Se pecar não há, como no catolicismo, o sacramento da confissão, rito que purga o católico pecador. Também não adianta rogar de joelhos (daí a ausência de genuflexório).

Por isso, a maioria dos católicos sai do confessionário, comunga rapidamente e, dali a pouco, está praticando aquilo que os dez mandamentos proíbem. Nesse caso, o crente católico retorna ao confessionário e segue toda a sua vida nesse círculo vicioso: peca-limpa-peca...sucessivamente. E, ao final da vida, no leito de morte, um padre administrará a extrema-unção, garantindo ao moribundo um passaporte sem escala no inferno.

No protestantismo essa possibilidade não existe. Se o crente protestante comete uma falta, estará com o passaporte da salvação cassado.


Não há nenhum tipo de purgação terrena capaz de livrá-lo do inferno. Terá que se haver um dia com o rigor implacável dos céus.

Sobra então, como ocupação na vida terrena, o trabalho e a retidão pautados por rigoroso ascetismo. Esse, pelo menos é, ligeiramente, o ensinamento da doutrina protestante de Lutero e Calvino.

Por certo não são todos os crentes que seguirão ao pé da letra o rigor exigido. Mas essas noções com relação à salvação têm um peso avassalador na construção da ação e relação social e na visão de mundo de uma determinada cultura.

Daí, que para Weber, ao contrário de Marx, as superestruturas, onde repousam as crenças e as ideologias, jogam um papel fundamental no que tange à ação social e seu decurso.

PROTESTATISMO E CAPITALISMO
Não é à toa que um dos grandes ideólogos do capitalismo norte-americano Benjamim Franklin, advertia: se o teu credor passar pela frente da tua oficina e ouvir o tilintar da bigorna e o ronco da forja, o bolso dele ficará aberto para ti. Mas, se pelo contrário, passar pela frente de uma taberna e te ver bebendo, seus bolsos se fecharão para sempre. Franklin dizia mais ou menos isso, que Weber reproduz em “A ética protestante o espírito do capitalismo”.

Essa noção do trabalho como atividade fundamental capaz de pavimentar o caminho para a salvação, em determinado momento da história contribuiu para a emergência do capitalismo. Trabalho + poupança + investimento + trabalho...e assim por diante.


A ação que poderá garantir o céu é a mesma que impulsiona o capitalismo. Trata-se do famoso conceito de afinidade eletiva entre capitalismo e protestantismo.

Grosso modo, esta é a tese central weberiana. O ensaio de Weber com relação à ética protestante é de um vigor e atualidade extraordinários.

Os estudos que realizei sobre parte da obra de Weber fizeram-me compreender, então, as razões das diferenças marcantes que existem nas áreas colonizadas por luteranos e calvinistas daquelas de pura influência católica.
Falo nisso no meu livro Nazismo em Santa Catarina, que publiquei no ano 2000 e que está com a sua edição esgotada. Reporto-me a este fato quando nesse livro faço um exercício memorialístico daquilo que constatara no cotidiano da minha infância.
O Vale do Itajaí é uma dessas regiões que foram visivelmente influenciadas pela ética do trabalho, a qual se vincula ao dogma protestante que orienta a ação daqueles que adotam esse credo. A maioria dos alemães que colonizou a região do Vale professa o credo protestante.

E isto teve uma importância fundamental para o desenvolvimento econômico desse pedacinho do Brasil. Lutero era alemão. Calvino, suíço. Alemanha e Suíça são tipificadas como Nações que privilegiam a organização e, sobretudo, a seriedade respeitantes ao trabalho.
 
O SENTIDO DO TRABALHO
Para os germânicos é o trabalho que confere sentido à vida. Para os protestantes germânicos, muito mais. Eis aí a diferença. E foi por isso mesmo que na fase posterior ao descobrimento das Américas verificou-se uma onda de pirataria que consistia na aventura nos mares à caça de tesouros e pilhagem. Nessas histórias e lendas não se vê falar, por exemplo, de pirataria alemã.

Essa atividade aventureira em busca do lucro fácil sem trabalho é uma ação típica dos povos ibéricos, como portugueses e espanhóis. No seu clássico Raízes do Brasil, o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda alude a esse aspecto que teria influenciado enormemente a formação cultural brasileira.

Franceses e ingleses também estão relacionados à cultura baseada em menos trabalho e mais esperteza e oportunismo. Até hoje o principal jornal de finanças que orienta o mercado internacional continua sendo o respeitado Financial Times editado na Inglaterra.


O inglês prefere, como forma de ganhar a vida, o asséptico ambiente de um banco a ter que meter a mão na massa. O nobre inglês, trajando um indefectível safári com direito a capacete e outros adereços, ou metido num legítimo traje de linho impolutamente branco, contrastando com o gentio em andrajos das colônias, corresponde ao fato de que o trabalho é encarado por ele negativamente. É algo sujo.

Esta é a característica dessas culturas e que contrasta com os valores cultivados pelos alemães.

CUSCUS, ACARAJÉ E CIÊNCIA
Há uns quatro anos, quando escrevi este texto, os jornais divulgaram uma matéria sobre um curso especial que a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC).

O curso, que é destinado a professores, denomina-se “Educação - Africanidades – Brasil”, do Programa de Educação Continuada em Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Trata-se, evidentemente, de mais uma dessas iniciativas do governo petista que segue a cartilha do politicamente correto. Alegam para isso o fato de que existem muitos descendentes de africanos no Brasil e que, portanto, ao lado das cotas raciais nas universidades, essa disciplina terá que ser introduzida nas escolas.

Aí fico imaginando. Já pensaram se as africanidades tivessem prevalecido no Brasil?


Estaríamos hoje vivendo como no tempo do boi e do arado. Duvido que os negros brasileiros desejam retornar para a África. Como duvido que os Estados Unidos, que têm um apreciável contingente da raça negra, tentem fazer com que seus cidadãos aprendam africanidades.

Com todo o respeito que tenho pelas nações africanas e pelos seus descendentes, aquelas culturas não combinam com desenvolvimento. Poderemos ter sofrido algumas influências africanas, como o consumo da farinha de mandioca, do cuscus, do acarajé, além da prática, por algumas pessoas, dos rituais de candomblé. Nada contra.

Nada contra, também, àquelas pessoas que cultuam essas tradições trazidas pelos negros nos tempos do Brasil colônia. E isto já consta dos textos de história do Brasil e da sociologia que não são lidos e nem ensinados.


A maioria dos professores dessas disciplinas nunca leu Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire; Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda; os Donos do Poder, de Raimundo Faoro, e vai por aí. Há inclusive um ótimo documentário com base em Raízes do Brasil, parece-me dirigido por Nelson Pereira dos Santos.

Entretanto, precisamos urgentemente é fomentar o aprendizado das ciências e a inovação tecnológica.


Precisamos queimar etapas. As universidades devem ter como disciplina obrigatória a Filosofia da Ciência. A maioria dos egressos das nossas universidades não tem idéia nenhuma sobre teoria do conhecimento. Nunca ouviu falar nisso.

Precisamos estimular os jovens a estudar, a pesquisar, a pensar, a aprender inglês e alemão para ter acesso ao que de mais avançado se realiza no campo da ciência, do desenvolvimento e da inovação tecnológica.

E, seguramente, não será com “africanidades” e cotas raciais que derrotaremos o atraso que coloca o Brasil hoje na rabeira do ranking de crescimento dos países emergentes.

Cada vez que viajo ao Vale do Itajaí vou apreciando aquela paisagem típica, as construções germânicas que atestam o trabalho dos colonos pioneiros; as casas rodeadas de lavouras a espremer a BR-470; o linguajar macarrônico dos colonos remanescentes; as fábricas e fabriquetas, enfim, essa saudável tendência capitalística que emerge da ética do trabalho.

E quando piso na minha terra a primeira coisa que faço é visualizar a antiga igrejinha protestante com aquele estilo bonito, simples e despojado. Para mim, ainda que não professe qualquer tipo de religião, a Igreja luterana de Rio do Sul e todo o seu entorno são a expressão material da ética protestante e o espírito do capitalismo.

Deixemos, pois, as africanidades para os africanos colocando de forma urgente na agenda dos brasileiros mais ciência e menos delírios politicamente corretos.


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12 comentários:

Harlock disse...

Salve.
O "consumo da farinha de mandioca, do cuscus, do acarajé" não deve ser posto na conta de contribuíção africana na formação cultural do povim brasileiro, mesmo porque a "farinha-de-pau" é indígena e o cuzcuz mourisco...
Mas até que vossa mercê chegou perto, que bem considerando o curricúlo das africanidades se resume a dois temas : Batuque&Macumba.

Anônimo disse...

Parabéns pela coragem! Nada a acrescentar! Cagliostro

Walfredo Rodriguez Neto disse...

Meu prezado Aluízo Amorim,
Sou um admirador cotidiano do seu blog, de tudo que você escreve e concordo com a maioria das suas idéias, principalmente as que dizem respeito à política nacional.
Todavia, a título de colaboração, gostaria de expor algumas considerações sobre o texto do seu artigo de hoje, intitulado “AFRICANIDADES E A ÉTICA DO TRABALHO”.
O intuito é evidente: não quero polemizar, mas tentar expor o que considero verdadeiro.
Vou mandar por partes porque o blog não aceita tudo de uma vez.
Você diz: Para os evangélicos não existem santos. Venerá-los representa o pecado da idolatria. Além do que o dogma protestante difere fundamentalmente do católico no que respeita à salvação da alma. É por isto que o crente luterano e calvinista vive sempre a angústia da salvação.

É verdade que a veneração de santos, de imagens, de qualquer pessoa, de mortos, da própria Maria, representam para os evangélicos - não gosto da rotulagem que dão aos que seguem o Evangelho de Jesus, prefiro assumir-me como discípulo de Jesus, a denominação está povoada de muitos hereges e falsos profetas -, o pecado da idolatria.

Walfredo Rodriguez Neto disse...

Porém, o dogma relativo à salvação é o mesmo, pouco importa se do católico ou protestante (evangélico). Ademais, o crente luterano e calvinista (ou qualquer crente) ao contrário do que você diz não vive qualquer angústia da salvação. E coloco o crente católico também no meio.
Veja o que diz a Palavra:
8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
(EFÉSIO 2:8-10)

Em muitas outras passagens da Biblia também fica claro que a Salvação foi obra única de Jesus Cristo, na cruz, onde assumiu todos os pecados de todas as criaturas, por todos os tempos, conforme plano de salvação firmado antes da fundação do mundo pelo próprio DEUS. Simples assim.
Uma questão de fé, pois. Quem não crê nisto não vai entender a salvação pela graça que é um favor imerecido, pois somos todos pecadores.
O seu texto, também declara: Advertiam nas suas pregações que ninguém poderá conhecer os insondáveis desígnios de Deus. Aos humanos não é dada condição de saber quem se salvará.

Não saber quem se salvará depende do contexto que você quer falar. Claro e evidente que não se sabe especificamente quais pessoas se salvarão, porque nem todos que dizem Santo! Santo! Entrará no Reino dos Céus.
Porém, sob o ângulo de interpretação mais profunda, mais abrangente, todos os humanos que crêem sabem que se salvarão todos que crêem em DEUS, JESUS e ESPÍRITO SANTO, e vivem sob a obediência dos seus mandamentos. Simples assim. Veja bem: não estou falando dos mandamentos dos humanos, das “igrejas”, do papa, do pastor, do reverente, do apóstolo, etc. Não é uma receita de bolo. Pra saber quais mandamentos é somente ler o que os Evangelhos falam, por intermédio de Jesus Cristo.

Walfredo Rodriguez Neto disse...

Prossigo no seu texto: “O crente calvinista-luterano terá então que levar uma vida marcada por hábitos espartanos e, ao mesmo tempo, negar os prazeres mundanos e a prodigalidade se quiser salvar a sua alma.
Não é bem assim. Que são prazeres mundanos? Que são hábitos espartanos? A alma de quem crê já está salva como eu já afirmei. Pelo sacrifício vicário do SENHOR na cruz. O que o crente não deve fazer é desobedecer aos mandamentos. Não existe uma relação de fazer e não fazer. O coração sabe. Mas, dou exemplos de um modo geral do que agrada e desagrada a DEUS: manter relações fora do casamento, manter relações extra-conjugais, não perdoar, fazer acepção de pessoas, não amar o inimigo (para que o mal se envergonhe com o bem e haja transformação), matar, roubar, mentir (o pai da mentira é o diabo), falar mal dos outros, etc. Tudo isso está na Bíblia.
Claro que todos somos pecadores, pois assim é a nossa natureza, o que nos faz seres ambivalentes. Mas, o que precisamos fazer como crentes é lutar contra essa natureza, pedindo a proteção do Espírito SANTO. Nos afastando da soberba, do orgulho, buscando a humildade, a mansidão, a fidelidade, o domínio próprio, enfim, os frutos do Espírito.
“Você diz: Se pecar não há, como no catolicismo, o sacramento da confissão, rito que purga o católico pecador. Também não adianta rogar de joelhos (daí a ausência de genuflexório).”
Com a morte de Jesus o nosso arrependimento não é através de confissão a homens, mas diretamente a DEUS, através de Jesus (o único intercessor, como diz a Palavra: “eu sou a verdade, e o caminho e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim). Esta é uma diferença básica do credo católico e do protestante.
A doutrina protestante (se posso chamar assim) dispensa elementos simbólicos, como no catolicismo. Não cria rituais, porque Jesus não os criou. Então, não precisa de genuflexório para se pedir perdão, para falar com DEUS. Basta falar, através de Jesus. Independentemente se deitado, se em pé, se de joelhos. DEUS ouve um coração sincero e contrito. Simples assim. Mateus 6:5-8 tem um texto sobre como orar.

Walfredo Rodriguez Neto disse...

Você diz: “No protestantismo essa possibilidade não existe. Se o crente protestante comete uma falta, estará com o passaporte da salvação cassado.

Já expliquei que nenhum ser humano tem influência na salvação. Nem poderia, em face da sua natureza pecadora. Jesus é quem nos salvou. Isso eu já expliquei. Quando um crente protestante comete uma falta só lhe cabe o arrependimento genuíno, diretamente a DEUS, por meio de Jesus. Se no Juízo final ele será perdoado, aí é outro coisa que não nos cabe perquirir. Contudo, a própria Bíblia alerta que é melhor ser ignorante na Palavra do que tê-la ouvido e tentar enganar a DEUS. Então, esse movimento proposital de pecar, se arrepender, pecar, se arrepender, não cola com DEUS. Simples assim.
“Não há nenhum tipo de purgação terrena capaz de livrá-lo do inferno. Terá que se haver um dia com o rigor implacável dos céus.”
Nunca houve possibilidade de o homem, por si só, se livrar do inferno. As vendas de indulgências no tempo que antecedera a reforma é um exemplo do que não se podia fazer. Infelizmente, hoje, em parte do mundo de alguns que se dizem evangélicos, também se assume a mesma postura dos católicos, vendendo-se salvação.
Somente Jesus nos salva, porque o fez na cruz.
Concluindo com o seu texto: “Sobra então, como ocupação na vida terrena, o trabalho e a retidão pautados por rigoroso ascetismo. Esse, pelo menos é, ligeiramente, o ensinamento da doutrina protestante de Lutero e Calvino.”
Não se exige ascetismo para ser salvo. Porque a salvação não é obra dos homens. Retidão sim, de acordo com o evangelho, o que não impede que o homem viva as suas produções culturais na existência efêmera. Tenho um artigo no meu blog que fala sobre o que é ser Discípulo. Modestamente o remeto para lá.

Por certo não são todos os crentes que seguirão ao pé da letra o rigor exigido. Mas essas noções com relação à salvação têm um peso avassalador na construção da ação e relação social e na visão de mundo de uma determinada cultura.
O rigor exigido é do tempo da lei mosaica, do antigo testamento, do judaísmo, que era mesmo para não ser cumprido. Mas, com Jesus (veja o livro de Hebreus) foi rompido, rasgado o véu, e basicamente a obediência a DEUS se deve ao mandamento máximo, onde estão incluídos todos os demais: amar a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Concluo dizendo que não é fácil em poucas linhas discorrer sobre a temática “religiosa”, mas espero ter contribuído e deixo uma equação final para que seja refletida:
Praticamos boas obras porque Jesus já nos deu a salvação, então as obras decorrem naturalmente de quem creu na salvação.
Então, não adianta fazer boas obras pensando na salvação, porque não se engana a DEUS.
Um grande abraço do seu admirador
O meu blog é http://walfredorodriguez.wordpress.com/

Walfredo Rodriguez Neto disse...

Só pra esclarecer melhor: a salvação já é um antecedente das boas obras. As boas obras é o conseqüente natural da salvação que nos foi dada por CRISTO. Nenhum homem tem poder algum sobre a salvação para vida eterna. E não sou eu que o digo. Está lá na Palavra.

Anônimo disse...

"O inglês prefere, como forma de ganhar a vida, o asséptico ambiente de um banco a ter que meter a mão na massa".

Hummm... Não sou inglês, mas não concordo com essa coisa de que o Inglês não gosta de trabalhar. Afinal, foi em Liverpool que surgiu o embrião da linha de montagem (assembly line), já dentro do que mais tarde seria chamada de Revolução Industrial - um conceito de organização tão bom que migrou para o Oeste e foi adotado por Henry Ford na fabricação do modelo T e que, ainda hoje, é o modelo predominante no mundo todo: com todo o respeito, até fábrica de salgadinho do Paraguai adota o sistema, hehe...

Atha disse...

Caro Aluizio,

Parece que estudou Teologia, ou quem sabe, Ibeologia em Ideologia, mas Bliz Blitz em Glit Clit Clint Clinton e Cliston Cristoban em San Cristovan e muitos batizados de Cristoben em Cristófen.

Porém, os Babres Badres Padres diziam ser a Crista do Galo e não a Bissa Missa do Balo Galo que o Baba Papa celebra a Beia Boite Meia Noite.

Afirmo por conhecimento, que Bebúz em Gebúz Gezus e Jezus que os ditos Balebos Galegos Garegos Gregos pronuavam Jesous, não é a Balita Valita Valitat Galita em Chalita e Chliss Christ Chritina Chistiana, que aqui, fica só Cristan em Cristã e a Cristandade.

O Evangélho e os Evangelistas é o Babel Bagel Bangel Vangelis Rangel Ebangel Evangel, assim, surge o Belo Gelo que dizem estar se dissolvendo e a Bela Gela Gelatina e Geladeira se derretendo derrotada.

É por isso que o Beio Abi em Meio Ambi que com acréscimo fica Ambiental, se breocuban preocupan com Cuba Cuban Cubana. Como o Bisteba Sistema está em Butátio Mutátio Mutation, fala-se em Budanças Blibáticas em Mudança Climática e a Aclibáticn Aclimacion Aclimação e Aclemation a Cremacion Cremação. Por Cremacion Cremação todos entendem o que querem dizer e ficar cremozo cremenozo criminozo.

Atha disse...

Aqui também se briga por reintebração de Bosse Posse do Babre Badre Padre Madre e as Comadres e Compadres, menos sem Padres.

BeliBato CeliBato. Não é Conto de Bada Fada não, Padre sempre fez estublo estupro e depois que embrabida engravida, já tem Bita Vita Vital Vitalícia Vida. Não duVida da Vida do Padre, David!

Sobrinha disputa herança com filho de padre em Minas Gerais.

Evalda Gonçalves diz que religioso pretendia deixar fazenda para ela.
Religioso teria deixado patrimônio avaliado em R$ 5 milhões.

A sobrinha do padre Roldão Gonçalves Rodrigues disputa com o filho do religioso uma herança que teria sido avaliada em R$ 5 milhões em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, em Minas Gerais. Evalda Gonçalves, que ocupa uma fazenda deixada por Rodrigues, questiona a validade do teste de DNA que teria comprovado que o padre é pai de Fabrício Augusto Nascentes.

“O teste foi feito sem testemunhas. Queremos um feito pela Justiça”, diz a sobrinha, que argumenta que o padre deixou um testamento dizendo que a fazenda deveria ficar para quem estivesse cuidando dele quando ele morresse – a própria Evalda.

Apesar disso, o problema não foi resolvido, já que o testamento não foi registrado em cartório nem tem a assinatura de três testemunhas. A sobrinha afirma que não houve tempo para finalizar o documento.

A sobrinha e o filho também divergem sobre o valor da fazenda. Ela diz que o local vale R$ 1,2 milhão, enquanto ele a avalia em R$ 5 milhões. O testamento anulado cita ainda uma casa na cidade de Unaí, que teria sido doada à igreja.

“Os padres moram lá dentro há mais de um mês e ainda não se manifestaram sobre um aluguel ou interesse em comprar a casa”, disse Fabrício. “Entramos com uma ação para investigação de paternidade com o pedido de herança”, completa o advogado do filho do padre.

O caso está na Justiça e, por enquanto, a herança fica com a irmã do padre –ela já se antecipou á decisão do juiz e deu 8 mil euros e uma caminhonete importada a Fabrício.

Fabrício, que é vendedor, procurava saber a real identidade do pai havia vários anos quando descobriu que era filho do padre Roldão, que trabalhou em uma igreja de Patos de Minas entre o final da década de 70 e início da década de 80. Durante esse tempo, ele teria tido um caso rápido com a mãe de Fabrício.

“Em outubro, um sobrinho dele me procurou e me revelou toda a verdade. Eu perguntei a ele porque me contou e ele disse que a família estava brigando por causa da herança e não estavam entrando em acordo. Para evitar brigas entre eles, ele resolveu me contar”, afirmou Fabricio.

Com mais de 50 anos e envergonhada, a mãe de Fabrício não quis falar sobre o assunto. Porém, para o filho ela confirmou a história. “Depois que eu cheguei com o nome e revelei para minha mãe, ela confirmou. Disse que estudou na escola das irmãs ao lado da igreja e do escritório paroquial. Ainda segundo ela, só não me contou antes porque me traria transtornos durante a época escolar. Minha mãe foi uma pessoa que sofreu muito. Foi expulsa de casa porque há 30 anos não tinha mãe solteira. Imagine ser mãe solteira de um padre”, explicou.

Fabrício foi atrás de outras provas para confirmar a história. Como foi preciso um exame de reconhecimento de paternidade e o padre Roldão faleceu em agosto de 2010, ele teve que contar com a ajuda dos tios. Depois de muita insistência, dois irmãos do padre aceitaram doar sangue para o exame.

Com exame em mãos e o resultado positivo, Fabrício procurou um advogado para finalmente conseguir ter o nome do pai no registro de nascimento. Começou também uma batalha pelo patrimônio do pai.

Anônimo disse...

Alô Aluizio
avise ao anônimo de 22/01 que LINHA DE MONTAGEM só deve existir em fábricas botocudas.
Fazem décadas que o modelo foi abandonado nas grandes corporações...é só dar um googlada.

abraços
karlos

Gabriel Nunes disse...

Hoje mesmo eu estava assistindo a uma daquelas reportagens da Record na região nordeste. Eles estavam mostrando a vida, os hábitos, etc. do povo. Fiquei chocado, numa cidade do interior da Paraíba, onde o repórter estava, as pessoas só abrem as portar do comércio a partir do meio dia. A cidade no período matutino era quase deserta, quase ninguém trabalhava. Então eu vi aquilo e mais uma vez afirmei por que o nordeste tem tanta pobreza e tanta dependência do assistencialismo e gigantismo estatal. É uma cultura que preza pouco pelo trabalho, estudo e conquistas pessoais (dentre elas o individualismo). Lá, o que vier está bom. É claro que isso é um fato real da cultura e não uma obrigatoriedade que é imposta a absolutamente todas as pessoas. A maioria das pessoas não consegue perceber isso e acaba por cair na armadilha ardilosa, por exemplo, da luta de classes e opressão mendaz planejada por qualquer subcultura com interesses políticos escusos.

Eu não sei explicar os fatores dessa situação sociologicamente como Max Webber tentou em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Não tenho certeza se só a parte moral do “não pecar” influencia na organização e vigor no aprendizado e trabalho de um povo. Certamente há mais fatores. O que não desenobrece o catolicismo.

Quanto à instrumentalização da "cultura afrodescendente" genuína, bom, ela existe: as tribos, os ritos pagãos, a organização social de caráter indigenista. Que lugar tem uma cultura 100% africana? Na África, é lógico. E como é a África? Qual é a história da África? Etc., etc., etc. As culturas de origem Europeia têm muito mais força e progresso do que um sistema indigenista, isso é óbvio. O que aconteceu com os escravos americanos que, como a esquerda gosta de dizer, foram “aculturados”? Eles simplesmente desfrutam do padrão de vida mais elevado do planeta. Quer dizer, a cultura que proporcionou essa ascensão social foi a cultura ocidental. Hoje os americanos de cor preta são juízes, senadores da república, grandes empresários, oficiais das forças armadas e isso tudo num país que ainda não se livrou plenamente das “panelinhas”, e até organizações padrões racialistas, de ambos os lados... É uma desonestidade intelectual fazer qualquer reverencia a cultura africana, mais especificamente a organização social e fatores de influência coletiva.