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quinta-feira, abril 02, 2009

UM MURO PARA CONFINAR BOTOCUDOS NO RIO

Muro protegerá cidadãos de bem isolando os botocudos
Ao custo de R$ 40 milhões, o governo do Rio vai construir muros no entorno de 11 favelas. O objetivo, segundo o Estado, é conter a expansão das moradias irregulares em áreas de vegetação. Todas as áreas escolhidas, no entanto, cresceram abaixo da média em comparação às demais comunidades. O projeto, inicialmente, será implantado apenas na zona sul, área nobre da cidade. É o que informa a Folha de São Paulo desta quinta-feira.

E notem o cuidado da redação, já no lead, afirmando que “todas as áreas escolhidas, no entanto, cresceram abaixo da média em comparação às demais comunidades.” O texto da matéria também diz que o projeto será implantado apenas na zona sul, área nobre da cidade, a mostrar que o redator adora pobres e favelas. Eita!

Mais adiante a Folha recheia a matéria citando inclusive o blog do (Argh!) escritor português Saramago, um comunista extemporâneo, uma espécie de Oscar Niemayer, que cai de pau na iniciativa do governador Sérgio Cabral. E, como não poderia deixar de ser, a matéria também ouve um sociólogo que vê por trás do projeto questões de segurança e não apenas a contenção do avanço das favelas sobre áreas dos morros.

Ora, está na cara que Sérgio Cabral está procurando salvaguardar a população decente do Rio de Janeiro da horda botocuda.

Penso que a medida não surtirá o efeito desejado. As favelas não crescem por causa dos excluídos, injustiçados e outras causas apontadas pelos politicamente corretos e ONGs interessadas na manutenção das favelas para ganhar dinheiro como seus “projetos sociais” (Argh!)

As favelas aumentam porque quando surgiram nos morros do Rio há muito anos, os cariocas as toleraram. Já fazem parte da cultura carioca e dos versos que são cantados em centenas de sambas. Um samba de Zé Kéti afirma com todas as letras: “...daqui do morro eu não saio não. Se não tem água, eu furo um poço...” e por aí vai.

A incúria das administrações ao logo da história do Rio de Janeiro permitiram que surgisse um território sem lei e sem ordem que acabou sendo tomado pelo crime organizado.

E os botocudos gostam disso. Tanto é que a letra do samba de Zé Kéti afirmava desafiadoramente: “...daqui do morro eu não saio não”, justamente num momento em que os governos militares criaram vários programas habitacionais. Lembram-se da COHAB?

Brasileiros de modo geral não gostam da lei e da ordem, da organização, da higiene. Se gostassem jamais procurariam uma favela para morar.

Mas esta iniciativa de cercar esses locais com um muro de três metros de altura, para isolar os botocudos, já representa alguma coisa no sentido de criar uma situação de repúdio às favelas. Pode resultar num efetivo efeito simbólico, como também servir de parede para edificação de novos barracos.

Imagino que daqui a pouco uma dessas ONGs que vivem em função das favelas e que mamam dinheiro público para realizar seus supostos “trabalhos sociais”, ingresse com açaão na justiça para embargar as obras de construção dos muros.

Se a ação cair nas mãos de um juiz militante do direito achado na rua, pronto! Liminar na certa e o caso se arrastará nos meandros da burocracia do judiciário e os muros já construídos servirão de parede para novos barracos.

Não vejo nenhuma solução para o lixo ocidental.

O Rio de Janeiro, essa cidade maravilhosa, foi liquidada pelos botocudos.


Foto da Folha de São Paulo

10 comentários:

Anônimo disse...

Lula já prometeu (e não fez) 600 mil casas
Se o programa de 1 milhão de casas der certo, será uma surpresa. Mídia e políticos têm memória curta, mas em 7 de fevereiro de 2006 o presidente Lula anunciou um programa habitacional para beneficiar 600 mil famílias. Anunciou até a liberação recorde de recursos (R$ 18,7 bilhões). Três anos depois e nenhuma casa entregue, Lula anunciou há dias o novo “Minha Casa, Minha vida”, prometendo 1 milhão de casas. (Coluna do Cláudio Humberto)

Rodrigo disse...

Pra reaçada a decência de uma pessoa está no saldo da conta corrente, ou do funde ações...
Bando de doente.

Honório Salgado disse...

Como a fortuna do Inácio é avaliada em dois bilhões de dólares, ele é altamente decente, né não, Rodrigo?

Alexandre, The Great disse...

Aluízio, vc tangenciou o problema das favelas e da violência nos morros do Rio de Janeiro. Tudo bem, pois não há como se aprofundar no tema apenas em um artigo num blog, contudo enviarei para a sua caixa postal uma síntese de monografia onde pesquisei esta relação entre morro X asfalto X violência, caso queira conhecer um pouco mais.
Quanto a construção de barreiras físicas à expansão das favelas - perfeito! Sua análise atingiu o cerne da questão. Parabéns!

Clô disse...

Sou carioca e explico:Zé Kéti afirma com todas as letras: “...daqui do morro eu não saio não. Se não tem água, eu furo um poço...” e por aí vai.
O morro de Zé Kéti não é esse morro dominado pela marginalidade, a qntos anos ele compôs a música?
O morro de Zé Kéti era poesia!

Aluizio Amorim disse...

Certo, Clô.
Aquele era um outro tempo e malandragem não usava escopetas e metralhadoras.
Entretanto, já se verificava nessa época a apologia da pobreza e da marginalidade que havia nos morros.
Afinal, por que não aceitar a possibilidade de mudar para algo melhor?
No samba de Zé Kéti já estava sendo plantado o "pobrismo" como virtude.

Clô disse...

Sempre existiu Aloizio,o morro era habitado por pessoas simples,em geral domesticas, porteiros, mecanicos etc... era de graça o terreno pro barraco, pra ficarem perto de de seus empregos, na orla ( O Rio é cercado de morros)pescadores empurrados de seus locais de origem tbm subiram o morro, claro que a pobreza lamentavel mas eram outros tempos.
Ao menos vivia-se em paz pra trabalhar criar sua familias mesmo pobres, e com dignidade.
Não se falava em trafico tão ostensivamente... não consigo juntar Rio antigo com esse de agora, até dói, Rio da Bossa Nova e do Samba de RAIZ, samba dos negros! Ficamos quase sem poesia só o funck mesmo pra descrever nossa situação.
Sou carioca, insulana... triste com a nossas situação! Amando o Rio apezar de tudo!

Anônimo disse...

É graças a textos idiotas como este: "está na cara que Sérgio Cabral está procurando salvaguardar a população decente do Rio de Janeiro da horda botocuda"... Que vemos cada vez mais os "filhinhos" da classe média se tornando traficantes de asfalto. E os botocudos favelados estão lá, cidadãos de bem TRABALHANDO para ganhar o sustento de suas famílias e se o tráfico existe é porque a "população decente" sobe o morro pra comprar drogas. Favelado não tem dinheiro para sustentar o tráfico, quem sustenta o tráfico são os viciados incrustados na dita "população decente".
A "população decente" durante o dia veste camiseta branca e vas à praia do Leblon pedir a PAZ e a noite sobe o morro e abastece-se de cocaína, bancando assim o tráfico e suas armas.
Acorda amigo... Levanta de trás deste seu computador de última geração e vai ver o que é vida de verdade. E a pergunta que não quer calar: onde mora sua empregada doméstica?
Quer trancar-se em gueto, tranque-se você. Construir muro não resolve o problema de ninguém...
Vc me parece um Hitler do séc. XXI, deveria pendurar uma suástica em sua porta.

Marcos André Lessa disse...

"Brasileiros de modo geral não gostam da lei e da ordem, da organização, da higiene. Se gostassem jamais procurariam uma favela para morar."

HAHAHAHAHAHAHAH

Você não é brasileiro, então? Ou você mora numa favela e tá escondendo o jogo?

Se todo brasileiro tivesse renda pra poder escolher onde morar, você acha que ele moraria na favela? Ele realmente escolheria devastar um morro pra isso?

Não sei se vc compreende o significado da palavra "botocudo". Pelos seus argumentos, o único botocudo nesse artigo é o autor.

Unknown disse...

Acredito q vc esteja sendo irônico... O problema são esses jornais vinculados a famílias mafiosas q praticamente dizem o mesmo, mas vestindo uma máscara de ética