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terça-feira, julho 23, 2013

PAISAGEM DE PRIMEIRO MUNDO NUM PAÍS VIOLENTADO PELO SEU PRÓPRIO POVO

Uma aldeia suiça? Não. Isto é a neve no topo do Morro Cambirela, na área metropolitana de Florianópolis. A foto é do site da revista Veja.
Quem vê esta foto se ter alguma informação poderá pensar que se trata de paisagem do inverno europeu. Entretanto, trata-se do Morro Cambirela, que fica no município de Palhoça, que faz parte da área metropolitana de Florianópolis, a capital catarinense. Nesta terça-feira o Cambirela amanheceu com o topo coberto de neve.

A neve em Santa Catarina não é novidade na Serra, principalmente em São Joaquim, Urupema e adjacências, onde estão os locais mais frios do Brasil. Mas no caso da neve cair num morro do litoral catarinense é um fato insólito. Isto dá uma idéia do frio que castiga o Sul do Brasil, especialmente os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O fenômeno também dá uma ideia do tamanho do Brasil e sua diversidade climática. No Norte e Nordeste calor o ano inteiro, enquanto aqui no Sul as quatro estações são bem evidentes, ainda que não são em todos os invernos que a neve caia com essa intensidade.

Mas são as quatro estações bem definidas que conferem ao Sul características muito especiais. Enquanto no Norte e no Nordeste prevalecem as frutas tropicais, aqui se colhem maçãs de padrão europeu e uvas viníferas com as quais se produzem vinhos de alta qualidade que freqüentam as melhores delicatesses do mundo.

Mas apesar de toda essa generosidade da natureza em relação ao território brasileiro, ancorado sobre placas tectônicas estáveis e portanto livre de abalos sísmicos, bem como situado geograficamente numa parte do planeta que não está na rota dos furacões, este país teria tudo para ser um oásis de paz de progresso. Todavia, não é isso que acontece.

As razões são diversas. Mas a principal variável que faz do Brasil um dos países mais corrupto, mais violento e atrasado em nível científico e tecnológico é o tipo humano que o habita. Afinal, o que dá vida a um país são os seus habitantes. É o conjunto de sua população que forma a Nação brasileira.

Portanto, não existe nenhum indicador seguro de que esse lamentável destino possa ser alterado. A prova do que eu afirmo pode ser conferida nos veículos de imprensa publicados desde que se começou a noticiar os acontecimentos do país por meio de jornais, revistas e livros. Basta compulsar uma publicação de 50, ou 100 anos. Ver-se-á que certas notícias que estampam os veículos de mídia da atualidade em grande medida continuam sendo praticamente as mesmas no que tange à economia, às taxas de juros, à carestia, à carga tributária brutal e, como não poderia deixar de ser, a roubalheira de dinheiro público.

O Estado patrimonialista continua incólume e infestado de predadores. E continuará a sê-lo. Prova inconteste são os protestos que explodiram no país que carecem de objetividade e não atacam o principal: o gigantismo estatal. Pelo contrário, todos saem as ruas pedindo mais Estado babá para a honra e glória de Lula e seus sequazes que tripudiam impunemente sobre a democracia e a liberdade há mais de uma década.

A única coisa boa do Brasil é a sua diversidade de paisagens, de clima; a sua imensidão de perder de vista; o seu litoral recortado por praias de todos os tamanhos, tipos e formatos. 

A generosidade da natureza é tão grande que proporciona até mesmo o topo do Morro Cambirela coberto de neve, oferecendo um cenário que está mais para aquelas fotografias que exaltam as montanhas geladas da Suíça, do que para um país tropical perdido no continente sul-americano.

Desde o seu descobrimento o Brasil continua a ser, no máximo, um país agro-pastoril, exportador de produtos exóticos como o cacau, café e frutas tropicais que deslumbram os consumidores do hemisfério Norte.

Dia desses, uma pessoa que voltava de um período de permanência nos Estados Unidos, me dizia desconsolada que a maioria dos americanos nem sabe onde fica o Brasil. Ao que eu retruquei: "Você sabe onde fica Burkina Faso?

Sobrou uma interrogação no ar...

5 comentários:

Alexandre, The Great disse...

Recentemente, durante visita a alguns países europeus, perguntamos a cidadãos comuns (comerciantes, taxistas, hotelaria, estudantes) qual imagem vinha à sua mente quando dizíamos ser do Brasil: mais de 80% respondiam - "as belas mulheres" (no sentido sensual da expressão). Essa é a nossa imagem no exterior.

Victor Carlson disse...

Olá Aluízio!

Sem querer ser um estraga prazeres, mas as montanhas que aparecem na foto estão em Águas Mornas.
É a Serra do Tabuleiro, o Morro do Cambirela não aparece na foto.
Me perdoa, mas é dever de jornalista!

Abraço

Victor Carlson

Aluizio Amorim disse...

Valeu, Victor Carlson.
Realmente estava estranhando esta foto. Vc deve estar com a razão. Obrigado.
Abraço

Anônimo disse...

Endosso suas palavras, menos comparar a neve aí com país de 1º mundo. O país poderia ter neve em todo o seu território e ainda sim continuaria a ser de 3º ou 5º, a exemplo do que acontece na China e Coreia do Norte. Também cai muita neve em parte do Equador, Bolívia, Colômbia, Peru, Argentina e Uruguai na América Lat(r)ina e são todos 'cucarachos', isso sem falar em países como Irã, Síria, Índia, Afeganistão, Nepal, Bangladesh. Em todos esses países caem neve e são outro tipo de Lixo Ocidental.
Há países ilhotas na América Central, que são paraísos tropicais e que deixam qualquer daqueles países no chinelo em matéria de desenvolvimento e bem estar para sua população. É so fazer uma pesquisa e verão.

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto!
Acrescento uma notícia que me deixou de cabelo em pé: o Brasil está importando feijão da China! Eu não entendo quase nada de economia, etc, mas um país cuja economia é historicamente ancorada na agricultura, pecuária e extrativismo,importar feijão parece piada.