Convido os leitores a ler a análise de Cesar Maia. Mesmo que eventualmente não gostem de Cesar Maia por questões políticas ou pessoais, afastem esses óbices e aproveitem a análise que ele formula que está bastante consequente. Muito melhor que as bobagens proferidas por esses acadêmicos de araque que não passam de esbirros do PT, e o mesmo seja dito com referência a pretensos analistas da grande mídia - raras são as exceções - que a pretexto de imparcialidade e isenção só escrevem asneiras, quando não levam água de forma generosa ao moinho do esquerdismo delirante.
Cesar Maia além de político e economista há anos analisa a realidade brasileira. Tem experiência e inteligência que falta à maioria dos políticos brasileiros. Tem defeitos? Tem sim como qualquer mortal. Mas estuda, se dedica a analisar dia após dia o processo político brasileiro, algo raríssimo entre a classe política brasileira hoje praticamente toda ela integrando a base alugada do PT que emasculou o parlamento e traiu o seu eleitorado. A repulsa aos políticos é um sintoma disso. Mas a repulsa à política é uma estupidez.
A hora é portanto de analisar com frieza e honestidade o que realmente está acontecendo. O ano de 2013 parece que não terminará. A panela de pressão tem tudo para explodir em 2014! Leiam:
1. As eleições de 2012 mostraram números recordes de não voto (abstenção + brancos + nulos), algo em torno de 35% pelo Brasil todo, num crescimento de uns 10 pontos sobre os últimos anos. Era certamente um sinal. No Rio, apenas 14% dos jovens entre 16 e 18 anos com direito a voto se inscreveram para votar. Era outro sinal.
2. O governo federal –desde Lula- entendeu como ‘paz social’ cooptar os movimentos sociais (sindicatos, associações, UNE, ONGs e até intelectuais) com generosos –digamos- subsídios. O governo federal resolveu comprar partidos e políticos ideologicamente antípodas e transformar o Congresso num departamento do executivo ao qual chamou de base aliada. Apoiou e contratou um partido novo (PSD) para minimizar a oposição. Mensalões se espalharam. Externalidade de riqueza de políticos (guardanapos...), idem. Os respiradouros institucionais de opinião pública foram obstruídos. Era outro sinal.
3. A onda de desqualificação do setor público e exaltação do setor privado como cogestor dos governos, com consultores substituindo governantes, privatizações, terceirizações, construíram um ambiente autoritário em nome da técnica e da modernidade, reprimindo as manifestações das corporações de servidores. Era outro sinal.
4. A ideia que o povo era o problema e que os governos deveriam reprimir hábitos e substituir a prevenção pela repressão –apelidando de choques de tudo-, da urina à exponenciação dos “pardais” de trânsito, foi criando uma sensação de sufoco. Era outro sinal.
5. O uso e abuso da publicidade pelos governos com gastos bilionários foram gerando a certeza que se tratava tudo de uma fraude, tentando iludir as pessoas. O que se mostrava não correspondia à realidade. Era outro sinal.
6. A blindagem dos governos que a imprensa –especialmente no Rio- fazia, destacando números e fatos positivos e omitindo tantos outros, sem equilíbrio entre os apologistas e os críticos, apontou na mesma direção de dicotomia entre a opinião publicada e a opinião pública. Isso foi se esgotando. Era outro sinal. Neste momento (vide marketing de grande semeadura), a cobertura das manifestações passa a expandir as redes sociais e a mobilização por elas e nas ruas (paradoxalmente?). É um forte sinal de continuidade.
7. Sem canalização institucional, tudo isso foi sendo canalizado para as redes sociais. A vaia em Dilma na abertura da Copa das Confederações foi o primeiro ato. O aumento no preço das passagens de ônibus foi o “tipping point”. No Rio, a coincidência com a proibição de vans na zona sul no mesmo momento do aumento, foi uma imprudência. Era outro sinal que a reação não seria uma procissão.
8. Jovens são a maioria nas redes sociais. Mas eles têm pais, professores, parentes, amigos, colegas e chefes de trabalho... Jovens são a grande maioria nas ruas, não porque sejam a grande maioria dos Indignados, mas pela característica, até natural, de energia e ousadia. Quem traduzir como movimento jovem apenas, vai se iludir.
9. As agências que pesquisam as redes e que acompanharam dia a dia, desde o dia 17, a dinâmica nas redes, mostraram que, do foco passagens de ônibus, os protestos se alargaram tematicamente. Nas redes, a proporção de notas, cartazes e vídeos é de 200 mostrando os excessos policiais, para 1 mostrando excessos das manifestações. Na imprensa a proporção é muito diferente.
10. A leitura dos dados econômicos por especialistas e pela imprensa não percebe o mundo fora dos mercados. Por exemplo: O IBGE apresenta taxa de desOcupação e não de desEmprego. O subemprego e o emprego precário nas tabelas do IBGE somados aos 5,8% de taxa de desocupação, somam 26% de -aí sim- Desemprego.
11. As manifestações têm três tendências, ao analisar o que ocorreu em outros países: a) tendem a ser descentralizadas em curto prazo, ampliando casos de violência; b) tendem a ser totalmente pacíficas, se somando com cartazes e palavras de ordem à Jornada da Juventude Católica; c) tendem a ser retomadas com a mesma ou maior intensidade em 2014, perto da Copa do Mundo e provavelmente culminando com um forte movimento pelo não voto -voto nulo, branco e abstenção.
12. Os protestos e manifestações só massificam quando têm foco concreto no cotidiano, nos alvos e nos temas e alta probabilidade de resultar. Ficam fáceis de contaminar as redes sociais e por elas serem multiplicadas. Não voto- será fácil mobilizar nas redes e nas ruas. Nesse sentido, uma reforma eleitoral densa e em curto prazo poderia evitar que os 35% virassem 50% ou mais em 2014.
7 comentários:
Aluízio, faça a correção no título . 1014/2014.
Dã... Será por isso que a canalha quer porque quer desarmar a população de bem?
Depois de chegar na quinta morte no dia de hoje.
Minha avaliação é que vai acabar em caos e o sangue vai lavar as ruas.
Esqueceu de colocar ao os "movimentos sociais" todos em periferia dominadas por traficantes e jovens armados e drogados todos embalados pela musica do MC Brow que faz apologia a MARIGHELLA.
https://www.youtube.com/watch?v=TdLd_NN7S6Y
Conclusão: Vai dar Merda.
De acordo com as elucidações do Cabral.Porém, eu pergunto:Se ele anteviu um cenário tão ruim, porque seu partido que antes era de oposição se uniu ao da Dilma formando com outros partidecos uma base aliada tão canalha?Não seria o momento do PMDB e dos outros partidecos aliados darem um adeus de mão fechada ao PT?
ALERTA: O povo esta nas ruas e nem sabe que esta ajudando a implantar o comunismo, veja as últimas noticias bem graves:
1 – MPL é de esquerda, tem até foto com a bandeira do MST. São de esquerda radical.
2- MPL esta convocando a população para reuniões sem a presença da imprensa.(Lavagem cerebral de esquerda)
3 – Dilma convoca a MPL para conversar, ou seja, os proprios filhos, pois não iria convocar alguém para dizer na cara dela o que eles estão fazendo.
4 – Tarso ja esta falando em criar uma assembleia constituinte e disse que as instituições não atendem mais os anseios do povo.
5 – Em BH terá protesto pela desmilitarização da Brigada Militar, a quem interessa isso?
6- Tarso esta associando os vandalismos a extrema direita e que estão sendo pagos pela oposição.
7- Gilberto Carvalho disse que protesto sem partido é como ditadura militar.
Na minha opinião, tudo foi orquestrado, veja como tudo conduz a implantação do regime bolivariano deles. Acho que agora a coisa complica, e o povo não sabe disso, nao entende isso e vai para as ruas protestar!
assista o vídeo e repasse
http://youtu.be/irXgfHDIOQM
Muito lúcido o texto.
Aluízio,
Eu recebo regularmente as matérias publicadas no chamado "Ex-Blog do César Maia", nem sei bem o porquê. Às vezes aparecem comentários interessantes por lá e por esta razão ainda leio a coluna. Eu coloco as barbas de molho com relação ao César Maia dado ele pertencer à abjeta classe dos políticos e ter uma biografia mais do que volúvel. Em matéria de filiação partidária, por exemplo, ele passeou pelo PCB, PDT, PMDB e DEM. Como se vê, trata-se de uma figurinha, digamos, eclética! Ou indecisa. Ou oportunista, sei lá! O fato é que tendo tido uma passagem pelo PCB, para mim, está desqualificado!
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