A defesa do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), um dos 38
réus do mensalão, vai centrar fogo no ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Em sua sustentação oral no julgamento, previsto para começar no
próximo dia 2, no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado de
Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, dirá que Lula não só sabia da
existência de todo o esquema como “ordenou” a sua execução:
— (Lula) Não só sabia (do mensalão) como ordenou toda essa lambança —
revelou Barbosa ontem ao GLOBO. — Não é possível acusar os empregados e
deixar o patrão de fora.
A tese da defesa, no entanto, contraria as declarações do próprio
Jefferson, em 2005, durante seu depoimento na Comissão de Ética da
Câmara. À época, antes de ter seu mandato cassado, o presidente nacional
do PTB contou que foi ele quem avisou Lula sobre a existência do
mensalão:
— Eu contei e as lágrimas desceram dos olhos dele. O presidente Lula é inocente nisso — afirmou Jefferson, na ocasião.
No
mesmo depoimento, ao se referir ao ex-chefe da Casa Civil José Dirceu
(PT), outro réu no processo e apontado na denúncia como “chefe da
quadrilha”, Jefferson voltou a defender Lula:
— Zé Dirceu, se você
não sair rápido daí (do governo), você vai fazer réu um homem inocente,
que é o presidente Lula. Rápido, sai rápido, Zé, para você não fazer
mal a um homem bom, correto, que eu tenho orgulho de ter apertado a mão.
Nesta segunda-feira, porém, Barbosa desconversou sobre a mudança de tom:
— Não respondo pelas palavras do Roberto. Sou o advogado dele.
Defesa também quer atacar PGR
No
julgamento, a defesa de Jefferson também atacará a Procuradoria-Geral
da República (PGR) para desqualificar a denúncia. Delator do mensalão, o
ex-deputado está sendo acusado pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. Jefferson teria recebido R$ 4 milhões do chamado
valerioduto. Ele nega qualquer irregularidade. Segundo a PGR, o esquema
era operado por Marcos Valério e abastecia parlamentares aliados para
votarem a favor de projetos do governo Lula, entre 2003 e 2004.
— Não houve crime. Vou mostrar que o processo é açodado, incompleto — disse Barbosa.
Para
Fernando Leal, professor da Escola de Direito da Fundação Getulio
Vargas (FGV), a intenção de levar o nome de Lula ao julgamento pode ser
uma tentativa de enfraquecer os argumentos da acusação, uma vez que o
STF não poderia deixar de condenar os réus e excluir o suposto executor
do esquema, no caso Lula. Leal disse que a iniciativa teria pouco
efeito:
— As alegações do advogado de Roberto Jefferson, do ponto
de vista jurídico, não tendem a prosperar na ação penal. A prerrogativa
de incluir novos réus no processo é exclusiva do Ministério Público, que
já optou expressamente por não fazê-lo.
Procurado pelo GLOBO, Lula não quis comentar o caso. Clique AQUI para ler TUDO
2 comentários:
É só esperar pra saber quem dos Barbosas vai ganhar, se o Barboza defenza ou Barboza que condena o Conde e a Condeza que vira Leite Condensado disfarsado.
DEMORÔ!!!
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