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sábado, outubro 11, 2008

LEIS PARA O CAPITALISMO, NÃO CONTRA.

Por que os Estados Unidos são a maior potência do planeta e continuarão sendo? Porque lá prevalece a ação e relação social de viés pragmático e objetivo.

Na madrugada deste sábado acabei não conseguindo ler todas as principais matérias da revista Veja. Esta edição, que foi às bancas neste sábado, está excelente, particularmente a reportagem de capa sobre a crise financeira.

Não há nenhuma publicação latino-americana da estatura de Veja, que está, merecidamente, entre as maiores e mais importantes revistas do mundo. O resto é imprensa chulé, achacadora, venal e mentirosa.

Chamo a atenção dos leitores, especialmente, para a entrevista com o economista americano Robert Shiller, professor da Universidade de Yale, que publicou um estudo para não-especialistas sobre as bolhas financeiras.


Logo em seguida veio o colapso do mercado de ações da internet. Seu livro, Exuberância Irracional, virou um Best-seller.

Seu novo livro, The Subprime Solution (algo como O Remédio para as Hipotecas Podres), lançado antes de a crise explodir e se alastrar, aponta causas e soluções.

E o que é mais importante: reforça o ponto de vista segundo o qual o que há para fazer no momento é o que o governo Bush vem fazendo, ou seja, a execução de um programa de resgate.

A entrevista de Shiller é um poderoso libelo contra a esquerdopatia que campeia pela imprensa proferindo vaticínios idiotas a respeito do futuro do capitalismo.


Uns chegam a insinuar que a crise está sendo socializada, o que é uma tremenda idiotice. Arrotam um monte de bobagens e falam muito em salvaguardas e imposição de regras ao livre mercado. Neste aspecto, Shiller vai ao ponto, defendendo “leis para o capitalismo, não contra”! E atentem para o parágrafo destacado em vermelho.

Selecionei este trecho da entrevista. Leiam:

“É preciso criar salvaguardas para impedir que as pessoas cometam tolices. Em 2006, o Fed publicou diretrizes requerendo mais cautela na concessão de hipotecas – o impulso estava certo, mas veio tarde demais.

Também é preciso desencorajar as más ações e puni-las em alguns casos. Como todas as bolhas, a que acaba de estourar trouxe várias oportunidades para os inescrupulosos, muitas vezes ocultos sob o véu de respeitabilidade de grandes corporações.

É fundamental, contudo, que a regulamentação não seja inimiga do capitalismo. A chave para o sucesso econômico de longo prazo é a confiança no funcionamento dos mercados. Os legisladores têm de nutrir simpatia pelo empreendedorismo, têm de compartilhar dos sentimentos e aspirações de quem deseja produzir, para que as regras ajudem, em vez de sufocar.

Um dos aspectos lamentáveis dessa crise é que ela aumentou a percepção de atrito entre ricos e pobres nos Estados Unidos. Uma das vantagens dos americanos sempre foi a admiração pelo sucesso alheio.

O fato de o Congresso quase ter derrubado o pacote de resgate financeiro do governo, e de ter imposto limites à remuneração dos banqueiros, é um sinal da bile que passou a correr na superfície. O perigo é que esse jogo de acusações desvie a atenção do que precisa ser feito”. (Assinante lê tudo AQUI).

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