Qual o resultado dos investimentos estatais nessas universidades quando se faz uma acurada pesquisa analítica medindo o alcance e o impacto da produção acadêmica brasileira em nível internacional?
Quem responde a essa indagação é o professor Marcelo Hermes-Lima por meio de uma série de artigos especiais de sua autoria que têm sido publicados no jornal Gazeta do Povo.
Alguns anos atrás tive a oportunidade de conhecer o professor Marcelo Hermes-Lima, em sua passagem por Florianópolis, quando dedicou parte de suas férias para descobrir o extremo-Sul brasileiro.
Pois bem. Agora há pouco deparei com artigos do professor Marcelo Hermes-Lima publicados no site da Gazeta do Povo que oferecem dados importantes sobre dita produção acadêmica nacional que julgo ser do interesse do Governo do Presidente Jair Bolsonaro, sobretudo do novo Ministro da Educação, Abraham Weintraub. Além, é claro, do interesse de todos os leitores deste blog em saber se o destino das vultosas verbas que sustentam as universidades estatais e custosos cursos de Mestrado e Doutorado são investimentos que realmente valem a pena.
O artigo do professor Marcelo Hermes-Lima é meio longo e contem uma série de gráficos e tabelas mas vale a pena ser lido, já que está amparado por gráficos, tabelas e dados que medem o resultado da produção acadêmica no Brasil e seu impacto em nível global.
Nesta postagem transcrevo os três primeiros parágrafos do artigo do professor Marcelo Hermes-Lima, o bastante para aguçar o interesse dos leitores, com link para leitura completa. O link está aberto mesmo para os leitores que não são assinantes do jornal Gazeta do Povo. Leiam:
"Nos primeiros meses de 2019, publiquei uma série de artigos nos quais apresentei a lastimável situação do impacto da ciência nacional. Acostumamo-nos a ouvir os governos do PT alardearem que o Brasil estava em 13º lugar no ranking de produção científica mundial. Essa posição foi, de fato, alcançada em 2009/2010 – época de grande “júbilo” de nossa ciência aos olhos da extrema-imprensa e do governo. O problema é que essa imensa quantidade de publicações científicas, por si só, não tem qualquer significado. Passamos de 18,5 mil artigos em 2002 para 68,7 mil em 2015 – um aumento de 270%. No ano seguinte, foram 72,1 mil artigos, mas caímos para a 14º posição mundial. Ao analisarmos o ranking de impacto científico medido em citações por publicação (ou CPP, citations per paper), a história é outra. Posicionamo-nos em 2016 no 53º lugar no ranking CPP de 66 países com pelo menos 3.000 publicações. O Brasil apresentou um impacto (CPP=2,12) 55% menor que o da Suíça, 1ª colocada (CPP=4,68). Nossas pesquisas envolveram investimentos de 1,3% do PIB (em 2016), percentual similar ao de diversos países com CPP substancialmente maior, como Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e Estônia."
"Qual a origem de boa parte da produção científica nacional? As universidades federais e as 3 universidades estaduais paulistas. Players secundários, em termos de quantidade, são a Embrapa, os institutos de pesquisa do MCTI, ITA, outras universidades estaduais e universidades privadas. Ora, se grande parte da nossa ciência vem das universidades, seria proveitoso avaliar como elas estão no ranking mundial de impacto da produção científica. Nesse sentido, o Leiden Ranking*, é excelente, pois classifica 938 universidades por quantidade de publicações ou por impacto. Ao olharmos para o ranking 2013-2016, o mais recente (divulgado em 2018), verificamos que a USP está em 8º lugar mundial em quantidade de publicações, com 16,1 mil artigos indexados no Web of Science (veja tabela abaixo). Em 1º lugar está Harvard, com 33 mil artigos. A Unesp, com 5,8 mil publicações, é a 2ª colocada do Brasil, e a 150ª no ranking mundial, seguida pela Unicamp e UFRGS – 186ª e 208ª, respectivamente"
"À primeira vista é um resultado que deveria nos orgulhar, pois o Brasil tem uma universidade em 8º lugar. Porém, ao analisar o impacto acadêmico, tudo muda. O Leiden ranking realiza essa medida de duas maneiras distintas. Uma delas é pela quantidade absoluta de artigos de uma universidade que estão entre 10% mais citados do mundo (é o ranking top-10 absoluto). Assim, 955 artigos da USP estavam entre os 10% mais citados do planeta, assim como 7.305 artigos de Harvard. No ranking de impacto absoluto, Harvard continua em primeiro lugar, mas a USP cai para a 90º posição; Unicamp e Unesp despencam para 347º e 379º, respectivamente." Clique AQUI para ler o artigo completo
8 comentários:
mas possivelmente ocupamos o primeiro lugar no ranking mundial de "formar cidadãos conscientes", que é o termo que eles usam para a baboseira da doutrinação esquerdista...
e disparado devemos ter o maior numero de jubilados por metro quadrado, que é aquela gente com mais de 30 anos que não sai da universidade pra não largar aquela vida de festinhas dos DCE's e grêmios estudantis diversos...
O BR tem tradição antiga de valorizar somente as ciências dos 'bons de bico', as ciências, físico-químicas, matemática e biologia sempre ficaram à margem.
Eduardo
Aluizio, estar bem posicionado em rankings de universidade pra que?
segundo alguns brasileiros, os gringos tem inveja mesmo é do nosso ziriguidum, da nossa malemolência, e tem raiva porque não conseguem rebolar ate o chão igual como "nóis faz"...
pra que universidade quando se tem a ginga na ponta do pé?
Olavão voltou metralhando tudo na internet...kkkkkkkkkk
os vendedores de antas e de galinhas estão apavorados com a ideia de que seus generais progressistas possam ser chutados do governo...
A universidade brasileira está dissociada do mercado e das produção de tecnologia. Vê-se um monte de patentes caducando sem nenhum interesse para o mercado mas serve para colocar nu curriculum do pesquisador. Você pode procurar um pesquisador bam-bam-bam, avalie os mais de 300 artigos do seu curriculum Lattes e não dá para fabricar um pirulito. Aliás percebe-se que o único momento em que esse pesquisador encostou a barriguinha na bancada foi há mais de 30 anos quando fez sua tese de mestrado e doutorado. As universidades gastam milhões em pesquisa com a única finalidade de um pesquisador publicar seu trabalho numa dessas revistas consideradas de impacto para enriquecer seu curriculum Lattes, que por sua vez lhe garante mais verba pública para financiar suas pesquisas e progressão na carreira. E só!
O governo precisa focar mais nas empresas de tecnologia, incubadas, que realmente tentam fazer inovação. Tem muita mão de obra, mestres e doutores que não estão empregados no setor público que trabalham em inovação tecnológica. É um desperdiço de cérebros que tem pouco ou nenhum apoio do governo.
Perfeito.
Eu sou um destes doutores.
Hoje minhas patentes ja sao produtos e me rendem milhoes.
Tudo sem um tostao do governo que cobra imposto ate na grana que eu envio para manutencao das patentes internacionais.
"A universidade brasileira está dissociada do mercado e das produção de tecnologia."
Acrescente aí: e aqueles que tem projetos "rolando" no INPI, Instituto Nacional De Propriedade Industrial, devem ter uma paciência de Jó, o tempo para aprovação da de patentes ultrapassa tranquilamente os 13 anos, sem falar da dificuldade de chegar as empresas, uma via cruzes sem fim e quando chegam as empresas esperam o tempo para ter a patente de graça.
Aqui bancamos a arte com a lei Rouanet, e há canais específicos entre Governo e artistas, já a tecnologia e ciência são apenas meros detalhes.
Não vou perder tempo lendo. Quero saber é o seguinte: das pesquisas, quantos são dedicadas às ciências exatas e quantas às baboseiras de "ciências" humanas? dentre essas quantas foram para "ciências" políticas e outras porcarias como sociologia, filosofia, antros de doutores de araque, como Emir Sader, o defunto Marco Aurélio Garcia, Aloizio Mercadante (esse, o doutorado, desde os trâmites até a defesa da tese na Unicamp, foi uma piada). E não podemos nos esquecer de FHC, o príncipe dos enganadores da intelectualidade bananeira.
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