A base aliada fracassou na tentativa de reduzir o prazo de tramitação do projeto que permite ao governo driblar a meta de superávit primário. Em votação, os governistas não conseguiram o número mínimo de votos exigido para que o texto fosse apreciado ainda nesta quarta-feira pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), como pretendia o Executivo.
O projeto, que altera o orçamento de 2014, chegou a ser dado como aprovado em uma sessão tumultuada da CMO na noite de terça-feira. A oposição protestou, apontando que a votação se dera de forma irregular, sem a comprovação de que havia maioria a favor do texto. Depois de uma reunião entre líderes partidários nesta quarta, fechou-se acordo pela realização de uma nova votação para evitar questionamentos.
Para votar novamente o projeto, entretanto, seria preciso respeitar o regimento do Congresso, que exige um prazo de duas sessões regulares entre uma votação e outra de uma mesma matéria. É o chamado interstício. Encurtar esse prazo exige o aval dos integrantes da CMO. Mas tal manobra tampouco foi aprovada. Em votação para definir se haveria ou não quebra do interstício, o resultado foi de 15 votos a favor e 7 contra. O governo precisava da maioria absoluta dos 40 integrantes da comissão - ou seja, 21 votos.
Após a proclamação do resultado, o presidente da CMO, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) chegaram a afirmar que bastava a maioria dos presentes para a quebra do interstício. Mas a oposição chamou a atenção para o regimento comum do Congresso, que exige a maioria absoluta. Devanir acatou. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), provocou o Planalto: "O governo precisa aprender a fazer mobilização nesta Casa", disse ele. Apesar da vitória temporária da oposição, a tendência é que o projeto seja aprovado.
O texto proposto pelo governo permite abater do resultado fiscal deste ano todos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias. O projeto altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), tirando do governo a obrigação de cumprir qualquer objetivo fiscal neste ano. A meta de superávit primário do setor público estabelecida na LDO é de 167,4 bilhões de reais ou cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas, com os descontos, o governo pretende estabelecer uma meta de 99 bilhões de reais neste ano, equivalente a 1,9% do PIB.
Os gastos com o PAC somaram 47,2 bilhões de reais e as desonerações chegaram a 75,7 bilhões de reais entre janeiro e setembro, de acordo com dado dados do Tesouro. O resultado primário do setor público consolidado, que inclui governo central, Estados, municípios e estatais, também ficou negativo em 15,3 bilhões de reais no acumulado de nove meses, o primeiro na série histórica do Banco Central iniciada em 2002. Do site da revista Veja
4 comentários:
Enquanto não pegarem o Chefe, e a gerente inescrupulosa, estamos sujeitos a estes golpes do Foro de São Paulo.
Brasil Desperta!
Esse pessoal do PT deveria ser fissurado no estudo de História, haja vista sua admiração/reverência a Marx. Mas qual... A pior maquiagem de contas já feita, a de Necker, em 1781, desencadeou nada menos que a Revolução Francesa, como se pode conferir na citação que segue (que está em inglês, lamentavelmente, e não vou traduzir):
" In 1781, the widely respected and trusted Jacques Necker released his much awaited account on the financial position of the Kingdom of France, the Compte Rendu'. Translated literally to 'account rendered', the assessment was a clear fabrication of the financial state of France claiming incorrectly that government had $10 million livres in surplus - when in fact it was on the brink of bankruptcy. The release of the document sparked a chain of events that would eventually lead to the start of the revolution in 1789. "
Ver: http://www.studymode.com/essays/How-Did-Necker%27s-compte-Rendu%27-1781-123716.html
"A veiculação do documento deflagrou uma cadeia de eventos que, ao final, resultou no início da revolução em 1789."
Maquiar contas é montar a ante-sala que leva ao pátio onde fica a guilhotina, se a Revolução Francesa serve de lição.
Grato por tudo, Aluízio. Grande blog.
São piores que Hitler esses malditos..
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