O caso da Providência tem como pano de fundo o contato, direto ou não, de militares com traficantes. Os recrutas, muitos criados em comunidades sob o jugo de criminosos, chegam aos quartéis com referências simbólicas que os associam a facções, diz o antropólogo Luiz Eduardo Soares.
Ex-secretário nacional de Segurança Pública, ele conta que foi informado por fonte do Exército de que, em unidades do Rio, existe a separação de jovens nos alojamentos de acordo com a facção criminosa que domina as comunidades de onde vieram.
Seria prevenção contra conflitos.Soares não revela a fonte, mas comenta que a determinação - semelhante à que vigora há anos em unidades prisionais do Estado - parte dos superiores.
A Assessoria de Imprensa do Comando Militar do Leste afirmou que "tal informação carece de fundamento". "O simples fato de crescerem nesses lugares gera rivalidade", diz Soares, que considera a questão delicada.
Em especial, quando são recrutados para atuar em áreas conflagradas. "Isso pode influenciar a forma como vão patrulhar. No caso da Providência, um dos militares envolvidos costumava hostilizar pessoas da comunidade em função da diferença de identidade."
Para ele, está claro que havia contato prévio dos acusados com traficantes da Mineira. Soares defende que "um soldado com essa mentalidade é um problema. O recruta tem de ser formado por princípios ligados ao Estado Democrático de Direito, ao respeito aos direitos humanos, à defesa nacional." (Do Estadão)
MEU COMENTÁRIO: ou o Estado brasileiro liquida os bandidos ou então já temos de fato um outro Estado, aparentemente, apenas aparentemente, marginal. Incrível tudo isso!
Creio que o Brasil não tem mais jeito definitivamente. E isto não só por incúria das autoridades constituídas, mas pela conivência e a cumplicidade da maioria da Nação.
4 comentários:
Maioria da nação , não.Há mais Brasil além do Rio de Janeiro. Cáspita!!!
Aluizio, você tem um merecido "Premio comprometido en defensa de la Libertad y la democracia".
Um grande abraço
Apoiado, Suzy!
Aluízio. Acredito na segunda alternativa. A partir do momento que enxergamos a "ponta do iceberg", através das mais diversas violações ao Código Penal praticadas por entes públicos dos 3 Poderes, realmente constata-se que o "Estado é marginal", parte da população é CÚMPLICE e outra parte VÍTIMA.
Este é o retrato que se apresenta no Brasil.
Postar um comentário