AMOR, LUXÚRIA E COBIÇA: "CONEXÃO PERU" DO PETROLÃO PARECE ROMANCE POLICIAL. AS PERIPÉCIAS DE DIRCEU, A AMIGA BRASILEIRA-PERUANA E ATÉ ROSEMARY DE LULA.

Zaida Sisson em seu marido peruano Rodolfo Beltrán Bravo, ex-ministro da Agricultura do Peru (governo Alan García). Acima Dirceu conversa como interlocutor peruano sob o olhar risonho da mulher loura. Clique sobre as imagens para vê-las ampliadas

À medida em que os procuradores federais da Operação Lava Jato aprofundam as investigações os fatos novos surgem em borbotões e mais parece romance policial onde não faltam episódios amorosos, cenas de suspense e mistério que prendem a atenção do espectador do começo ao fim desse "filme".

É o caso recente da "Conexão Peru", como reportei aqui no blog com base nas informações e vídeos veículados com exclusividade pelo site de Veja. A história tem como ator o indefectível José Dirceu cruzando fronteiras nos tempos pós-mensalão, quando já era indiciado no inquérito que afinal o levou à prisão. Apesar de afastado da função de poderoso Chefe da Casa Civil do governo Lula, Dirceu, como mostram os fatos documentados em cinco vídeos, agia com desenvoltura tamanha que mais parecia um ministro. Tanto é que no Peru foi interlocutor junto às autoridades daquele país no sentido de estabelecer negócios entre empresas brasileiras e o governo peruano então comandado pelo aprista Alan Garcia. Basta dar uma volta pelos sites da imprensa peruana. O assunto é destaque.

Nesse voleio de Dirceu em terras peruanas aparece a brasileira Zaida Sisson de Castro, casada com um ex-ministro importante do governo Alan Garcia. Nesta segunda-feira, dia 3, seu apartamento em São Paulo foi vasculhado pela polícia federal, conforme relata o site do jornal O Estado de S. Paulo que transcrevo abaixo. Segundo as informações da imprensa brasileira e peruana, Zaida prestou serviços à empresa JD Consultoria, de José Dirceu.

MAIS UMA PITADA DE MISTÉRIO

Mas antes de fazer a transcrição, vale a pena destacar uma nota do site O Antagonista, intitulada 'As pilxulecas", revelando que Zaida Sisson de Castro teria íntimas ligações com Rosemary Noronha, ex-amante de Lula, que responde processo por improbidade administrativa dadas às irregularidades flagradas quando foi chefe do escritório do Palácio do Planalto em São Paulo, subordinada diretamente à presidente Dilma Rousseff. 

Diz O Antagonista: 

"Amiga de José Dirceu que recebeu pixulecos para intermediar negociatas no Peru foi descrita em reportagens da Folha e da Veja como "consultora" e mulher de um ex-ministro peruano. Mas Zaida Sisson de Castro é muito mais.

Quem quiser saber detalhes pode perguntar para Rosemary Noronha, denunciada por tráfico de influência e improbidade no comando do escritório da Presidência da República em São Paulo. As duas eram chegadíssimas."

Como afirmei no início deste post o escândalo do petrolão contém, portanto, todos os ingredientes de um filme policial, inclusive, mistérios de alcova.

Matéria do Estadão relata a batida que a Polícia Federal efetuou no apartamento de Zaida Sisson de Castro em São Paulo, destacando sua ligação direta com José Dirceu e inclusive a tabela de pagamentos de seus honorários que foram pagos pela JD, como poderão conferir abaixo. 

Segue a matéria do Estadão:

O rumoroso caso dos tentáculos do petrolão no Peru é detaque na imprensa peruana, como podem conferir neste facsímile do site do jornal El Comercio. Clique sobre a imagem para vê-la ampliada

O PETROLÃO E A CONEXÃO PERU

Zaida Sisson, mulher de Rodolfo Beltrán Bravo, ex-ministro da Agricultura do Peru (governo Alan García), é alvo da Operação Pixuleco, 17.º capítulo da Lava Jato. Nesta segunda-feira, 3, a Polícia Federal vasculhou um apartamento no Centro de São Paulo, endereço de Zaida Sisson, segundo os investidores. Brasileira, ela teria sido elo do ex-ministro-chefe da Casa Civil (Governo Lula) José Dirceu em negócios da empreiteira brasileira Engevix no Peru.

A ÍNTEGRA DO DESPACHO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

As buscas foram realizadas pela PF no imóvel porque Zaida Sisson foi citada na delação premiada do lobista Milton Pascowitch, que denunciou propinas para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula), preso na Pixuleco. O caso virou notícia na imprensa peruana.

Relatório da PF indica que Zaida Sisson foi destinatária de valores remetidos pela JD Assessoria e Consultoria, criada pelo ex-ministro depois que ele teve cassado seu mandato de deputado e virou réu do Mensalão. Ela foi beneficiária de 20 transferências bancárias realizadas pela JD entre 16 de janeiro de 2009 e 16 de novembro de 2011, totalizando R$ 364.398,00.

Clique sobre a imagem para vê-la ampliada

Zaida foi mencionada por Milton como esposa do Ministro da Agricultura do Peru e indicada por Dirceu a atuar na obtenção de contratos para a Engevix naquele país. Aliás, Zaida também foi citada em informações prestadas por outra empreiteira cartelizada, a Galvão Engenharia, como responsável pela SC Consultoria S.A.C., indicada por Dirceu para prestar assessoria à Galvão no Peru”, aponta documento do Ministério Público Federal no pedido de prisão de Dirceu.

“José Dirceu expandiu sua “consultoria” para Zaida, que, segundo Milton Pascowitch, seria casada com um agente político do Peru, para atuação naquele país”, aponta a PF.

Um dos novos delatores da Lava Jato, Milton Pascowitch contou à força-tarefa que em meados de 2008 fez uma viagem ao Peru, que buscava a internacionalização da empreiteira Engevix. Pascowitch é apontado como operador de propinas da Engevix na Diretoria de Serviços da Petrobrás.

“Em meados de 2008, o declarante (Pascowitch), José Dirceu, Gérson Almada e José Antonio Sobrinho,foram ao Peru, e tiveram reunião com alguns ministros daquele país, como “ministro das águas”, “ministro de energia”, e com o presidente da PetroPeru, equivalente à Petrobrás; que na ocasião José Dirceu apresentou uma conhecida sua, brasileira, chamada Zaida Sisson, esposa do ministro da Agricultura do Peru, a qual ficou como representante encarregada de levar adiante as negociações travadas naquele país com vistas a obter contratos para a Engevix”, diz Pascowitch. Do site do Estadão