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quarta-feira, abril 09, 2014

SAIA JÁ DAÍ ANDRÉ VARGAS. O BICHO VAI PEGAR.

Por Nilson Borges Filho (*)
André Vargas é o nome do moço. Deputado federal eleito pelo PT do Paraná,   o parlamentar ocupa a vice-presidência da Câmara dos Deputados e, por força constitucional, a vice-presidência do Congresso Nacional. Convenhamos, não é pouca coisa. E se chegou a essa posição é porque tem a total confiança da cúpula petista e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e conta com o aval – talvez envergonhado - de Dilma Rousseff.
Quero dizer com isso que André Vargas tem pedigree partidário e com certeza não é gente como a gente. Era reconhecido entre seus correligionários como homem de partido. Melhor me expressando, é um pau mandado do PT, o bate-estaca que se legitimava por sair em defesa dos mensaleiros José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e João Paulo Cunha, condenados por corrupção pela mais alta corte de justiça do País.
O mantra varguista não destoava da ordem que vinha de cima: “os mensaleiros são inocentes e se submeteram a um julgamento político”. Esse discurso falacioso tem um único objetivo e endereço: estancar a dispersão da militância petista.
A larga maioria dos brasileiros não tem a menor dúvida de que o mensalão foi uma das maiores bandalheiras da história política brasileira. E essa expressiva parcela da sociedade aprovou a forma como Supremo julgou a Ação Penal 470, quando botou em cana políticos importantes e banqueiros espertalhões.
Em episódio recente, o deputado André Vargas ocupou as primeiras páginas dos jornais ao afrontar o ministro Joaquim Barbosa. Com o braço erguido e punho fechado, gesto utilizado pelos condenados José Dirceu e José Genoino no momento em que eram encarcerados, o valente deputado desrespeitou o presidente de um dos poderes da República. Pura boçalidade de um homem grande em tamanho e pequeno em caráter.
O povo paranaense merecia coisa bem melhor para representa-lo na Câmara dos Deputados. Conhecido por tropeçar na gramática e por sua geografia quase humana, o ilustre homem público acaba de ser apanhado por uma investigação notável da Polícia Federal, conhecida como Lava-Jato. Em associação com um doleiro especializado em lavar dinheiro roubado dos cofres públicos, André Vargas atuava como facilitador de malfeitorias que engordavam os bolsos dos envolvidos
Partidos políticos da base do governo não ficaram de fora na partilha do butim. O remédio Prozac passou a ser consumido em doses industriais em Brasília, principalmente por políticos e executivos de empreiteiras, que aguardam a qualquer momento ser convidados para dar explicações à Polícia Federal sobre a movimentação de uma dinheirama que acabou em propinoduto.
O mandato do deputado André Vargas não passa de amanhã. O ex-presidente Lula já deu o veredito: “a renúncia é a melhor decisão, para que o PT não pague o pato”.
Dilma derrete a cada pesquisa de opinião e não há vestígios de recuperação a curto prazo. As candidaturas de Padilha para o governo de São Paulo (Vargas fez lobby no Ministério da Saúde) e de Gleisi Hoffmann para o governo do Paraná estão sendo arranhadas pelas maracutaias do parlamentar paranaense. No caso de Gleisi um outro caso vai fazer barulho quando do início da campanha eleitoral: a senadora petista agasalhou em seu gabinete da Casa Civil um cidadão acusado de pedofilia.
O ex-presidente Lula saiu do silêncio e decidiu falar a jornalistas, mas com um detalhe revelador: os seus ouvintes eram jornalistas chapa-branca e blogueiros sustentados por verbas de estatais. Lula deve explicações: primeiro sobre o assanhamento de Dona Rosemary com o poder público, viagens internacionais, frequências em embaixadas, indicações de amigos em cargos estratégicos, sinecuras para a filha e ex-marido e suas brincadeirinhas com o garanhão de Garanhuns. Provavelmente coisinhas sem muita relevância: aquela coisa de adolescência, o rola-rola bobinho de mão naquilo e aquilo na mão. 
(*)Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito e articulista colaborador deste blog

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