Em 2001 surgiu uma nova expressão para designar o desleixo da administração pública com o setor enérgico brasileiro: apagão. O que o governo deveria ter feito e não fez, coube a população remediar o estrago. O racionamento de energia atingiu domicílios, alcançando ricos e pobres, poderosos e gente do andar de baixo. A produção sentiu os efeitos do racionamento de energia e o povo ficou, mais uma vez, órfão de um governo inoperante.
Aos solavancos, o governo de Fernando Henrique Cardoso procurava, através de medidas paliativas, enfrentar a escassez de água nos reservatórios. Tempos difíceis aqueles, sem dúvida. O PT, principal partido das oposições, não deixou barato: atacava o governo tucano e trazia para o debate político a questão enérgica. Nos dois mandatos da era fernandista, o tucanato pouco investiu em infraestrutura. Lula se preparava para assumir a sua quarta candidatura à presidência do Brasil, agora com chances de ser eleito. Como não poderia deixar de ser, o apagão foi um dos temas que esquentou o debate político entre os dois principais candidatos.
O PT politizou o racionamento de energia de 2001, enquanto isso o governo jogava na defensiva, mas sem muita convicção. O Brasil vivia – como vive até hoje – uma séria crise no setor enérgico. Ao assumir o Ministério de Minas e Energia do primeiro governo de Lula, Dilma Rousseff partiu para o ataque ao classificar de “barbeiragem” a maneira como o governo anterior tratou a crise energética. Foi além, a ministra: dona de um discurso boquirroto, Dilma garantiu que não haveria mais racionamento de energia. Criticou a falta de planejamento do governo tucano, que com cinco anos de antecedência não sabia o quanto que teria que entrar de energia para abastecer o país.
Em tom professoral, a ministra de Lula ensinava o que deve ser feito para evitar o racionamento de energia. Há situações na vida de qualquer mortal que o melhor é ficar calado, quase mudo. Desde 2008 que os brasileiros passaram a conviver, de tempos em tempos, com apagões.
Agora, em 2013, em pleno governo Dilma, o setor energético pode entrar em colapso, caso São Pedro não ofereça a sua ajuda. Os mais otimistas, tendem a apelar para a dança das chuvas. É o Brasil da piada pronta. Azar de um lado, sorte de outro, o fraco desempenho da economia em 2012. Tivesse o país conhecido um crescimento maior, provavelmente estaríamos todos às escuras em decorrência da falta de oferta suficiente de energia.
A arrogância da presidente não permite que o seu governo fale em racionamento de energia, pois afinal com que cara ficaria? Seria barbeiragem? Os governos petistas não tiveram, nesses dez anos de governo, tempo para saber a quantidade de energia que seria suficiente para 2013?
Admitir racionamento de energia é, finalmente, admitir que a grande gestora petista, não passa de uma fraude, incapaz sequer de anteceder a uma crise de energia? Logo ela, a rigorosa e competente ministra de Minas e Energia e a manda chuva – nem tanto – da Casa Civil de Lula? Por que não se antecipou à crise de energia?
Não há a menor dúvida de que o mito Lula está desmoronando e que o barco petista começa a fazer água. As estripulias de Lula fora do aconchego do lar, as denúncias de Marcos Valério sobre dinheiro sujo abastecendo gastos domésticos do “cara” podem colocar um pá de cal nas pretensões petistas para 2014.
(*) Nilson Borges Filho é doutor em Direito e articulista colaborador deste blog.
5 comentários:
Ótimo texto.
"Atire a primeira pedra quem não tiver pecado."
"Quem tem telhado de vidro não atira pedra no telhado dos outros"
São frases da sabedoria cristã-popular quem cabem bem à gerentona do PT nesse momento em que está acontecendo o mesmo que aconteceu em 2001 com FHC.
Quando falta água nos reservatórios não há de onde tirar energia, afinal qualquer energia elétrica produzida a partir da água sempre irá depender destas equações:
Ep = mg/h,
Ec = (mv^2)/2
onde m=massa de água. Se m é pequena então..............
A PRES. DILMA ESTEVE À FRENTE DO SETOR ENERGÉTICO NOS ÚLTIMOS 10 ANOS...
Há varias informações, inclusive da Myriam Leitão de que Dilma foi ministra do setor energético nos últimos 10 anos, e pelo que indica nada teria feito: o PT sabe mesmo é criticar os outros e nada assumir de errado.
Como foi esclarecido no post, muitas críticas a FHC, mas a solução deles "seria sempre criticar os antecessores governos", como de praxe.
V já viu alguma vez o PT assumir alguma coisa de errado e desculpar-se junto à população?
Lembram-se do caso da Vale do Rio Doce que foi dada e pagaram ainda para levar e que se eleitos a retomariam de volta?
Continuaria nas mesmas mãos até hoje...
O PT seria um especialistas em fazer auto propaganda e se juntar a grupos e pessoas do estilo Cachoeira, Maluf, Sarney, e evangélicos do nível de Edir Macedo, da base de apoio do seu governo...
Nada será feito por esse (des)governo vermelho.
Que falte energia eletrica nos estadios durante a copa.
Gerentona? Faz-me rir. Poste com faixa presidencial.
Saudade da milicada.
NECROCRACIA BOLIVARIANA.
Necrocracia, excelente! Termo pomposo para oligarquias entre tumbas e cemitérios.
Cuja capital é Havana, com museu de cera, marcha fúnebre, morcegos, Conde Drácula e o Papa Defuntos Raul Castro.
http://brasecxx1.blogspot.com.br
Salve.
"Pá de cal"? Duvido.
A guerra é cultural, de valores. Entre Rommey e Oba-obama, se o eleitorado americano fôsse considerar a capacidade como administradores de ambos, e suas respectivas realizações, haveria como o republicano perder?
Não, e entretanto perdeu.
Os democratas apostaram na divisão étnica e ideológica da nação e prepararam um discurso para cada grupo.
Em que o discurso do PSDB vai tocar aos valores conservadores de boa parte da população brasileira?
Em nada. Não fôssem algumas igrejas e clérigos conservadores, falando em nome de suas congregações, e não de partidos, o Serra passaria a vergonha de ser derrotado no primeiro turno pelo poste búlgaro.
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