Por Nilson Borges Filho (*)
Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima é o nome da moça. Com pose de madre superiora arrependida – embora evangélica – Marina Silva tem estilo próprio. Circula com um xale de brechó, que faz parecer um manto sagrado. Longe de um pretinho básico, peça preferida de dez entre dez moças que se movimentam entre os escaninhos do poder, a candidata a presidente é chegada em roupas com motivos étnicos, mas nada extravagante como é recomendável para uma senhora que professa sua fé nos cultos da Assembleia de Deus. Com um discurso que prega a ética na política, Marina Silva gosta de dar lição de moral nos adversários políticos.
Na verdade são muitos, pois já trafegou pelo PT, PV e agora dá suas cartas no PSB. Tudo indica que não ficará nisso, pois a candidata quer porque quer um partido para chamar de seu. Encerrado o pleito, eleita ou não à presidência, Marina vai pular fora do barco socialista.
Fernando Collor criou um partido só para si, a que deu um nome pomposo, Partido da Reconstrução Nacional (PRN), que sobreviveu até seu criador ser expulso da vida pública por crime de responsabilidade. Na verdade, Collor e seu partido destruíram as instituições e transformaram a Casa da Dinda, residência de Fernando Collor em Brasília, num valhacouto de políticos corruptos, onde faziam suas traficâncias.
Marina saiu dos seringais do Acre, frequentou universidade pública e saiu com um canudo de historiadora para entrar na política. Chegou ao Senado da República, disputou a presidência com um patrimônio eleitoral de 20 milhões de votos.
É com esse recall de votos somados aos indecisos e, principalmente com os votos dos jovens eleitores que desejam distância de tudo que aí está e dos rebeldes sem causa, que Marina Silva pode incomodar os dois principais concorrentes: Dilma Rousseff e Aécio Neves. De Dilma não sairá surpresa nenhuma, pois sabe-se muito bem o que não fez pelo Brasil depois de 4 anos aboletada na cadeira presidencial.
De Aécio Neves sabe-se muito bem o que pretende fazer pelo Brasil, prova disso são os dois mandatos exitosos no governo de Minas Gerais. De Marina Silva a única certeza é a incerteza de um governo sem sustentação parlamentar e sem a mínima experiência para tratar dos negócios (no bom sentido) do Estado.
O coque fora de moda, o xale de brechó e com aquele ar de santidade do pau oco, Marina é um tiro no escuro, uma aventura que o brasileiro não pode levar adiante. Além do voto de bom tipo, espera-se dos brasileiros um pouco de juízo quando depositar na urna o seu direito de cidadão. Não podemos perder mais 4 anos para construir um Brasil limpo. Tempos atrás, Marina aportou em Belo Horizonte (em que pese Minas não ter saída para o mar), deitou falação e se colocou no pedestal dos vestais de araque, verbis:
“Eu e o Eduardo Campos estamos lutando contra esses grandes grupos que se alimentam da corrupção. É por isso que cada um tem um mensalão para chamar de seu”.
Como Eduardo Campos não está mais entre nós, o contribuinte brasileiro e o cidadão de bem deste País exigem da candidata Marina Silva explicações convincentes sobre a origem do dinheiro que abastecia o jatinho que chamava de seu e quem são os reais proprietários da aeronave. Para uma candidata que exalta a ética e se coloca à margem e acima da política tradicional é obrigação que venha a público para dizer aos eleitores a verdadeira história desse jatinho que Marina chamava de seu.
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito e articulista colaborador deste blog. Foi professor e diretor da Faculdade de Direito da UFSC, professor visitante da UFMG e Juiz do TRE de Santa Catarina.
3 comentários:
O da Marina é do Jatinho, mensalão do jatinho.rs
... e o Aécio do aeroporto. rs
O mesmo jatinho que derrubou Campos pode derrubar a Marina.
Seria uma justiça e tanto!
Abraço
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