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terça-feira, outubro 27, 2015

LAVA JATO: "TEM VINDO BASTANTE PEIXE", AFIRMA O JUIZ SERGIO MORO EM EVENTO DA REVISTA 'THE ECONOMIST' EM SÃO PAULO

Juiz Sérgio Moro durante evento realizado pela revista The Economist no Hotel Grand Hyatt em São Paulo. 
Foto: Veja 
O juiz federal Sérgio Moro reagiu com humor às críticas de que lança mão, em excesso, de pedidos de prisões preventiva no âmbito da Operação Lava Jato, nesta terça-feira, em São Paulo, durante evento da revista britânica The Economist. Instado a comentar a grande quantidade de suspeitos "pescados" nas diversas fases da investigação, brincou que "tem vindo bastante peixe", arrancando risos da plateia. Moro reconhece que o recurso de prisão preventiva não deve ser a regra, mas ressaltou que todos os pedidos foram feitos dentro da lei.
"Minha percepção é de que, embora a prisão preventiva seja um mecanismo excepcional - a regra é que se responda em liberdade --, o caso, em si, é investido de excepcionalidade", disse. Para ele, não há como fechar os olhos e cogitar que tudo que os envolvidos dizem é verdadeiro. No entanto, Moro não arriscou a dizer se a Lava Jato será um caso excepcional ou se tornará regra no Judiciário. "É difícil saber no presente momento. Temos que esperar alguns anos", disse, ressaltando a importância de instituições fortes e eficientes.
Ao comentar o fatiamento da Lava Jato, Moro disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) teve razões jurídicas para tomar a decisão de enviar à Justiça de São Paulo parte da investigação, referente a supostos desvios no Ministério do Planejamento. "Não é matemática, não tem respostas certas e erradas para todos os casos. (O fatiamento) provoca discordâncias entre juristas, mas não afeta o remanescente do caso, que continua em Curitiba", afirmou.
Questionado sobre os principais desafios do Judiciário, Moro enfatizou o problema da morosidade. "Precisamos ter um Judiciário mais eficiente, menos moroso, que aplica com melhor regularidade as leis. No criminal, há um problema adicional, em que a morosidade gera o sentimento de impunidade."
Peixes grandes predadores e sorrateiros na pescaria da Operação Lava Jato
O juiz também saiu em defesa do projeto do PLS (Projeto de Lei do Senado) 402-2015, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o que classificou como uma "mudança fundamental para o sistema processual". A proposta prevê, em casos de crimes graves, a prisão a partir de julgamento em segundo grau de apelação. Perguntado sobre a morosidade do Congresso, em meio à crise política, o juiz disse que o processo é naturalmente demorado. "Espero que o Senado tenha a sensibilidade para aprovar esse projeto. Temos que confiar nisso".
O juiz também fez breves comentários sobre a nova fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta segunda-feira, em que foram feitas buscas no escritório de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luís Cláudio. Moro disse que acompanhou pelo jornal os novos desdobramentos do escândalo de corrupção no Carf, órgão ligado à Receita Federal, e elogiou a juíza que está à frente do caso, Célia Regina. "É muito competente", disse.
Apesar de reconhecer e classificar o apoio da opinião pública como fundamental no avanço das investigações da Lava Jato, Moro terminou sua exposição descartando quaisquer chances de se candidatar a algum cargo político. "Não tenho pretensão política. Seria problemático, pois meu próprio trabalho como juiz seria questionado.” Do site da revista Veja

9 comentários:

Anônimo disse...

A impressão que tenho é que ninguém quer novas eleições agora. Ninguém quer ficar apenas 3 anos no comando. Provavelmente, Dilma irá se arrastar até 2016. Lá na frente será apeada da presidência, ou por impeachment, ou por doença, renunciará. Temer assumirá por 2 anos.

Anônimo disse...

Falta ainda fisgar o maior peixe petralha, seria o melhor Natal dos últimos 13 anos!

Anônimo disse...

A IMPARCIALIDADE E DESTEMOR DO DR MORO é de causar espanto: num país imenso desse, de centenas de juristas atuando durante tantos anos, apenas esse se sobrepõe a todos e sem receios de qualquer que sejam ameaças ou retaliações dos atingidos!
Se o JBarbosa fosse raçudo e topasse a parada como Dr Moro, formariam uma dupla imbatível e os efeitos das atuações de ambos reforçariam e muito a democracia, enfraquecendo certos juízes que seriam bolivarianos dentro do STF, mas cedeu à pressão e foi descansar antes da hora, para poderem escorraçar do Brasil mais rápido os zumbis do PT!

Anônimo disse...

eh uma pena q nao queira cargo politico.Moro chegaria em Brasilia "quebrando tudo"!

Alexandre, The Great disse...

Peixões sim, mas também moluscos, né Dr. Moro?

Anônimo disse...

Só precisava pegar dois tubarões: lula e dilma.

Unknown disse...

De vez em quando temos alguns suspiros de justiça, mas que logo são anulados pelas instâncias superiores.
Um sistema que é submisso e formado para e pelo executivo jamais terá a força necessária para romper com a iniquidade imperativa.

Unknown disse...

A Medusa só morre cortando-lhe a cabeça. Chegar no ex de forma inquestionável é o grande desafio...

Anônimo disse...

Além de íntegro e inteligente é bonito,um gato,daí a inveja da Corte chamando-o de juiz super-star.