O milagre econômico petralha

Dois estudos, um da Fundação Getúlio Vargas e outro do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, que sofreu recente apetralhamento e hoje está vinculado à Presidência da Repúlbica, dão conta de que a classe média brasileira está aumentando e que os miseráveis estão diminuindo.

E isto, segundo esses dois órgãos, que também se apóiam em dados do IBGE, coincide, é claro, com o período a partir da chegada de Lula e seus sequazes ao poder.

O destaque, segundo os números exibidos pela FGV e o IPEA, é que a classe média já é maioria no Brasil.

As pesquisas que obtém esses números que contrastam com a economia real, isto é preços altíssimos e salários baixíssimos, levam em consideração que holerites que vão de pouco mais de R$ 1 mil a pouco mais de R$ 4 mil, indicam que o trabalhador que os recebe a cada final de mês inclui-se na classe média.

Isto, para começo de conversa é ridículo. Há muito tempo acompanho o desempenho do comércio aqui em Florianópolis, que não difere da situação das demais capitais.

Tenho conversado muito com empresários lojistas e trabalhadores. O comércio só se aquece na primeira semana do mês, quando os trabalhadores recebem seus salários. Depois disso, as lojas, shoppings e supermercados permanecem às moscas.

Os funcionários de shoppings de luxo, como o Iguatemi, têm de fazer bicos para complementar o salário cujo piso passa pouco dos R$ 500 mensais.
Se formos verificar nas empresas industriais e de serviços a situação não será muito diferente.

De todas as matérias veiculadas a respeito, apenas uma me chamou a atenção. É a do IPEA, quando seu Presidente, o economista Marcio Pochmann, produz num texto que denomina “Comunicado da Presidência” "os detentores dos meios de produção podem estar se apoderando de parcela crescente da renda nacional".

Eis aí nesta frase o que deveria ser a manchete dos jornais. Entretanto está lá perdida e por lá perdida ficará.

Em compensação os sites dos jornais de ontem mantiveram em destaque o dia inteiro a notícia segundo a qual a classe média já soma mais da metade da população brasileira, algo que dá para morrer de rir. Trata-se de uma deslavada mentira.

A verdade de todas essas pesquisas é que os salários pagos pelas empresas são irrisório, ridículos. Nisto Pocchmann pela primeira vez tem razão. Os detentores dos meios de produção, isto é o donos das empresas e seus gestores, estão se apoderando da maior fatia do crescimento da renda nacional.

Faltou dizer ainda que boa parte dessa renda é abocanhada pela voracidade fiscal do Estado governado pelo PT.

Moral da história: os mega empresários, os banqueiros, Lula e seus sequazes se banqueteiam como nunca na história deste país, embalados pelo nefasto patrimonialismo.

A Folha de São Paulo deu uma chamada de capa contida para mais essa matéria que é um flagrante um golpe de marketing governamental. O Estadão derramou-se em manchete e a Globo News passou o dia inteiro repetindo-a.

Quem pegou bem a coisa foi o Sponholz o único chargista brasileiro que não é nutrido à base de caraminguás petralhas, por isso nunca se viu obrigado a fazer humor a favor. Por isso concluiu acertamente: pelos cáculos de Lula e seus sequazes somos todos milionários.