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domingo, abril 19, 2009

NINGUÉM FALA EM FECHAR O PALÁCIO DE LULA

Com razão os cidadãos brasileiros estão revoltados e enojados com a "farra das passagens áereas" patrocinada pelo Congresso Nacional.

A primeira reação consiste numa simples proposta: "fechar o Congresso".

Entretanto, nunca se ouve outra proposição muito mais coerente, lógica e democrática: não reeleger nenhum dos parlamentares que garfaram o erário para se locupletar.

É que a primeira reação - fechar o Congresso - significa simplesmente um golpe de Estado. Sem parlamento não se tem democracia.

A instituição parlamentar é legítima e constitui o principal esteio de um regime democrático. Quem a conspurca são os eleitos por esses mesmos eleitores que agora se revoltam.

Há pouco lia editorial do Estadão deste domingo, vazado numa linguagem dura, porém necessária em casos dessa natureza. Não prega o fechamento do parlamento, mas leva água ao moinho da sua desmoralização, já que não faz a ressalva que estou agora fazendo tendo em vista a separação da instituição parlamentar, que é legítima e democrática, de sua manipulação vil, rasteira e debochada.

Quando explodiram os escândalos do mensalão e dos cartões corporativos ninguém falou em fechar o Palácio do Planalto. Lula disse apenas que não sabia de nada e ficou tudo por isso mesmo. A reação dos eleitores teria de ser a mesma que ocorre agora em relação ao Parlamento, não?

O que deve ser levado em consideração, em qualquer análise respeitante a esses recorrentes escândalos que integram de forma vergonhosa a história da República brasileira, é o sistema presidencialista imperial.

Explico: ao contrário do sistema parlamentarista, quando o primeiro ministro tem de ter o aval da maioria do parlamento para ser ungido no cargo, no Brasil o Presidente da República pode ser eleito sem que a maioria parlamentar lhe conceda apoio.

Nenhum Poder Executivo funcionaria se o parlamento lhe fosse permanentemente hostil. No caso brasileiro, essa maioria necessária ao funcionamento da máquina estatal é conseguida na base da barganha, da compra de apoio, do aliciamento em troca de favores, no toma lá dá cá.

Vejo na origem da dominância do patrimonialismo, expressada no uso particular do dinheiro público, o esdrúxulo sistema político brasileiro que já viciou o eleitorado na cultura da venda do voto. Vendem o voto por um punhado de cartões do programa Bolsa-Família, pela promessa de um emprego ou de uma carrada de tijolos para construção de um barraco.

A vagabundagem vigorante no Parlamento brasileiro é o espelho a refletir o movimento camaleônico dos eleitores brasileiros que, a cada eleição, já nem se lembram do candidato em que votaram.

A revolta contra a farra das passagens e outras orgias nos bastidores do poder, sempre bem dissimuladas pela esperteza e a malandragem dos amanuenses profissionais que compõe nossa pesada burocracia, é justificada e legítima. Mas, por outro lado, não deixa de revelar uma indecente hipocrisia do eleitorado que na urna sagrou todos os atuais senadores e deputados.

Se os eleitores clamam pelo fechamento do Congresso é porque vêem possibilidade muito mais ampla e efetiva de viver, eternamente em berço esplêndido, a oportunística confusão entre as esferas pública e privada.

Democracia dá muito trabalho, obriga à participação e, principalmente, à tomada de partido e a ter opinião política.

Normalmente, os brasileiros - todos eles, com as exceções de sempre - dizem detestar a política e se apressam em proclamar que não têm partido.

No entanto, não demonstram qualquer escrúpulo quando se trata de mercadejar o voto.

5 comentários:

José de Araujo Madeiro disse...

Infelizmente é classe política que temos. O Lula sabota contra a República, tentando destruí-la por dentro, conforme as teses de Gramsci, usadas no Foro de São Paulo. É a República da Libertinagem e do vandalismo. Mas devemos preservá-la, vamos moralizá-la pela legalidade e não por golpe de Estado, envolvendo as FFAA. No momento vamos jogando lenha na fogueira, para o povo promover uma renovação dos seus quadros.
Mas em 2010 vão votar no Lula para embaixador de Cuba e Dilma Rousseff para embaixatriz, para nos livramos dessa Caterva.

Anônimo disse...

Que idéia fantástica, que sublimação se lula e a italiana inútil dele fossem viver na ração de Cuba... aiaiaiai José, vou começar a imaginar esta utopia, quem sabe se realiza????

Rejane (Mel) disse...

Pois é, guri.

O processo de desmoralização do Congresso vai de vento em popa - conforme os planos do Foro de São Paulo - .

Enquanto isso ninguém fala uma linha sequer sobre os descalabros (muito maiores) tb acontecendo no Executivo.

Tá certo que é preciso URGENTEMENTE acabar com a roubalheira institucionalizada, mas só "os bois de piranha" é que estão pagando por tudo.

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Off Topic:

Recebi recadinho desaforado de amiguinhos das barangas do orkut.
Devem ter se dado "ao trabalho" de me achar após meus comments no seu post...
Eita gente desocupada, não? Huahuahua

Grande abraço!

Cris disse...

Aluzio,

Ando muito procupada. Acho que 2010 será nossa última chance. É o momento de pararmos e pensarmos, à sério, que Brasil queremos.
O de Serra, de Aécio, o de Dilma?
Será mesmo?! Ou são os que nos são empurrado goela abaixo, o "menos ruim", ou "o que tem"?

Iremos às urnas, como em todas as eleições, como cordeirinhos, depositar nossos votinhos, docilmente, sem exigir nada?

Há apenas UMA chance de revertermos o processo de "Zimbabweação" que o Brasil passa. A pergunta é: O QUE QUEREMOS DE VERDADE?

Anônimo disse...

A solução para resolver o maior problema do Brasil, seria um Lee Hervey Osvald!
Ganharia a eterna gratidão da nação, se estendesse seus benefícios ao zesarney, quadrilha do mensalão, bolsistas - ditadura e pricipalmente a ministra chefe dos direitos humanos (dos vagabundos!)
FOGO, MUITO FOGO E MUITA PONTO 50 NELLES!
Eduardo.50