Neste vídeo uma apresentação de Oscar Castro Neves e banda no Blue Note Tóquio, Japão, interpretando "Ela é Carioca", de Antonio Carlos Jobim, num arranjo supimpa.
Uma infausta notícia. O falecimento de um grande músico brasileiro: Oscar Castro Neves, um dos pais da bossa nova. Vivia há muitos anos nos Estados unidos. Depois do histórico concerto da bossa em 1962 no Carnegie Hall de New York, resolveu ficar por lá. Faço aqui então uma homenagem póstuma a esse grande músico que além de violonista exímio também era compositor, arranjador e cantor, embora não se considerasse um cantor, vejam só.
Neste vídeo que selecionei para ilustrar este post pode-se ter uma idéia da competência e criatividade de Oscar Castro Neves. Um craque, um mestre entre os grandes mestres da bossa nova e do jazz.
Transcrevo abaixo reportagem do site do Estadão que relata a notícia e fornece um resumo da trajetória artística deste grande brasileiro.
Transcrevo abaixo reportagem do site do Estadão que relata a notícia e fornece um resumo da trajetória artística deste grande brasileiro.
Como os leitores do blog sabem eu sou fanático por música, especialmente a bossa nova e jazz e arranho a guitarra e o violão. Há algum tempo fazia postagens de jazz e bossa aqui no blog. No entanto, como o foco do blog é política, essas eventuais postagens musicais de vez em quando faço no meu perfil do Facebook. Todavia penso novamente e comentar alguma coisa de música aqui e postar alguns vídeos.
Fica então aqui a minha homenagem póstuma do blog a Oscar Castro Neves que me lembro quando começou a se destacar no Brasil, para logo em seguida se transferir para os Estados Unidos. Lá tocou e se apresentou com as maiores celebridades do jazz.
Além de seus próprios discos, Castro Neves integrou as gravações de grandes nomes do jazz norte-americano. Uma grande e lamentável perda, principalmente num mundo onde são cada vez mais raros os gênios da música popular, especialmente do jazz ao qual se integra a bossa nova, a única grande criação do Brasil que até hoje faz sucesso no mundo inteiro, enquanto aqui toda essa beleza, sofisticação e bom gosto, foi trocada pelo pelo kitsch. E a música denota sempre o estado de espírito de uma sociedade, a visão de mundo dominante e nisso a estética, que é uma área da filosofia, pode nos oferecer material teórico analítico de sorte a nos dar algumas respostas que explicam alguns fenômenos estéticos destes tempos.
Adeus Oscar Castro Neves que, infelzimente não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente.Leiam a reportagem:
Após meses de luta contra um câncer, morreu ontem o músico Oscar Castro-Neves, aos 73 anos. Ele, que ajudou a divulgar a bossa nova no exterior, morava em Los Angeles, nos EUA. O tumor estava alojado inicialmente no estômago, depois tomou o fígado e passou por um processo de metástase, atingindo outros órgãos.
Fica então aqui a minha homenagem póstuma do blog a Oscar Castro Neves que me lembro quando começou a se destacar no Brasil, para logo em seguida se transferir para os Estados Unidos. Lá tocou e se apresentou com as maiores celebridades do jazz.
Além de seus próprios discos, Castro Neves integrou as gravações de grandes nomes do jazz norte-americano. Uma grande e lamentável perda, principalmente num mundo onde são cada vez mais raros os gênios da música popular, especialmente do jazz ao qual se integra a bossa nova, a única grande criação do Brasil que até hoje faz sucesso no mundo inteiro, enquanto aqui toda essa beleza, sofisticação e bom gosto, foi trocada pelo pelo kitsch. E a música denota sempre o estado de espírito de uma sociedade, a visão de mundo dominante e nisso a estética, que é uma área da filosofia, pode nos oferecer material teórico analítico de sorte a nos dar algumas respostas que explicam alguns fenômenos estéticos destes tempos.
Adeus Oscar Castro Neves que, infelzimente não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente.Leiam a reportagem:
Após meses de luta contra um câncer, morreu ontem o músico Oscar Castro-Neves, aos 73 anos. Ele, que ajudou a divulgar a bossa nova no exterior, morava em Los Angeles, nos EUA. O tumor estava alojado inicialmente no estômago, depois tomou o fígado e passou por um processo de metástase, atingindo outros órgãos.
Sem a sofisticação de cabeças como a de Castro-Neves, formada por encadeamentos do jazz de Dizzie Gillespie e de Charlie Parker, a bossa nova seria reconhecida como um sambinha de luxo. Oscar não ficou como o nome de frente da turma por sua discrição – e por opção. Depois do histórico show da bossa nova no Carnegie Hall de Nova York, em 1962, ele foi um dos que preferiu não voltar ao País.
De Nova York, ele partir para a Califórnia, onde seguiu em excursão com o quinteto de Dizzie Gillespie, depois com o trio de Lalo Schifrin, o quarteto de Stan Getz e o quarteto de Laurindo de Almeida. Gravaria depois com Quincy Jones, com Ella Fitzgerald, com Herbie Hanckock, com Barbra Streisand e até com Michael Jackson. Ausente de sua terra, veria de longe a bossa ganhar muitos pais. João Gilberto, Tom Jobim, Baden Powell, Vinicius de Morais, Carlos Lyra, Roberto Menescal. Talvez o menos lembrado seja Oscar Castro-Neves.
Seu instrumento era o violão e sua cabeça era de maestro. Cantava, mas não se considerava um cantor. Sentia-se muito mais em casa quando se apresentava como compositor, arranjador, produtor e instrumentista. Sempre esteve bem acompanhado, desde o nascimento, quando veio ao mundo trigêmeo, em 15 de maio de 1940.
Não havia quem não tocasse um instrumento em sua casa. Era tanta informação que o menino de 16 anos já tinha música demais querendo sair de sua cabeça. A primeira delas foi Chora Tua Tristeza, a estreia de um adolescente como gente grande. Ela lhe veio quando ele estava dentro de uma Kombi, uma lotação, no Rio de Janeiro. Guardou cada um dos acordes imaginários na memória até chegar em casa, pegar o violão correndo e dar vida àquela criatura.
Formou um grupo com os irmãos até descobrir que a turma da zona sul do Rio de Janeiro tinha as mesmas intenções que ele. Correu para lá. De parceria em parceria, ganhou nome o bastante para ser designado o homem que ensaiaria todo mundo para a apresentação estelar do Carnegie Hall de 1962.
A bossa nova atracou nos mares da MPB e Oscar Castro-Neves seguiu em frente, retornando ao Brasil algumas vezes até estabelecer-se de vez nos Estados Unidos. Já tinha nome suficiente quando os anos 1970 chegaram. A indústria de filmes o descobriu como autor de trilhas sonoras e o contratou par fazer Blame it On Rio; Gabriela; LA Story; He Said, She Said; Larger Than Life.
Fez valer as aulas de instrumentação e arranjo que um dia teve com Moacir Santos, tornando-se também diretor de musicais e produtor de discos. Em 1999, associou-se ao violoncelista Yo Yo Ma e dele produziu Soul of Tango, com o qual voltaria ao calor dos holofotes conquistando o prêmio de "melhor crossover clássico".
Assinou ainda, durante seis anos, a noite brasileira do super evento norte-americano Hollywood Bowl, em Los Angeles. Contudo, era definido por seus próximos como um gentleman. Do site do jornal O Estado de S. Paulo
3 comentários:
Os bons tempos antes deste partido nefasto que assolou o Brasil. Que descanse em paz, foi um grande artista. Nilda
qualquer um que tenha juizo e competencia fica nos EUA apos uma temporada por la...
especialmente se o sujeito eh um competente compositor de bossa nova, gênero desprezado por essas terras primitivas, mas muito admirado e valorizado em países civilizados...
chega a ser inacreditável que somos um dos poucos países no mundo a ter um estilo musical jazzístico próprio e não conseguimos fazer disso a nossa base cultural...
a chinelagem ética, moral e cultural impera em todos os lugares do país...
o Brasil resolveu descer as âncoras na sua pior fase e, a meu ver, se tornou imutável...
:-(
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