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sexta-feira, março 14, 2014

DO SIMBOLISMO DA FICÇÃO PARA A REALIDADE: AFINAL, OS COMUNISTAS PODEM MESMO ESTAR EM TODOS OS LUGARES?

Dono de um excelente texto e vasto conhecimento, o professor Luiz Nazario, da Universidade Federal de Minas Gerais, é antes de tudo um especialista em cinema. Mas também caminha com desenvoltura pela seara da política e da filosofia. E isto pode ser comprovado nos textos que estão no seu blog. Há inclusive link permanente para o blog de Nazario na coluna à direita aqui no blog bem abaixo.
De vez em quanto dou uma passada pelo Blog do Luiz Nazario. Há pouco estive por lá e encontrei um artigo muito interessante sobre o seriado de TV americano The Invaders (1967-1968). O texto está redondo. E, em boa medida, essa série se encaixa no plano político da atualidade brasileira e planetária no que concerne ao aspecto simbólico do enredo. Os aliens seriam os comunistas. 
O personagem central da história é David Vincent (Roy Thinnes) que vê com seus próprios olhos a invasão de seres extraterrestres. Todavia, ninguém acredita na sua história. 
Leiam que vale a pena. Constarão como tem tudo a ver com o que ocorre na atualidade política. Quando os incrédulos verem com os seus próprios olhos os aliens, eles já terão tomado posse do pedaço. Vejam:
No seriado de TV The Invaders (Os Invasores, 1967–1968), criado por Larry Cohen e produzido por Quinn Martin para a rede ABC, ao voltar para casa depois de uma jornada estafante, o arquiteto David Vincent (Roy Thinnes, na foto) busca um atalho, que não encontra, deparando-se com um restaurante de beira de estrada abandonado. Ele estaciona o carro em frente ao local para cochilar antes de seguir viagem quando, do nada, surge uma nave espacial, de outra galáxia, pousando diante dele.
Os invasores estavam deixando um planeta agonizante, querendo fazer da Terra o planeta deles. Para isso, substituíam os humanos por clones de mesma aparência, mas frequentemente – não sempre – com um “defeito de fabricação”, que os denunciava a quem sabia do segredo: o dedo mindinho da mão esquerda dos falsos humanos apresentava uma estranha rigidez.
Ninguém mais poderia estar seguro da humanidade de seus interlocutores: qualquer um poderia ser agora um alien disfarçado. E como o dedinho duro não era um defeito generalizado dos  aliens – alguns não tinham esse defeito, outros o corrigiam com uma operação – a identificação dos mesmos era sempre problemática. Pior: alguns humanos se aliavam aos aliens e serviam aos seus planos, por um misto de interesses megalomaníacos e estúpida revolta contra a humanidade devida a forte recalque.
David Vincent, um arquiteto que raramente vemos trabalhando em sua profissão, tornava-se um obcecado com os invasores e acabava descobrindo, um a um, os segredos desses aliens: além da rigidez de seus mindinhos, o prazo de validade de suas formas humanas; a necessidade de regeneração de seus organismos dentro de grandes tubos; a ausência de coração e, portanto, de batimento cardíaco e de pulso; a morte deles sempre seguida de autocombustão.
Percebendo os aliens como seres malignos, David tenta convencer o mundo cético de que a invasão do nosso planeta começara. Mas seus relatos parecem aos demais tão fantásticos que ele é sempre desacreditado e ridicularizado. Todos o tomam por louco. Já no episódio piloto, do qual existem duas versões, a que foi ar, e outra mais extensa, de uma hora, Vincent chega a ser internado num hospício. Mas o tough guy não desiste e se torna um especialista em aliens, e seu mais feroz caçador.
Os aliens, porém, não facilitam a missão de Vincent, pois a cada tentativa frustrada de exterminar a humanidade, as sinistras criaturas, cuja verdadeira forma jamais é mostrada, destroem seus equipamentos, suas armas, suas naves e tomam pílulas de veneno, desaparecendo sem deixar traços. Desse modo, Vincent não consegue obter nenhuma prova material para mostrar aos demais e convencê-los de que ele não está louco, mas sim dizendo a verdade.
Embora o “inimigo” visado simbolicamente pela série seja o comunista (os aliens são desprovidos de sentimentos; ameaçam destruir o humano no homem; incineram-se envoltos num luminoso halo vermelho), o padrão totalitário que eles encarnam também os aproxima dos nazistas: as drágeas de suicídio, as farsas montadas para ludibriar os humanos, seus planos e métodos de extermínio em massa, etc. Clique AQUI para ler o artigo completo e conhecer o excelente blog do professor Luiz Nazario

Um comentário:

Anônimo disse...

Posteriormente, alguns passaram a cortar o mindinho da mão esquerda para dificultar a identificação.