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domingo, novembro 17, 2013

ARTIGO: Corruptos e cínicos!

Por Nilson Borges Filho

Tudo o que se disser sobre José Dirceu é verdade. Tudo mesmo, independentemente do lado do balcão em que esteja o autor da fala. Demonizado pelos adversários e exaltado pelos apoiadores, Dirceu tem um histórico político controvertido, desde os tempos de militância estudantil. Na verdade, nunca foi unanimidade entre seus camaradas, principalmente quando do exílio em Cuba, onde gozava de regalias na medida inversa de outros exilados brasileiros que passavam ao largo das benesses do regime dos irmãos Castro.

Dirceu faz aquele tipo que se utiliza de qualquer meio para manter o controle de situações e pessoas, pouco importando o que estiver pelo seu caminho.

Para a conquista e a manutenção do poder temporal, o capitão do time de Lula descarta qualquer intimidade com princípios éticos e morais. Mas não há como negar que Lula só chegou à presidência da República quando Dirceu passou a comandar o PT. Naquela oportunidade afastou da tomada de decisões do partido as correntes radicais, que não admitiam coligações com partidos de viés conservador.
Lula sabe que deve, em parte, a José Dirceu sua eleição à presidência. Mesmo os seus adversários reconhecem no ex-ministro da Casa Civil um quadro político de grandes qualidades, seja como articulador, seja como líder da mais importante facção da seita petista.

Lula ganhou as eleições, é bom que se diga,  com a participação de outros partidos, ditos conservadores, no consórcio montado por Dirceu. Mas isso só não bastava. Dirceu sabia que somente com uma maioria sólida no parlamento e a companhia de dirigentes partidários dóceis, o governo Lula aprovaria o que desejasse no Congresso. Beleza.

Mas havia o rescaldo das eleições, mais precisamente dívidas de campanha dos partidos que ajudaram Lula a sentar na cadeira presidencial. A regra, desde sempre, é de o partido majoritário compartilhar o poder entre todos aqueles que o ajudaram no pleito. Dirceu via além disso. Em vez de oferecer compartilhamento no poder recém inaugurado pelos petistas, melhor seria comprar o apoio dos partidos com dinheiro vivo, instituindo uma mesada para seus parlamentares para saldar rescaldos de campanha e a sobra para o próprio bolso.

Por iniciativa do deputado petista Virgílio Guimarães surgiu em cena um empresário de Belo Horizonte, sócio de agências de publicidade, que estava disponível para transacionar facilidades para o PT. Mediante contratos fajutos, assinados por Genoino e Delúbio Soares, com bancos mineiros, interessados em verbas públicas, as agências de Marcos Valério intermediaram toda a bandalheira de alguns milhões de reais para partidos e políticos. Sem forçar a mão, pode-se dizer que foi o maior o maior assalto aos cofres públicos da República.

Não está sendo um final feliz para a quadrilha do mensalão. Alguns já estão pegando cadeia, outros não perdem por esperar. O STF fez uma limpeza ética na política brasileira, mesmo contrariando interesses de certos ministros. Mas o que mais chama a atenção, depois das prisões dos corruptos, é o cinismo dos condenados, ora alegando que foi um julgamento de exceção, ora afirmando que não se deu aos meliantes o devido processo legal. Cínicos e debochados, pois desde o início do processo até o julgamento dos embargos declaratórios levou-se oito anos para a conclusão, em parte, da Ação Penal 470.

O ridículo ficou na conta dos Josés, o Dirceu e o Genoino, que de punhos levantados lançaram vivas ao PT. E para finalizar tem o fujão, que escafedeu-se em direção a Itália. Que coisa triste.

(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog.

3 comentários:

Anônimo disse...


Deus sabe o que faz. Depois de tantas chicanas protelatórias, urdidas por advogados matreiros - e endossadas, infelizmente, por juízes tendenciosos - estamos presenciando a prisão de alguns dos responsáveis pelo maior escândalo de corrupção política da história do país. Nada mais emblemático - e é aí que entra a expressão ‘Deus sabe o que faz”- do que a prisão dos mensaleiros-goilpistas do governo Lula e do PT ocorrer neste 15 de novembro, data que, a partir de agora, adquire um novo sentido para o País Que Presta. Torna-se compreensível, finalmente, o refrão brandido por Lula da Silva durante os seus oito anos de mandarinato: “ Nunca antes na história deste país”.

Sim, é isso mesmo: nunca antes na historia deste país um governo e um partido político sentaram no banco dos réus, e de modo tão merecido, para serem merecidamente sentenciados à prisão, na figura de alguns dos seus mais legítimos representantes. O que não é compreensível para o Brasil Que Presta é que Lula da Silva tenha escapado desse julgamento, já que todo o assombroso cortejo de crimes que atende pelo nome de Mensalão se passou no governo dele, e sob as suas barbas. Como lembrou Diogo Mainardi, todo mundo sabia o que o PT fazia por baixo do pano, só Lula que não. Logo ele, o grande beneficiário da tramoia política, de quem Zé Dirceu, apontado como o chefe da quadrilha do Mensalão, dizia que nada era feito sem que ele soubesse.

Apesar de ter dito que iria “desmontar a farsa do mensalão”, Lula da Silva não fez mais do que escapar, miraculosamente, de sentar-se no banco dos réus, junto com os companheiros da tresloucada aventura golpista. Escapou do julgamento do STF, mas não escapará, por certo, do julgamento da História. Todos saberão, um dia, quando não houver mais ”bolsas” financiando meias-verdades e mentiras inteiras, que o seu governo se esfacelou em mil pedaços: parte deles caiu no colo da sua governanta, como uma herança maldita que vai destruindo, rapidamente, as esperanças do país, e o resto, quem diria?, foi parar na Papuda. Na Papuda, sim, que é o lugar mais apropriado para aqueles que se apropriaram da “res pública”. O que, infelizmente, não garante o fim da estripulias desse partido. Como afirmou, recentemente, Guilherme Fiúza: “O PT será eterno enquanto durar o dinheiro dos outros”.

No frigir dos ovos, o que estava fadado a se transformar em simples piada de salão teve ingredientes para tanto neste 15 de novembro, se levarmos em conta as cenas, patética!, dos petistas chegando às dependências da PF, com os punhos cerrados, em riste, dando vivas ao PT e proclamando-se como “presos políticos”. No entanto, a arrogância ensaiada, assumida e desmedida desses infelizes que não aprenderam nada com os próprios erros e as consequências deles advindas, nos dá a mais absoluta certeza de que estamos diante, não de uma piada, mas de uma verdadeira tragédia.

Anônimo disse...

Aluízio, lhe dedico uma parte do poema de Drummond.Peço-lhe perdão por não colocá-lo na íntegra mas sugiro sua leitura.É lindo e adequado ao momento.

E agora José
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora José?
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Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama , protesta?
e agora José?

( Podemos encontrá-lo em muitas páginas da internet.)

Anônimo disse...

Pelo artigo 17 da CRFB/88 acho que o PT é um partido inconstitucional. Basta ler...