Nas últimas semanas, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem comprovado de forma incontestável
a existência de um sistema de compra de apoio parlamentar na Câmara dos
Deputados durante o primeiro governo Lula. Quatro partidos foram
cooptados, por meio do pagamento de propina, a apoiar o governo.
Sete anos depois, enquanto os réus do mensalão encontram finalmente a
justiça, o PT continua no governo. Mas, na Câmara, a situação é outra:
os oposicionistas estão em número reduzido, o menor da história desde a
redemocratização do país (menos de 20% do Congresso). A
base da presidente Dilma Rousseff inclui não só so quatro partidos que
fizeram parte do mensalão (PP, PMDB, PTB e PR), mas 19 das 24 legendas
representadas na Casa. Duas são independentes. Quatro formam a oposição.
Não há sinal por enquanto de que essa gigantesca base de sustentação
seja mantida por meio do pagamento de propina. E ninguém acredita que
haja uma afinidade ideológica entre todos esses partidos. A moeda agora é
outra: a distribuição de cargos na Esplanada dos Ministérios. Já era,
aliás, antes do mensalão. A diferença é que, no início de seu governo,
Lula não tinha uma base sólida para aprovar projetos controversos, como a
reforma da Previdência: parte das siglas, por inércia, permanecia mais
próxima ao PSDB, que deixara o governo meses antes.
"Muita gente estranhou quando o mensalão veio à tona. A distribuição de
cargos e de emendas tradicionalmente era a maneira de manter o bloco
governista coeso. Mas em 2003 e 2004, aparentemente o governo Lula
precisou de mais do que de cargos e emendas orçamentárias", avalia o
professor de ciência política da Universidade de Brasília David
Fleischer.
Moeda - Hoje, o uso de cargos e emendas como moeda de
troca se dá de forma desavergonhada. Quando quis atrair para a órbita do
PT o PRB de Celso Russomanno, a presidente Dilma Rousseff deu o
Ministério da Pesca a um representante do partido da Igreja Universal do
Reino de Deus: o senador Marcelo Crivella (RJ).
Por outro lado, a presidente encontrou a ira do PR quando demitiu Alfredo do Nascimento, atolado em denúncias de corrupção, do Ministério dos Transportes.
Alguns ministérios são feudos de partidos. É o caso das pastas das
Cidades (PP), da Agricultura (PMDB) e do Esporte (PC do B). Sai um
ministro, entra outro do mesmo partido. Abaixo dos cargos de primeiro
escalão, o governo ainda dispõe de 20 000 postos comissionados, que
podem ser preenchidos sem concurso público. Leia MAIS - IMPORTANTE!
sexta-feira, outubro 12, 2012
COMO PT AMPLIOU SUA BASE APÓS MENSALÃO
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