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quarta-feira, dezembro 24, 2008

OLIGOPÓLIO DA RBS EM SC? CONTEM OUTRA.

O Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF-SC) apresentou no dia 10/12 à Justiça Federal uma ação civil pública para anular a compra do jornal A Notícia, de Joinville (SC), realizada em 2006 pelo Grupo RBS.

A compra do periódico, na verdade, foi o fator motivador do processo 2008.72.00.014043-5, que tem por objetivo “combater o oligopólio do Grupo RBS nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Cantarina”, conforme explica o procurador da República do município de Tubarão (SC) e coordenador do inquérito, Celso Tres.

No processo, são requeridas a implantação de uma programação local, a diminuição do número de emissoras da empresa no RS e em SC e a anulação da compra de A Notícia. “Isso é um escândalo, porque em Santa Catarina não existe nenhum jornal de expressão que não pertença ao Grupo RBS”, afirma o procurador. (Leia MAIS).

MEU COMENTÁRIO: o que está acima peguei há pouco lá no blog do Carlos Damião, jornalista aqui de Florianópolis (links), que reproduz notícia que está no site Comunique-se.

O que acontece na verdade é que houve uma operação comercial dentro de uma economia de mercado livre, a não ser que os petralhas já considerem que vivemos um socialismo botocudo.

O dono do jornal A Notícia, de Joinville, decidiu vender o jornal e o Grupo RBS, do Rio Grande do Sul, deve ter ofertado aquilo que se presume era o que queria o vendedor. Enfim, fecharam um negócio comercialmente.

Falar em oligopólio da RBS é piada. Pelo menos aqui em Santa Catarina, onde o empresariado nunca valorizou a comunicação. Nunca investiu um centavo para bancar um veículo de comunicação regional.


Excetuam-se, é claro, alguns empresários: o fundador de A Notícia, os fundadores do Jornal de Santa Catarina e TV Coligadas de Blumenau, o Grupo Hoepcke quando era dirigido pelo Dr. Aderbal Ramos da Silva, ex-governador e um dos maiores líderes políticos e empresariais de Santa Catarina que manteve o jornal O ESTADO de Florianópolis, aquele que foi o principal jornal catarinense de capilaridade estadual.

Dos veículos que listei, todos eles foram comprados pelo grupo RBS, com exceção do jornal O Estado, no qual trabalhei por mais de 15 anos e depois de sair dessa empresa ainda permaneci como articulista semanal por algum tempo. Com a morte do saudoso Dr. Aderbal, O Estado entrou em decadência e já não existe mais.

Os sucessores desses grupos empresariais não seguiram os passos dos pioneiros. As novas gerações de empresários catarinenses não dão a mínima bola para a comunicação, particularmente no que tange à mídia impressa.

Mais recentemente, o Grupo Petrelli, aqui de Florianópolis lançou o Jornal Notícias do Dia, um empreendimento tímido perto do poderio da RBS, mas de qualquer forma é uma tentativa de estabelecer um outro pólo de comunicação no Estado de vertente eminentemente catarinense.

É claro que seria muito importante que Santa Catarina tivesse um jornal de grande circulação de propriedade catarina, como foram O Estado, A Notícia e o Jornal de Santa Catarina.


Mas como frisei, a nova geração de empresários catarinenses e boa parte dos remanescentes tradicionais não se importam com o jornalismo e não investem um centavo nessa área.

Ora, se o Grupo RBS dirige pesados investimentos para Santa Catarina é porque há um nicho de mercado importante no segmento que tem sido ignorado nos últimos anos pelos capitalitas locais.

Tenho reparos a fazer no que respeita ao tipo de jornalismo que a RBS pratica, uma coisa meio pasteurizada e orientada mais pelo marketing.


Mas em termos empresariais o Grupo RBS é competente e profissional. Investe pesado em Santa Catarina, gera centenas de emprego diretos, contribui com o erário no recolhimento de impostos e tem sim mudado o paradigma da comunicação no Estado.

Se oligopólio existe ele decorre da incúria empresarial catarinense naquilo que é respeitante ao setor da comunicação.

O Grupo RBS segue fazendo o que é a finalidade de toda empresa privada: crescer, inovar, ampliar seus lucros, reinvestir, gerar empregos e aquecer a economia. Isto é capitalismo.


Não fosse a pujança da RBS em Santa Catarina boa parte dos jornalistas, radialistas e apresentadores de televisão estariam comendo moscas. Esta é que é a verdade que tem de ser encarada sem qualquer tipo de paixão.

Vive-se num país que tenta torpedear um grupo empresarial importante, quando o certo, o normal, o oportuno, seria criar uma empresa concorrente.

Oligopólio existe em Cuba, com o Granma e na Venezuela com a televisão borocoxô do tiranete bufão.

4 comentários:

Victor Carlson disse...

Essa ação civil pública é uma grande bobagem. E se anularem a compra, o que acontece? A RBS devolve o A Notícia, abre outro jornal e quebra o A Notícia. Aliás, foi por isso que o jornal foi vendido. O antigo dono sabia que não seria páreo para a competência administrativa e de marketing da RBS. Trabalhei por quase dois anos no DC, com rápidas passagens na ZH e no JSC, e constatei que eles são competentes e ponto. Além disso, eles vendem 100 mil jornais por dia, no máximo, para uma população de 5 milhões de habitantes. Isso é oligopólio? A maioria não consome informação, é isso que impede a manutenção dos jornais e outros veículos impressos no estado.

Aproveitando, desejo Feliz Natal e um Ótimo 2009 para o senhor e sua família.

Victor Carlson

Anônimo disse...

Concordo contigo, embora não compre, leia e goste, com raras exceções, do jornalismo da RBS (RS/SC).
Gostaria de ver nascer em SC, um jornal "da casa", para preencher esta lacuna.
Talentos não faltam aos catarineneses.

Anônimo disse...

Aluizio,

O Políbio Braga, também, escreveu sobre este assunto, hoje.
www.políbiobraga.com.br

Anônimo disse...

Certo dia eu perguntei a um jornalista de muita experiência: por que o jornalismo encolheu tanto nos últimos anos? Ele respondeu que era porque as redações estavam entregues aos departamentos de propaganda e que os jovens não entendiam como os jornais deveriam funcionar e, por isso, os editores estavam corretos em ser tão resistentes, pois a "velha guarda" se tornou uma minoria que, embora ainda estivesse no controle, se enfraquecia a cada aposentadoria ou falecimento... Aí perguntei que culpa teria a velha guarda por essa decadência? Quano ele respondeu "nenhuma", pedi licensa e foi conversar com alguém menos idiota.