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terça-feira, novembro 11, 2008

Solução para a crise virá do próprio capitalismo

Investidores e curiosos amontoam-se diante da Bolsa de Nova York em 1929
Sempre que o capitalismo é sacudido por uma crise a receita que ocorre é a mesma: intervenção e controle do Estado sobre o processo econômico. Foi assim no que se seguiu ao crash da Bolsa de Nova York em outubro de 1929.

Embora naquela época não se falasse de globalização, Conselho de Washington, neoliberalismo, derivativos ou bolha subprime, o pânico tomou conta da bolsa e o mundo veio abaixo.

O democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito de forma avassaladora com a promessa de por fim à quebradeira. Houve uma franca intervenção do Estado na economia com o programa denominado New Deal, que pode ser traduzido como Novo acordo ou Novo Trato e que influenciou inclusive o governo de Getúlio Vargas no Brasil.

Até hoje há controvérsias entre os analistas a respeito do que realmente permitiu a salvação americana pós-crash de 1929.


Há quem atribua essa recuperação econômica ao New Deal, enquanto outra corrente vê nos próprios mecanismos capitalísticos, como a otimização do processo produtivo, a alavanca responsável pela prosperidade americana nos anos seguintes.

Uma das medidas, entre dezenas de outras, implementadas por Roosevelt com base no New Deal, foi reduzir a jornada de trabalho visando incrementar o nível de emprego.


Isto, por exemplo, teria levado Ford a racionalizar ao máximo a produção de sua fábrica, através da aplicação de alternativas ao processo produtivo que ficaram conhecidas como Fordismo e que determinaram a alta produção em escala, barateando os produtos e os tornando acessíveis aos consumidores de menor renda.

O que se pode ver é que as crises que aconteceram no sistema capitalista nunca ocasionaram qualquer retrocesso no seu caminho. Muito pelo contrário. Acabaram aperfeiçoando-o, embora os comunistas, socialistas e assemelhados continuem verberando contra o capitalismo e os capitalistas. Já vaticinaram o seu fim em inúmeras oportunidades.

Entretanto, os fatos estão aí para provar o contrário. É o único sistema econômico verdadeiramente democrático, porque necessita da liberdade política para funcionar.

Todas as experiências que tentaram organizar uma Nação em moldes socialistas tiveram que se valer de regimes ditatoriais, tanto à esquerda como à direita do espectro político.


Por isso é que tanto o nazismo, como o fascismo e o comunismo se igualam na negação à liberdade política e econômica. Todos eles são verso e reverso da mesma moeda.

Notem que neste momento quem mais se aproveita a crise econômica não são os capitalistas verdadeiros, mas os esquerdistas, populistas e patrimonialistas, que vêem na adversidade econômica uma boa desculpa para incrementar a estatização da economia, estratégia que lhes possibilita aumento de poder.

Vejam por exemplo como Lula e demais populistas vociferam sobre a necessidade da intervenção estatal e acusam a oposição de se aproveitar a crise para destituí-los do poder.

Contudo, e apesar disso, o capitalismo jamais será derrotado. Os empreendedores verdadeiros não fazem coro com a demagogia e acabam encontrando sempre uma forma de turbinar os seus negócios, ainda que muitos desapareçam no redemoinho da crise. A perseguição pelo lucro é que determina o bem-estar coletivo.

O capitalismo racional, isto é, baseado na empresa duradoura e na possibilidade de planejamento, não comporta o entesouramento de uma fortuna. Isto é uma prática que pertence ao velho capitalismo de butim, caracterizado pela pirataria, o roubo e a pilhagem.

A principal nuance do capitalismo racional é a necessidade de produção incessante e geração permanente de nova fortuna. O capitalista que acumula não entesoura, têm de investir e reinvestir de forma permanente se quiser continuar a ganhar dinheiro.


É óbvio que isso representa a criação de novas empresas, mais emprego, mais arrecadação pelo Estado e que se reflete em mais bem-estar social.

Refiro-me, evidentemente, ao verdadeiro capitalismo e não ao patrimonialismo, um tipo de capitalismo sem risco que sobrevive com sua unhas cravadas nas tetas do Estado.

Neste momento o Estado cumpre com a sua função de equilibrar o mercado. Restabelecidos os parâmetros adequados para o seu funcionamento, a intervenção estatal se retrai normalmente e o mercado volta à sua auto-regulamentação.

(Foto do site de Veja).

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