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quarta-feira, dezembro 24, 2008

LULA E A 'CRISE DE HEGEMONIA BOTOCUDA'

Prestem bem atenção ao que dirão os analistas políticos daqui para frente. Discretamente vão mudando o tom de suas análises, que antes era de condescendência à Lula e seus sequazes, como nunca antes neste país.

Agora burilam os fatos, adequando-os a uma análise com outro viés, de forma a assimilar a realidade de forma suave. Mas passa rápido ao esquecimento aqueles 80% de apoio a Lula, segundo as últimas pesquisas de avaliação do presidente e seu governo.

A verdade é que não há governo que resista ao desgaste de dois mandatos consecutivos e, ainda por cima, amargando os efeitos de uma recessão mundial. Mais à frente ainda quero ver estampadas nos jornalões muitas críticas que tenho formulado aqui.

Lula já estaria sendo tragado pela tal “crise de hegemonia gramsciana”, que aqui passo a conceituar como “crise de hegemonia botocuda”, em assumido tom de pilhéria.

Reproduzo a coluna do Fernando Rodrigues na Folha de São Paulo desta quarta-feira, intitulada “11 vezes crise” como um aperitivo do que vem por aí. Ei-la:

Descontadas as preposições, "crise" foi a palavra mais usada por Lula no seu pronunciamento à nação anteontem na TV.


O presidente usou o termo 11 vezes. O objetivo era combater o pessimismo. Estimular os consumidores a irem às compras.

Mas se era para inocular ânimo nos telespectadores, talvez o presidente devesse ter evitado pronunciar tantas vezes a palavra maldita "crise". Lula parece não se preocupar com esse tipo de detalhe.

Sua rotina é simples: 1) diz qual deve ser a idéia geral de seu discurso; 2) alguém escreve e 3) ele interpreta lendo diretamente no teleprompter -o equipamento que projeta em um espelho falso, em frente à câmera, o texto da fala presidencial.

O petista, aliás, domina a engenhoca de leitura como nenhum de seus antecessores no Planalto. Lula tornou-se um craque nessa arte.

Em várias cerimônias públicas ou até em comícios ao ar livre, sempre que pode, leva o teleprompter a tiracolo. Eis aí um traço de modernidade quase nunca percebido ou reconhecido no presidente: ele lê muito bem seus textos na TV.

Ironia à parte, o clima geral em Brasília neste final de ano é de pânico moderado. Não existe o menor consenso no governo sobre como será exatamente o impacto da desaceleração econômica.

Daí a razão de o presidente se esfalfar diariamente para tentar manter um certo otimismo no país.O pior cenário para Lula parece ser também o mais provável. A carnificina ocorre no primeiro semestre de 2009.

Demissões, queda nas vendas e nos níveis salariais. O restante do ano se arrasta. O Natal vem sem brilho. Por fim, 2010 começa com os eleitores querendo mudanças, favorecendo a oposição.

Para impedir a consumação dessa profecia quase auto-realizável, Lula terá ainda muitos discursos a fazer. E será cada vez mais difícil para ele evitar a palavra "crise".

2 comentários:

Loocio, Tatee disse...

Aluízio, ele (fitty one man) pode até ser bom em Teleprompter, mas não sei se você teve o DESprazer de vê-lo lendo em algumas de suas divagações exaladoras de alto teor etílico!

Por Deus, a fonte das palavras no teleprompter deve ser 250, pois aqui em Passo Fundo, na inauguração de uma usina de Bio-Diesel ele estava lendo em folhas e -juro pela minha vida - cada uma não deveria ter mais de seis palavras, que ao todo no final de seu discurso, deve ter fechado quase 500 folhas!

ainda bem que a maioria das empresas que trabalham com celulose, estão extraindo matéria prima de reflorestamento. senão em um ano o apedeuta terminaria com uma Amazônia inteira sozinho! Mas vai saber né?

um grande abraço amigo, um feliz Natal, muita saúde, muito sucesso e continue neste caminho, afinal você é um cara da luz!

Lucio da Silva
Passo Fundo - RS

Anônimo disse...

FELIZ NATAL!
FElIZ NATAL também paro jornalista bonito também por fora, quando a beleza está também na ntegridadede . Conheci-o no roda-viva .