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sexta-feira, janeiro 23, 2009

GILLES LAPOUGE, OBAMA E AS FORMIGAS DE GAZA

Acabei de ler um artigo do velho de guerra Gilles Lapouge, no Estadão desta sexta-feira. Ele fala sobre os túnes - aos milhares, no subsolo de Gaza em direção ao Egito - que permitem ao grupo terrorista Hamas, que a grande imprensa trata como "radicais islâmicos", a promoção do maior contrabando do planeta, principalmente de armamentos. Após este prólogo, transcrevo o artigo na íntegra.

Por outro lado, escuto de Hussein Obama um estranho discurso: apóia Israel, mas pede que saia de Gaza completamente, enquanto insta os terroristas a pararem de lançar foguetes contra Israel. Mais: Obama também mandou fechar Guantánamo e isto quer dizer que os terroristas que lá estavam trancafiados estão livres de volta nas ruas?? São todos inocentes que o ex-presidente Bush mandou prender apenas por pura perversidade e sadismo?

E aí eu indago: fanáticos islâmicos são dados a acordos de paz? Fanáticos islâmicos querem realmente a paz? Logo, logo, estarão sapateando e cuspindo sobre a bandeira norte-americana e tocando fogo no retrato de Obama.

É claro que o Hamas vai retomar seus ataques contra Israel que revidará provavelmente numa escala jamais vista. Será terra arrasada. Gaza será transformada num eterno deserto e esta talvez seja a única forma do Estado judeu sobreviver.

O mundo Ocidental tem que tomar medidas drásticas e duras, caso contrário sucumbirá ante a invasão bárbara que já assola a Europa, está nos Estados Unidos, na fronteira do Brasil e do Paraguai, como já foi denunciado em várias oportunidades e até mesmo aqui em Florianópolis, onde se vê nas ruas, cada vez mais, mulheres com o véu islâmico. Seus maridos, pelo menos, ainda não usam as toalhas na cabeça e não foi construída na Ilha nenhuma mesquita. Por enquanto...

Ao mesmo tempo, Venezuela e Bolívia fecharam acordos com o Irã, país de onde sai a munição para o terror empreender o que os fanáticos denominam "guerra santa por Alá" que passa, antes de tudo, pela destruição do Estado de Israel.

Não sei se Lapouge está contra ou a favor dos terroristas. Como pratico um jornalismo que não dá colher para o politicamente correto e não fico rasgando seda, patinando numa suposta imparcialidade, o que eu escrevo todos entendem. Podem não concordar, mas entendem.

Eu estou a favor de Israel e do povo judeu em todos os aspectos, porque defendo com todas as minhas forças os valores ocidentais que se expressam em Estados democráticos laicos e onde prevalece a liberdade sob a édige da lei e da ordem.

O artigo de Lapouge, ao qual me refiro tem o seguinte título: "Novos túneis em Gaza põem em dúvida sucesso da guerra".

E quando Lapouge insinua que Israel perdeu a guerra, escamoteia o fato de que o Hamas se utiliza da população civil como escudo e que transformou mesquitas, hospitais e prédios da própria ONU, em depósitos de explosivos que alimentam os foguetes que mandam contra Israel.

Quando se via, após bombardeio de Israel contra determinados prédios de Gaza, aqueles grossos rolos de fumaça negra, nada mais eram senão a explosão da munição estocada pelo terror no subsolo de escolas e hospitais.

Toda a grande imprensa internacional, sem exceção, lutou bravamente a favor do terrorismo. E ainda há quem diga que os judeus dominam a mídia no mundo, que controlam as finanças e que mandam em tudo. Está claro que se trata de uma fantástica teoria da conspiração, mas não há um miserável jornalista que se refira a isto.

Vejam o que diz Lapouge, desde a outrora sofisticada e elegante Paris, hoje em dia pontilhada por homens de toalhas na cabeça e mulheres usando a burka. Lapouge, pelo menos escreve bem. Como texto literário está ótimo:

Os jogadores de xadrez conhecem bem uma estratégia que leva o nome de "diagonal do louco". Os palestinos da Faixa de Gaza utilizam uma outra figura, que se poderia chamar de "diagonal do túnel".

Ela foi abandonada durante a guerra e retomou seu serviço assim que os soldados israelenses voltaram para seu país. Esses túneis são os que os palestinos perfuraram há dois anos, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, por baixo da fronteira com o Egito.

Há mais de mil deles. Eles permitem a entrada de produtos vindos do Egito que não poderiam entrar pelas passagens fronteiriças normais que Israel mantém sob rigoroso controle.

O problema é que o Hamas utiliza esses túneis não só para receber alimentos, mas também para se reabastecer de fuzis, granadas de morteiro e foguetes. Os mesmos foguetes que o Hamas dispara sobre cidades israelenses vizinhas.

Foi para acabar com esses insuportáveis disparos de foguetes que Israel invadiu Gaza. Desses túneis, um bom número foi demolido pelas potentes bombas israelenses. Mas, mesmo assim, ainda restam muitos deles, às vezes a 30 metros de profundidade.

Além disso, desde a manhã de ontem, as perfuratrizes retomaram o trabalho e estão escavando novos túneis. Portanto, dentro de pouco tempo estaremos de volta à situação de antes da guerra entre Israel e o Hamas.

É compreensível que os israelenses de direita (do Partido Likud) assegurem que, apesar de uma superioridade militar total, a guerra do trabalhista Ehud Barak e seus aliados centristas do Kadima não foi encerrada com uma vitória e sim, talvez, com um revés.

OFENSIVAS SUBTERRÂNEAS
É curioso que os incontáveis generais do planeta não manifestem mais interesse pelos túneis em suas estratégias. Mas a história está cheia de túneis.

Em 1683, Viena evitou uma invasão dos turcos que se haviam aproximado da cidade por túneis imensos.Felizmente, na manhã em que os turcos começariam seu ataque, os padeiros de Viena, que haviam descido para seus fornos, escutaram os últimos golpes de picareta dos soldados turcos e puderam alertar os generais austríacos.

Os turcos recuaram. O Ocidente estava salvo. Como recompensa, os padeiros receberam do rei o direito de dar a forma do crescente otomano aos pequenos brioches que fabricavam e de chamá-los "croissants".

Há dez anos, o Líbano descobriu que os camponeses da vizinha aldeia israelense de Adeissis entravam todas as noites no território libanês por túneis. Ali, eles enchiam cestos com a terra libanesa que era despejada do lado israelense.

Se a manobra fosse prolongada, por exemplo, durante alguns milênios, o Líbano se veria um belo dia integralmente transportado para Israel, mesmo sem se dar conta.Durante a guerra atroz que o Vietnã travou contra os americanos, o general Vo Nguyen Giap mandou escavar um vasto labirinto de túneis sob a floresta tropical.

Os soldados vietnamitas circulavam por esse labirinto e surgiam, de repente, na cara dos soldados americanos, abatendo-os, antes de voltar a seu reino de sombras. O miserável Vietnã acabou por vencer o colosso americano.

Sob a cidade de São Luis, no Maranhão, existe toda uma rede de túneis que, antigamente, permitia que padres e monges escapassem de seus inimigos quando os colonos e os soldados se aborreciam com as provocações humanitárias da Igreja.

Uma grande parte da guerra de 1914-18 opôs os Exércitos alemão, francês e britânico enfiados em trincheiras, nas ligações estreitas entre elas, em labirintos inextricáveis de túneis.

Um dos animais que melhor resistem a seus inimigos é a formiga. Ela vive em túneis. E criou, ao contrário do nosso, um reino nas trevas.Isso explica por que a formiga é invulnerável, vitoriosa e próspera.

O peso total das formigas no planeta iguala o peso total de todos os homens. Isso atesta o sucesso dessa espécie "perfuradora". O filósofo grego Aristóteles havia percebido isso (que vale também para o Vietnã, as trincheiras da guerra de 1914, São Luis e os túneis de Gaza). Ele dizia que a formiga é "o animal político" por excelência.

3 comentários:

Anônimo disse...

Menos Aluizio, vc. tbém é um forasteiro.

Anônimo disse...

Aluizio, perfeitos seus comentários.
Será que em futuro próximo estará a Humanidade dividida em dois grupos beligerantes - os civilizados e os bárbaros?
Sim, porque hoje em dia ainda existem "graduações", mas que aparentemente vai se diluindo e breve teremos apenas dois tipos - bárbaro ou civilizado.
Faz-me lembrar a frase do grande Albert Einstein publicada em seu (pouco difundido) livro "Como vejo o mundo":
"Não sei como será a Terceira Guerra Mundial, mas a quarta, com certeza, será a paus e pedras"
(Vamos pois tratando de juntar nossos paus e pedra hein?)

Anônimo disse...

Aluizio, não sei até que ponto podemos acreditar na "vitória" da formiga chamada Vietnã contra o colosso chamado EUA...
Tive vários amigos pilotos de guerra que lá lutaram e viviam indignados pois bombardeavam locais absurdos - pântanos, matas, locais desertos - enquanto se sabia que a batalha estava em outros locais.
Quando fizeram o bloqueio (por minas) do Porto de Hanói, houve grita geral e forte movimentação política e da mídia para afrouxar a guerra - exatamente como agora, quando Israel atacou Gaza atrás do Hamas!
Generais norte-americanos "linha dura" foram controlados o tempo todo para não ganharem a guerra do Vietnã - afinal não convinha um gigante ganhar de uma formiga...
Na verdade, por trás do Vietnã havia China e URSS....
O poder do CFR e do governo mundial começaram a atuar mais fortemente desde essa época.
Voltando um pouco atrás, na Guerra da Coréia, em 1951, o Gen. norte-americano Curtiss LeMay reverteu o ataque da Coréia do Norte (armada pela China) e estava a ponto de invadir a China e derrubar o governo comunista e recolocar Chiang-Kai-Chek no poder!
Foi impedido de fazê-lo e retirado imediatamente de lá.
Já imaginou como seria hoje uma China capitalista, cristã e pró-Ocidente?
Muitas guerras não podem ser vencidas nos campos de batalha - são negociadas e tramadas "debaixos dos panos"...ou nas trevas, como diz você..rs rs