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sexta-feira, abril 05, 2019

É O BRASIL INGOVERNÁVEL?


Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
Em 1830, Simón Bolívar, não o inventado por Hugo Chávez, mas o verdadeiro, chegou a certas conclusões entre elas as seguintes:
América Latina é para nós ingovernável.
A única coisa a fazer na América Latina é emigrar.
Se acontecesse que uma parte do mundo voltasse ao caos primitivo, isso seria a última metamorfose da América Latina.
Olhando nossa situação a impressão é a de que o Brasil vai se inserindo no pensamento de Bolívar. Vejamos porquê: 
Nas eleições passadas quase 58 milhões de brasileiros escolheram um presidente como se fosse uma esperança em dias melhores, quando estaríamos livres dos males causados pelos governos petistas, especialmente, a corrupção, a recessão, a violência, a impunidade.
Os que votaram em Bolsonaro foram chamados de extrema direita, fascistas, nazistas, conservadores. Naturalmente, tais “xingamentos” não passavam de um falso palavreado para abater o adversário.
Antes da posse Bolsonaro começou a ser cobrado de modo nunca antes havido com relação a outros presidentes. Havia uma obsessão com relação a reforma da Previdência prometida por Lula, Dilma, Fernando Henrique e nunca realizada.
Logo que foi empossado o governo, através do ministro da Economia Paulo Guedes, apresentou ao Congresso um projeto de reforma da Previdência. Quanto ao notável juiz e agora ministro da Justiça, Sérgio Moro, ofereceu aos brasileiros um excelente projeto anticrime.
Infelizmente, no Congresso duas frentes capitaneadas pelo presidente da Câmara têm freado os importantes projetos. São elas a frente de derrotados dos partidos de esquerda e a frente dos inconformados com a perda do “toma lá dá cá. Afinal, o Congresso sempre foi um balcão de negócios, tendo chegando ao auge quando o então presidente, Lula da Silva, comprou deputados configurando-se assim o escândalo do mensalão arquitetado pelo então poderoso José Dirceu.
Levando-se em consideração as exceções que sempre existem, os parlamentares tradicionalmente se dedicam a projetos pessoais ou medíocres e não aos que beneficiam o Brasil.  E ao perceber que a tradição deixou de existir deram o troco no Executivo. Vejamos dois exemplos da revanche conforme mostrado pelo O Estado de S. Paulo (30/03/2019);
“Orçamento impositivo – Proposta aprovada na Câmara engessa parte maior do Orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas atualmente passíveis de adiamento.
“Medidas provisórias – Pela proposta. medidas perdem a validade mais rápido e o prazo para a Câmara e o Senado votarem separadamente é maior – hoje há um prezo único de 120 dias”.
Lembro ainda, que recentemente sete ministros do presidente foram convidados pelo Congresso para apresentar seus planos. O que se viu foi um espetáculo de linchamento verbal calcado no mesmo ódio existente nos linchamentos físicos. Inclusive, não faltou a habitual falta de compostura da senadora kátia Abreu.
O Legislativo compõe com o Judiciário e o Executivo a tríade fundamental da democracia e, em sã consciência ninguém está querendo o desaparecimento dos Poderes. O clamor popular quando se volta contra o Congresso quer apenas que os parlamentares legislem para Bem Comum, fim último da política; assumam um comportamento de acordo com a responsabilidade de terem sido escolhidos como tomadores de decisões e deem o exemplo de competência e honestidade. Lamentavelmente, o Congresso está bem longe disso e no momento se compraz em conduz o país para a ingovernabilidade.
O STF também concentra a descrença e a revolta popular com relação às atitudes e comportamentos, principalmente de certos componentes da mais alta corte da Justiça. Como disse um dos ministros do Supremo, Luís Roberto Barroso: “O STF pode perder sua legitimidade e provocar uma crise institucional se não corresponder aos anseios da sociedade”. Claramente isso já está acontecendo
Quanto a imprensa deve ser livre, como é usual nas democracias, para expor opiniões contrárias ou favoráveis relativas a sociedade, a política e a economia. Entretanto, o que se nota é uma oposição sem tréguas ao presidente da República. Possivelmente, se ele espirrar será duramente criticado.
Lula se queixava diuturnamente e sem razão da mídia e tudo bem. Bolsonaro está sendo desconstruído. Paira no ar a palavra impeachment. Corre boatos que em abril o STF livrará Lula da cadeia. Ligando uma coisa com outra a perspectiva não é nada boa.
Por tudo isso a ingovernabilidade avança e diante de tal situação muitos brasileiros já emigraram. A continuar desse jeito, se uma parte do mundo voltar ao caos primitivo, isso será a última metamorfose do Brasil. Os venezuelanos que o digam.
(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

13 comentários:

Anônimo disse...

Já li outros textos da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa postados aqui no blog. São sempre lúcidos e de alto nível, como este de agora.

Anônimo disse...

Alguém, por favor,indique esse blog para o Presidente Bolsonaro.

Anônimo disse...

com essa ordem vigente e com essa nossa imprensa vendedora de galinhas?

totalmente ingovernável..

foi so o capitão ser eleito que os vendedores de galinhas da imprensa nacional descobriram no Congresso, na tal base aliada, nas "articula$oe$" e na cacicada de sempre o suprassumo da democracia, ja perceberam?

de repente, todos os sujeitos que se retroalimentam ha décadas na e da politica nacional viraram os fiadores da democracia e detentores dos freios republicanos e institucionais que faltariam ao nosso presidente...

de repente, um sujeito inexpressivo na politica e que se elegeu com magérrimos 70 mil votos conseguiu encabrestar por semanas a vontade de uma maioria que quase 60 milhões de eleitores e quase se tornou o símbolo do republicanismo tropical...

quem quiser vomitar para emagrecer não precisa mais enfiar o dedo goela abaixo...

basta ler qualquer artigo dos vendedores de galinhas da nossa imprensa nacional...

Ferreira pena disse...

A professora Maria Lucia Victor Barbosa sempre brilhante! Textos como esse deveriam circular em nível nacional, em todos os blogues que defendem a democracia. Parabéns!

Sempre Mais do MESMO disse...

A questão Lula é emblemática para desvendar a personalidade do socialista-raiz ou esquerdista-raiz. É essa personalidade que permite à esquerda conquistar suas vitórias.
Desde há muito insisto que o problema é moral. A moral é um conjunto de regras que, seguidas, valorizam o indivíduo ante os demais da comunidade. O ser humano aprecia a companhia até de forma doentia. (Obs.1)

Obs.1 - Shopenhauer dizia que quanto mais a capacidade de ser só, melhor é a qualidade do indivíduo. Uma crítica à essência humana, de profundidade de dificil percepção, dado que tal significa a priorização da opinião alheia em detrimento da própria. Isso é a VAIDADE. Onde o indivíduo despreza seus julgamentos sobre si, convenientemente, pois não pode enganar-se sinceramente, porém sabe ser possível enganar a percepção alheia. Concomitantemente engana os demais não apenas sobre si, mas sobre os julgamentos que faz sobre estes. Criando-se assim um mundo paralelo fundado no engano, onde todos enganam todos sobre tudo. Essa aberração se concretiza motivada pela VAIDADE (necessidade de opinião alheia favorável) e quanto mais um indivíduo despreza-se ante o próprio julgamento, mais ele se desespera em busca da opinião alheia que contrarie a sua própria, tentando convencer-se sobre si através dos outros que sabe estar enganando, mas não admite. Isso provoca transtornos e a fuga dessa realidade o torna suscetível ao vicio que lhe obscureça a realidade.
Ou seja, Schopenhauer está certo se tal análise estiver correta. Pois se não aprecia a companhia alheia acima da própria, não se curvará ao exótico "mundo paralelo".

A moda é exemplo fácil de se perceber tal estupidez humana:
- Seguir a moda, como a moral, valoriza o indivíduo na comunidade. Quem segue a moda é moderno, "antenado", chique e "alguém melhor", segundo a propaganda que estabelece a moda como critério para avaliação do indivíduo. Os que seguem a moda replicam a propaganda visando se enaltecerem.

Aí inventam uma moda de calças puídas ou com pequenos rasgos. Então vestir-se como um mendigo é propagandeado algo que valoriza o indivíduo. Aqueles mais desesperados por valorização, os fanáticos, tentam destacarem-se como os "mais dentro da moda" exagerando na APARÊNCIA, para que ninguém deixe de nota-los.

O resultado é que os rasgos foram ampliando-se e já temos calças que são shortes com uma tira de tecido na parte traseira até o calcanhar. Algo absolutamente estúpido e funcional.

Coisa semelhante se dá entre os ricaços, sobretudo celebridades cultuadas como seres superiores, que querendo ostentar o quanto são diferentes do povo, vestem-se com fantasias carnavalescas da "alta costura". Muitas vezes os trajes são absolutamente disfuncionais e não raro de gosto estético duvidoso.

A propaganda sem a devida contestação acaba por estabelecer QUALQUER ABERRAÇÃO como ESCALA de VALOR para classificar indivíduos. Ou seja, é o caso da ESPIRAL do SILÊNCIO, semelhante à PROFECIA AUTOREALIZAVEL (vide Popper). Todos passam a crer e seguir porque imaginam que todos creem e seguem.
.
(Continua o que queria falar antes da OBS.1)
...

Anônimo disse...

Portanto, no dia 7/4, povo na rua, exigindo compostura dos parlamentares e STF. Que sejam honestos e cumpridores dos seus deveres. Só isso. É difícil?

Anônimo disse...

Nós somos um exemplo clássico de bacanal. Em uma festa,come-se e bebe-se e depois vomitamos e voltamos a comer novamente. Depois de vomitar reclamamos do tempero. Depois, todo mundo quer f#der com todo mundo. No final a festa termina por crime passional.

Sempre Mais do MESMO disse...


(Continunando)

Voltando à questão moral e suas implicações gerais.

Temos então que não é a racionalidade que faz reconhecer o comportamento ideal, mas sim a emoção. Pois o julgamento sobre as determinações de uma moral não é embasado em reflexões sobre certo e errado, mas em presunções sobre aceitação na comunidade. Assim a propaganda é que vai convencer ou apenas atrair integrantes para o "rebanho" que valoriza ou aceita corporativamente quem segue tal comportamento. O CORPORATIVISMO é extremamente atraente, pois não só oferece a aceitação na comunidade, mas também a cooperação até a proteção da comunidade.

E o que Lula e esquerdista-raiz ou socialista-raiz tem a ver com isso de forma tão importante?

É exatamente a PERSONALIDADE do esquerdista ou IDEOLÓGICO em geral que torna fácil o sustento de "REALIDADES PARALELAS" vividas apenas na IMAGINAÇÃO.

A fraqueza ou auto desprezo como indivíduo fanatiza e empurra o sujeito para comunidades corporativas. Quanto mais inseguro e frustrado, ante o que ambiciona de si e o que percebe-se capaz, menor a AUTOESTIMA e maior a necessidade de PERTENCER A ALGO GLORIOSO.
Esse "algo glorioso" é facilmente encontrado em corporações ou comunidades fabricadas pelo ASSENTIMENTO de OPINIÕES.

Os inseguros e recalcados SÃO OBSTINADOS, desesperados por criarem ou fortalecerem comunidades de apoio mútuo. Fanatizam-se facilmente e o exagero da ostentação lhes é peculiar. Pessoas seguras, satisfeitas com o que ambicionam para si não têm propensão para HISTERIAS DEPENDENTES de CONSENSOS OSTENSIVOS. Preferem a RAZÃO. SENTEM-SE CONFORTÁVEIS COM A REALIDADE e não se afeiçoam a fantasias convenientes.

A obstinação das esquerdas em MENTIR COMPULSIVAMENTE é convocar para uma "REALIDADE CONSENSUAL" em detrimento da realidade perceptível racionalmente.

Ou seja, o falatório ensandecido e sem pejo é absolutamente consciente para as lideranças que visam obter vantagem não só psicológica, mas também material, às custas de outros desesperados.

Os socialistas, marxistas, assemelhados e, no caso os petistas, repetem ostensivamente coisas absurdas, repetem asneiras absolutamente desligadas da realidade e sabem muito bem disso (vide Gleise, por exemplo). Porém o objetivo não é convencer ninguém sobre a verdade de suas fantasias, mas apenas ATRAIR RECALCADOS e corruptos para construirem uma "REALIDADE CONSENSUAL" onde todos fingem que acreditam, mas o objetivo é apenas o ASINUM ASINUS FRICAT na comunidade ou grupo corporativo. Seja para obter os AFAGOS PSICOLÓGICOS da moral forjada para o grupo e/ou até mesmo para obter algum ganho material.

Ou seja, os frustrados e recalcados, insatisfeitos ante o que esperam de si e o que se percebem capazes, adotam facilmente QUALQUER MORAL CONVENIENTE, pois ansiosos pelo afago da opinião alheia, em detrimento da própria, pouco se importam com os fatos ou com o mundo real. Querem desesperadamente uma "REALIDADE CONSENSUAL" onde tentam convencerem-se de que são "pessoas melhores" do que lhes diz a própria opinião.

O ódio contra o bem viver, a alegria, a beleza, a inteligência, a alegria, o saudável e a todo valor real é exatamente o manifesto antagonismo diante da realidade. Ou seja, trata-se do OBSCURANTISMO, um desejo de destruir tudo que é valor e transformar o mundo real num lixo e assim melhor sentir-se em sua "REALIDADE CONSENSUAL" CONSTRUIDA POR PALAVRAS e NÃO POR FATOS.

Trata-se da VAIDADE contrariada, a INVEJA que induz o indivíduo a desejar a destruição de tudo que imagine ser-lhe superior ou que possa deixar visivel seu COMPLEXO de INFERIORIDADE.

Eis o retrato do Socialismo ou ESQUERDA OBSCURANTISTA: as palavras não correpondem aos fatos.

Sempre Mais do MESMO disse...

EIS AÍ O QUE É UM VEXAME, uma VERGONHOSA VERGONHA:

“Do Toffoli, do Gilmar. Um senador me disse que outro ministro também ligou. E os argumentos contra a CPI foram se amoldando. Primeiro, que não podia ter CPI porque juridicamente não era possível. Depois, foram mudando para a história de uma crise institucional que poderia parar o país. Em alguns casos, a movimentação era triangular. Ministros do Supremo pediam a outras pessoas para pressionarem. Em vez de o ministro ligar diretamente, ele pedia para alguém que tinha influência sobre o senador ligar. O empresário Benjamin Steinbruch, por exemplo, ligou para o Cid Gomes.

Duas senadoras do PSL, Soraya (Thronicke) e Selma (Arruda), foram muito pressionadas pelo Flávio Bolsonaro. Ele não assinou a CPI. Primeiro, disse que não assinava para não comprometer o pai. E depois passou abertamente a defender que não tivesse CPI para não gerar uma crise institucional.”

Esse último parágrafo é de dar até febre.
Esse Flávio é do mesmo penico que um Renan, uma Gleise, uma Maria do Rosario. Um PÚLHA!!!
Certamente mais um corrupto lixo.

Heloisa disse...

Só não entendi o porque do impeachment. Até agora o presidente nada fez para justificar isso. Quanto à mídia, vai latir por quatro anos, e Bolsonaro precisará ignora-la , e não botar mais lenha na fogueira. Se o quadro econômico melhorar, as coisas se acalmam. Se não...

Anônimo disse...

viram as mensagens de ameaça que o deputado Marcos do Val esta recebendo por ser o relator do pacote anticrime do excelentíssimo ministro Moro?

Bolsonaro precisa ir à tv urgentemente pedir para a população se preparar, porque a brasileirada ainda esta achando que sera possível combater a alta bandidagem e continuar com a sua vidinha mediocre de sempre...

Bolsonaro tem de fazer esse povo entender de uma vez por todas que não vai dar mais pra trocar a roda com o carro andando...

o Brasil precisa de mudanças profundas e estruturais, e isso não se consegue fazer sem que, vejam vocês, as coisas mudem!

esse povo tem de ser preparado para as mudanças, ou do contrario vai cair novamente na esparrela esquerdista...

Anônimo disse...

corrigindo: senador Marcos do Val...

Anônimo disse...

Lembro de ter tido a pachorra de acompanhar pela TV a votação na Câmara que rejeitou a denúncia do PGR Janot contra Temer em agosto de 2017. Sem entrar no mérito da coisa, mas restringindo a observação à forma como a maioria dos deputados se apresentaram ao microfone, o espetáculo foi de um ridículo dantesco. Se alguém se lembra, eram aquelas falas que começavam “pela minha família, pela minha esposa, meus filhos, etc. e pelo Brasil, meu voto é...”
Foi a demonstração pública mais expressiva da mediocridade do nosso Parlamento, cuja representação varia dos semianalfabetos aos ineptos, embora todos espertíssimos com sabemos. Não foi nessa votação que o BBB Jean Willis cuspiu no Bolsonaro? Mas há outras ocasiões em que essa ralé representante do povo (claro, há exceções) não esconde a que veio: são as intervenções mais recentes envolvendo o atual Ministro da Economia Paulo Guedes, como o bate-boca com a “namoradeira” Kátia Abreu (José Serra, sic – mas acho que o adjetivo foi outro...) e, nesta semana, com o deputado Zeca Dirceu, filho do Zé Dirceu (que nasceu filho do Carlos Henrique, codinome usado pelo pai “revolucionário” ao voltar de Cuba), que chegou ao cúmulo do desrespeito acintoso ao se dirigir a Paulo Guedes. Essas atuações mais recentes dos congressistas, de fato, expõem o comportamento habitual de suas excelências, e é uma vindita orquestrada contra a nova política governamental que, afinal, referenda o “toma lá dá cá” das articula$$ões de sempre. (lídia)