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sexta-feira, outubro 17, 2008

NÃO SE NEGOCIA SOB PRESSÃO

Há uma entrevista com um pesquisador da UFMG, na Folha de São Paulo desta sexta-feira, que ilustra bem o que está acontecendo em São Paulo, suas causas e conseqüências. Leiam aqui na íntegra:

Para o pesquisador em violência Cláudio Beato, sociólogo da UFMG, o conflito entre os policiais em São Paulo é uma mostra do problema no Brasil: a animosidade entre as polícias Civil e Militar reflete a sindicalização da força policial. Para ele, o governo acerta ao não negociar sob pressão. (RP)

FOLHA - Como vê o confronto?

CLÁUDIO BEATO - Essa coisa de você ter movimento grevista com corporação armada, esse tipo de coisa está sujeito a acontecer. É por isso que é preciso ter muito cuidado. É um dos dilemas da sindicalização das polícias: o fato de serem armadas e sujeitas a esse tipo de uso político.

FOLHA - A PM acertou em não permitir o acesso dos grevistas?

BEATO - Em parte, sim, ainda mais por estarem armados.Imagina se pode deixar uma turma dessa entrar no Palácio [dos Bandeirantes]. Não pode, até por questão de segurança institucional.

FOLHA - O mais grave é a sindicalização de uma força armada?

BEATO - O grave é você ter esse tipo de alinhamento ou manipulação por parte de centrais sindicais que leva a esse tipo de confronto.

FOLHA - Como fica a animosidade entre as duas polícias?

BEATO - Um episódio como esse sem dúvida nenhuma gera seqüelas. Falaram até em oficial baleado. De forma geral, esse problema da integração das polícias hoje no Brasil ele é dramático. São instituições muito diferentes e quando ocorrem conflitos pode gerar isso. Que perde é só o público.

FOLHA - O governo deve dialogar nesse momento ou não?

BEATO - Não é uma greve comum. É uma greve de gente que está armada. Como dialogar com esse tipo de pressão? Não conheço esse caso específico, não tenho detalhes, mas diante de uma pressão acho muito difícil o governo negociar.

7 comentários:

Anônimo disse...

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Eu acho que foi pouco! Deviam acampar na localidade e só se retirarem após o governador ouvir as reivindicações da classe, que são muito justas e já atrasadas. Só acho que a PM perdeu uma grande oportunidade de se juntar aos civis para esclarecer e reivindicar direitos que são devidos a eles próprios. Deviam deixar a turba passar e se fazerem de desentendidos. Não é assim que os políticos fazem? Ontem mesmo, enquanto a mídia se entretia com a ocorrência nas vizinhanças do palácio, um (tenente coronel) diretor de presídio de segurança máxima era morto dentro do seu Palio, sem a mínima chance de se defender. Um diretor de presídio de segurança máxima dirigindo um Pálio, sem escolta???? Isso é brincadeira!? Mas não vejo ninguém indignado por esse fato. Agora, para políticos, juizes, desembargadores não faltam votos de aprovação quando o assunto é segurança ou aumento de salário. Quando apossada, a primeira coisa que a tal da (me contenho de usar um adjetivo, a meu ver, apropriado, em respeito às damas presentes no blog) Ellen Gracie fez, foi aumentar os salários de ministros, aos quais incluía a si própria e que repercutiu no aumento de outros salários, de outras classes de sanguessugas. Essa semana, na cidade onde moro, o vigésimo oitavo PM (2008) foi morto quando de volta para sua casa. Levaram seu revolver! Alguém aí vai dizer alguma coisa para essa família?

Não tem nada de politicagem nas reivindicações policiais!

Coloca esse tal de “pesquisador da UFMG” para enfrentar a bandidagem lá fora e vamos vê-lo mudar de lado rapidinho.
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Aluizio Amorim disse...

Se você acompanha este blog verá que é dos poucos que defende a polícia. Já afirmei várias vezes que as polícias são instituições democráticas, como são as Forças Armadas em qualquer país verdadeiramente democrático.
Sou um dos raros jornalistas que defede a polícia e continuo a defendê-la e reconheço a sua fundamental importância para a sociedade.
Entretanto, as polícias não podem ser instrumentalizadas politicamente. Como as Forças Armadas, as polícias têm de obedecer à hierarquia.
Isto acontece em todos os países democráticos.
É claro que a reivindicação de melhores condições de trabalho e salário são legítimas. Inclusive já defendi aqui no blog que há necessidade de uma ampla reforma nas polícias que contemple rigor na seleção, profissionalismo e salários condizentes.
Disse aqui também que se tem de restituir às polícias a dignidade.
Mas repito: as forças de segurança pública não podem ser instrumentalizadas no interesse politico-eleitoreiro.

Anônimo disse...

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"Entretanto, as polícias não podem ser instrumentalizadas politicamente. Como as Forças Armadas, as polícias têm de obedecer à hierarquia.
Isto acontece em todos os países democráticos."

Vou repetir:
'Não tem nada de politicagem nas reivindicações policiais!'

E o que voce conhece de paises democraticos? O que ouviu dizer!! Estórias da carochinha!!

Morei continuamente nos EUA por 25 anos! Tenho filhos americanos. Uma filha casada com um ex-soldado e combatente da guerra do Iraque e você acha que conhece democracia mais doque os outros. Eu conheci a democracia que o povo entende.

O "Helinho" (Castroneves) veio da delegacia acorrentado nas mãos e nos pés, para se apresentar em frente a um juiz, para resolver se ia responder a um processo de sonegação em liberdade. Tudo isso antes de ser considerado "guilt or innocent".

Agora fala das estorinhas que voce ouviu a respeito de democracia!
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Anônimo disse...

ALUIZIO,
MANDA FOGO NESSA RATAZANA.ESSE AÍ É UM PETRALHA DE CARTEIRINHA...HEHEHE

FOGO NOS BOTOCUDOS!!!

Anônimo disse...

Nova frase:
"Relho nos botocudos!"
Aluzio:
Ainda acho que o melhor governo do Brasil foi o dos militares entre 64 e 74.
Não se sabe de ex-militares ricos, são todos remediados.
E mesmo que houvesse alguns, seriam pouquíssimos diante da "festa democrática $$$$$" que vemos desde a volta do governo civil.
Nunca - nunca - o Brasil cresceu tanto como naquela época!
A autoridade era respeitada.
Havia repressão, portanto as pessoas se protavam melhor.
Não adianta, botocudo, manada, tem de tanger mesmo.
Hoje, batem-se recordes de arrecadação, mas os serviços públicos praticamente inexistem.
Você vai seguir pagando impostos quando sabe que não adianta chamar Polícia quando precisar?
Desculpe Aluizio, mas prefiro a volta dos militares, ainda estamos em um "estágio evolutivo" muito baixo, precisa mandar relho nos botocudos!

Anônimo disse...

Muito estressadinho esse anonimo, não precisa ficar nervoso. Democracia nao eh sinonimo de EUA...Tb sou "fã" de policia, acho q devem ganhar bem e ter condicoes de trabalhar, mas quando tem CUT, sindicatos, forca sindical e afins por perto, jah dah nausea.

Anônimo disse...

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Certos comentários só deixam espaço para uma determinada exaltação...


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