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O verbete "aloprado" foi usado pela primeira vez pelo ex-presidente
Lula para qualificar os petistas presos numa atrapalhada e fracassada
operação destinada a prejudicar candidatos tucanos nas eleições de 2006.
Incorporado ao dicionário da corrupção brasileira, o termo bem poderia
ser aplicado hoje aos investigadores do caso. Informações que vêm agora à
tona provam que eles se preocuparam em incriminar apenas os bagrinhos e
deixaram escapar os peixes graúdos: aqueles que encomendaram e
planejaram o crime. Um personagem central dessa história é o delegado
Edmilson Pereira Bruno. No dia 15 de setembro de 2006, ele foi escalado
para fazer um flagrante em um hotel em frente ao Aeroporto de Congonhas,
em São Paulo. Lá estavam Valdebran Padilha e Gedimar Passos, petistas
que, de posse de 1,7 milhão de reais, negociavam com notórios pilantras
de Cuiabá a compra de um dossiê fajuto contra os tucanos. Os dois foram
presos. No curso das investigações, Bruno disse ao Ministério Público
que havia condições de aprofundar a investigação e prender também os
chefes do esquema, mas que seu trabalho estava sendo obstruído pela
cúpula da Polícia Federal. Desde então, o delegado vinha se mantendo
calado. Há duas semanas, porém, ele almoçou com um grupo de colegas e
fez importantes confidências sobre o caso. Eis as principais:
• Ao ser preso, Gedimar disse a Bruno que temia ser morto, já que sua
missão era de conhecimento dos principais dirigentes do PT. Citou
nominalmente o então candidato ao governo de São Paulo e hoje ministro, Aloizio Mercadante,
e o ex-presidente Lula. Ao chegar à sede da PF, porém, Gedimar foi
instruído pelo então diretor executivo do órgão, Severino Alexandre, a
mudar o depoimento e omitir os nomes estrelados.
• Na PF, contrariando as regras e com a anuência dos policiais, Gedimar
circulou sem algemas e falou ao celular. Deu pelo menos cinco
telefonemas, durante os quais avisou aos superiores o que estava
ocorrendo. Em seguida, foi ao banheiro, jogou o chip do telefone na
privada e apagou a memória do aparelho. Jamais se soube quem eram seus
interlocutores.
• Valdebran Padilha afirmou em um primeiro depoimento que os papéis que
tinha em mãos eram apenas parte do dossiê que o grupo havia comprado
dos pilantras de Cuiabá. O restante do material tinha 2 000 páginas e
nomes de mais de 200 políticos supostamente ligados à máfia que fraudava
licitações na área da saúde. Ele estaria em um jatinho em Congonhas.
Bruno afirma ter sido impedido de buscar o material por seus superiores -
Severino Alexandre e o superintendente Geraldo Araújo. Se encontrada, a
versão integral do dossiê poderia fornecer mais pistas sobre quem o
havia encomendado. A exemplo de Gedimar, Valdebran também foi orientado a
mudar o depoimento e omitir essa informação, disse o delegado Bruno.
• No dia da prisão de Gedimar e Valdebran, Bruno solicitou ao hotel em
que foi feito o flagrante uma cópia do circuito interno de TV. A direção
do hotel pediu uma requisição formal da PF. Geraldo Araújo, o
superintendente do órgão, no entanto, protelou o encaminhamento do
pedido o quanto pôde, diz Bruno. Só o fez depois que um jornal publicou
reportagem denunciando a demora. Foi graças a essas imagens que Hamilton
Lacerda, o petista mais importante na lista dos denunciados, foi preso
dias depois.
• Na delegacia, logo após o flagrante, o superintendente Araújo recebeu
uma ligação de Márcio Thomaz Bastos, então ministro da Justiça, que
queria saber se o nome do presidente Lula havia sido citado pelos
presos. Assim que desligou, Araújo disse a Bruno: "Olha o problema que
você criou. Daqui para a frente, você deve agir como o macaco que não
fala, não ouve e não vê". Araújo ordenou ainda a Bruno que não
divulgasse a foto do dinheiro apreendido com Gedimar e Valdebran.
Procurado por VEJA, Bruno afirmou que não daria mais declarações sobre o
caso, já que isso só lhe havia causado problemas. Desde o dia do
flagrante, o delegado foi alvo de três processos, dois deles para apurar
o vazamento de informações sobre o inquérito e outro para averiguar
eventual "comprometimento político" de sua parte. Na semana passada, a Justiça decidiu que o 1,7 milhão de reais
apreendido ficará com a União, já que não foi reclamado por ninguém. É
um raro caso de dinheiro sem dono - e de crime sem mandante. Mas este já
não se pode dizer que seja tão raro assim. Do site da revista VejaCLIQUE E SIGA ---> BLOG DO ALUIZIO AMORIM NO TWITTER
Um comentário:
Tobbaz Bastos da Basta Pasta pergunta ao delegado se isso podia respingá no presidente, porém, não se sabe o que ouviu do delegado, se sin o no.
Como tudo ficou Ebabetado Egavetado em Gaveta Gazeta Cacêta e Blaneta, Bastos deve ter ouvido do Ouvidor que Lula é o Chefe do bando no Có-Mando. Desde então, apaga tudo e foi um apagão.
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