A CPI para investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos,
o Carlos Cachoeira, com políticos e empresas que têm contratos com a
administração pública saiu do papel em alta velocidade. A gravidade dos
fatos levantados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público — o
pagamento de propina a autoridades, a troca de favores entre a máfia do
jogo e parlamentares e a assinatura de contratos públicos azeitados à
base de tráfico de influência — produziu um fato raríssimo: a instalação
da CPI contou com o apoio de governistas e oposicionistas. O Congresso
deu mostras de disposição para fiscalizar a aplicação dos recursos
públicos, uma de suas mais nobres missões. Se nasceu sem dores, a CPI
começou a caminhar com dificuldades. Aprovado na quarta-feira passada, o
plano de trabalho da comissão apenas tangencia o epicentro das
irregularidades apontadas pelos policiais federais e pelos procuradores.
A CPI decidiu ouvir os coadjuvantes das malfeitorias, mas, por
enquanto, vacila em chamar para depor deputados e governadores suspeitos
de manter relações promíscuas com Cachoeira e a empreiteira Delta, um
colosso da construção civil com obras contratadas por governos do PT, do
PSDB e do PMDB.
A desenvoltura multipartidária da Delta explica o começo claudicante da
CPI que nasceu com o potencial de fazer uma faxina pública como não se
via desde que o escândalo do mensalão foi destrinchado, em 2005, com o
indiciamento de cerca de uma centena de pessoas. O deputado petista
Odair Cunha, relator da CPI, tentou limitar geograficamente as
investigações sobre a Delta e suas obras no Centro-Oeste. O ex-diretor
da empreiteira para aquela região, Cláudio Abreu, está preso. O plenário
da comissão, no entanto, arrancou do relator a promessa de investigar a
atuação da Delta em todo o território nacional. Está pronto para
votação o requerimento de convocação do dono da Delta, Fernando
Cavendish, e de diretores regionais da empresa.
"A base governista foi derrotada. Vamos investigar os aditivos nos
contratos da Delta com o Dnit, principalmente aqueles assinados em
períodos eleitorais", avisa o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Quando
isso será feito — e se realmente será feito, devido às ligações também
multipartidárias de Cavendish — ainda não está definido. A comissão
ouvirá neste mês os depoimentos de delegados e procuradores envolvidos
na investigação, seguidos de Cachoeira e seus comparsas presos. O único
político com depoimento marcado é o senador goiano Demóstenes Torres, o,
por enquanto, mais notório membro do esquema de Cachoeira. O Senado
abriu um processo por quebra de decoro contra ele, que pode comparecer à
comissão já na condição de parlamentar cassado (leia a reportagem aqui).
Ou seja: tem-se definida apenas a primeira fase da investigação, que
tratará de temas e personagens cujos feitos e malfeitos são de
conhecimento público. Nada além disso. Segundo o presidente da CPI,
senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a segunda fase aumentará a temperatura
dos trabalhos. Nela, será travada a "grande batalha" pela convocação das
autoridades de maior calibre. "O vazamento das informações impede a
costura de acordões para abafar a investigação ou poupar autoridades",
diz Vital. Clique AQUI para ler na íntegra
3 comentários:
Quisera estar na Dinamarca, ou no Japão, onde esse bando de canalhas seriam todos presos(caso não se suicidassem antes...)
Com Crizis Política e CPI, Dilma abre o Cófre e mete amão nas Notas, mas diz que é apenas pra Notificar.
Gasto do governo com varejo político dispara após a crise.
A crise no relacionamento com os partidos aliados e a criação da CPI do Cachoeira coincidiram com a multiplicação da liberação, pelo governo Dilma Rousseff, de verbas de interesse de deputados, senadores, prefeitos e governadores.
Os registros diários dos desembolsos federais mostram um salto, a partir de março, das despesas incluídas por congressistas no Orçamento da União em favor de seus redutos eleitorais - as chamadas emendas parlamentares.
Os desembolsos quadruplicaram de fevereiro para março, quando ultrapassaram a casa dos R$ 350 milhões - patamar repetido em abril. Em consequência, os primeiros quatro meses do ano terminaram com liberação de R$ 911 milhões, contra R$ 363 milhões no primeiro quadrimestre de 2011, quando Dilma lançava seu pacote de austeridade fiscal.
A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação entre o Planalto e os partidos aliados, afirmou que o desembolso dos recursos não tem relação com a agenda política.
"O desembolso de recursos para pagamento dos [serviços] contratados depende do cronograma firmado, da medição dos serviços executados e da disponibilidade de recursos", diz nota enviada pela secretaria.
Quanto você cobra pra ser um Baze Baziado do Governo Lula/Dilma? Quanto você quer me pagá? Vem aqui e vamos conversá.
Dinheiro pra Boli Poli Pólio Bolíty Polícy, vaza por todos os Bólos Bóros Póros e Porões, Pra dá Bustento Sustento à Dilema no Poder.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou à Polícia Federal um pedido de providências complementares a partir de informações não conclusivas do inquérito da Operação Monte Carlo.
Gurgel quer que a PF faça a degravação (ou desgravação o Gravi Gravíssimo)do que chama de "conversas fortuitas'' colhidas no período em que membros do grupo de Carlinhos Cachoeira foram grampeados.
Os documentos, segundo relatos de parlamentares da CPI, envolve diversas autoridades protegidas por foro privilegiado.
Nas palavras de um senador, o material que foi devolvido para a PF, ao qual a comissão não teve acesso, "vai pegar de A a Z". Ou seja, de Abri a Zé Zébra e Zéro.
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