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sábado, agosto 06, 2011

ESPELHO DAS ÁGUAS: A BELEZA DA MÚSICA E DA POESIA DO GRANDE TOM JOBIM


Em meio a tantas iniqüidades sob a dominância de um ambiente kitsch que marca este século XXI é a tecnologia que nos salva e proporciona o resgate e compartilhamento de obras de arte como são a música e a poesia de Tom Jobim, que está entre os maiores, se não é o maior compositor no âmbito internacional da música popular. "Espelho das Águas", embora não seja a mais conhecida desse prolífico compositor é uma de suas composições mais bonitas. Além de pianista, flautista, violonista, compositor e maestro de rara criatividade, Tom era também um poeta apaixonado e de seu cérebro brilhante fluiram canções e poemas de rara beleza. Tanto é que suas músicas se transformaram em standards e são interpretadas e gravadas em todos os quadrante do planeta pelos maiores nomes do jazz e faz parte da bossa nova, gênero musical do qual Tom foi um dos criadores ao lado de João Gilberto. A rigor, a bossa nova é a única coisa relevante criada no Brasil.
Este vídeo traz apenas o áudio dessa gravação de Simone, num bem cuidado arranjo de César Camargo Mariano que toca e também dirige a orquestra que inclui instrumentistas consagrados como o guitarrista e violonista Hélio Delmiro e o grande acordeonista Sivuca, este já falecido.
Curioso é que a expressão artística legítima acontece durante rápidos interregnos na história da humanidade. Isto pode se repetir, mas também pode nunca mais acontecer. Este século XXI está sendo um deserto na seara da música e, praticamente, em todas as demais produções artísticas. 
É interessante notar que os momentos mais expressivos da verdadeira arte têm impacto positivo no âmbito da política, determinando a valorização da democracia e da liberdade. Até porque beleza e liberdade, costumo afirmar, são corolários. Não há beleza sem liberdade. São conceitos interdependentes. 
Transcrevo a letra da música e abaixo a ficha técnica desta gravação:
Espelho das Águas
(Tom Jobim)

Meus olhos cansados procuram
Descanso no verde do mar
Como eu procurei em você
O descanso que a vida não dá

Seria talvez bem mais fácil
Deixar a corrente levar
Quem sabe no fundo eu quisesse
Que tu me viesses salvar

Depois lá no alto das nuvens
Você me ensinava a voar
Mais tarde no fundo da mata
Você me ensinava a beijar

Meus olhos cansados do mundo
Não se cansam de contemplar
Tua face, teu riso moreno
Teus olhos do verde do mar

Meus olhos cansados de tudo
Não cansam de te procurar
Meus olhos procuram teus olhos
No espelho das águas do mar

Supõe que eu estivesse morrendo
Mas não te quisesse alarmar
Pensei que você não soubesse
Que eu me queria matar

Meus olhos cansados de tudo
Não cansam de te procurar
Meus olhos procuram teus olhos
No espelho das águas do mar
Piano Yamaha: Cesar Camargo Mariano
Guitarra, violão, assovio: Hélio Delmiro
Baixo: Pedrão
Percussão: Chagal
Orquestra de Cordas:
Violinos: Pareshi (spalla), Alves, Aizik, Vidal, Walter Hack, Carlos Hack, Paschoal Perrotta, Guetta, Michel Bessler
Violas: Penteado, Macedo, Hindenburgo, Marcos Nisenson
Cellos: Watson Clis, Alceu
Acordeon: Sivuca
Arranjos e Regências: Cesar Camargo Mariano

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