Em tradução livre que fiz do espanhol, trago para vocês um artigo de Joaquín Samayoa, do jornal La Prensa, de El Salvador, cujo título é o mesmo deste post. Descobri num post no Twitter do incansável KirkBlog, da Flórida (EUA), já referenciado aqui no blog em post mais abaixo.
Recomendo a leitura e também faço um apelo para que vocês repassem por email aos seus amigos, coloquem em suas páginas do Orkut, republiquem em seus blogs, debatam o conteúdo deste artigo em salas de aula. Aqueles que estão estudando, mostrem aos professores. Aos políticos, deputados e senadores, recomendo a leitura da tribuna e o debate.
O episódio que sacode Honduras tem uma importância fundamental para barrar o expansionismo do diabólico projeto bolivariano do caudilho Hugo Chávez e que tem o apoio e a simpatia de Lula e seus sequazes. Portanto, o Brasil poderá ser Honduras amanhã.
Dada à leniência e a corrupção avassaladora que grassa no Congressso Nacional, uma eventual remoção de um presidente que afrontasse a Constituição seria muito mais traumático, ou seja, seguiria o modelo dos golpes clássicos com o banimento civil do poder.
É isto que temos de evitar, embora nunca se possa descartar medidas extremas que postulem a manutenção da democracia e da liberdade dentro de um quadro de adversidades que não ofereça outra alternativa.
O caso de Honduras é limpo e cristalino, como é a liberdade e a democracia. Vamos então ao artigo de Joaquín Samayoa:
Todos acreditavam que os golpes de Estado haviam ficado para trás na história política da América Latina. Todos haviam desejado que, com efeito, assim fosse. Confiávamos em que a realização de processos eleitorais mais ou menos transparentes, o fim do militarismo e a submissão dos governantes à institucionalidade democrática tornariam completamente desnecessário que algum país tivesse que considerar, muito menos executar, a remoção forçosa de um presidente eleito democraticamente. Mas a história nunca avança em linha reta; tem vales e montanhas, tem rupturas e retrocessos.
A captura e expulsão do presidente Zelaya provocou uma reação quase unânime de censura, mas, na realidade, é tudo o que vem ocorrendo em Honduras nas últimas semanas que se deve qualificar como um retrocesso da democracia. Os fatos políticos têm causas e antecedentes que não devem ser ignorados. Em Honduras, o retrocesso da democracia começou com o prepotente desprezo da ordem constitucional e institucional que exibiu o presidente Zelaya em sua tentativa de perpetuar-se no poder.
Os agentes do expansionismo chavista estão indignados. Já os conhecemos. Apelam aos princípios democráticos somente quando lhes convém. Mas eles não são os únicos que censuram o golpe. Há quem pense que o afastamento de Zelaya estava justificado, mas que deveria ser levado a cabo sem recorrer à força militar ou sob ordem expressa de um organismo facultado pela Constituição para remover o presidente. Este último é o que eu havia preferido; entretanto, antes de somar-me ao coro de censura, tenho que fazer-me a pergunta: Havia realmente outra forma de fazê-lo?
Creio que faz falta uma megadose de ingenuidade para pensar que zelaya teria aceitado a sua destituição. Longe disso, teria dissolvido o Congresso, teria decretado o Estado de Sítio, teria comprado lealdades no Exército, teria chamado em sua defesa as Forças Militares da grande pátria bolivariana, teria feito qualquer coisa para sustentar-se.
Tudo isso teria merecido, se muito, uma tíbia e passageira condenação internacional. Há que entender que a OEA nunca serviu para defender a democracia. Em outros tempos foi dominada pelos Estados Unidos e defendeu ditaduras militares, depois teve um período de absoluta irrelevância e passou, em anos recentes, a ser dominada por Chávez para defender as ditaduras bolivarianas. Uma vez que Zelaya houvesse afiançado o seu poder após uma falida tentativa de destituí-lo legalmente, nenhum dos que estão censurando o golpe teria feito nada para ajudar os hondurenhos a safar-se de seu ditador.
As instituições hondurenhas teriam unicamente três opções. A primeira era ficar de braços cruzados e permitir que as coisas seguissem seu curso até desembocar numa situação já irreversível de instauração de um regime chavista destinado à perpetuidade por Zelaya. A segunda era tentar desfazer-se do presidente na boa, fato que teria concedido a Zelaya o tempo suficiente para solicitar o respaldo militar venezuelano, convertendo Honduras num cenário de uma guerra sangrenta. Optaram pela terceira, um golpe militar de surpresa e incruento para evitar que zelaya consumasse seus planos de perpetuar-se no poder.
A diferença dos golpes militares da segunda metade do século passado, a remoção forçosa de Zelaya contou com o respaldo unânime do Congresso e deixou intacta a institucionalidade do país. Seguramente nem os protagonistas do golpe nem o que temos observado desde fora dos acontecimentos teríamos desejado que se tivesse que chegar a uma ação desse tipo, mas a política real raramente deixa margem para ações inteiramente livres de reprovação.
Qualquer golpe de Estado é lamentável. Entretanto, são os hondurenhos que terão que enfrentar as conseqüências de um ou outro dos possíveis cursos da ação e, por conseguinte, permitir-lhes resolver seu problema sem interferência estrangeira. Há razões válidas para objetar um golpe de Estado. O que não é correto é o duplo estandarte daqueles que o censura pelo que implica de ruptura da ordem constitucional, mas guardam covarde silêncio ante outras violações, talvez mais graves, dessa ordem que dizem defender.
O novo governo hondurenho terá que resistir às fortes pressões exigindo a restituição do deposto presidente. Se não lhe dobra o braço, terá que subsistir uns meses, até as eleições de novembro, sem reconhecimentos e suportando sanções internacionais. Esse é o preço que os hondurenhos pagariam por sua soberania e por haver-se atrevido a erguer o primeiro dique de contenção ao expansionismo chavista na região centro-americana.
segunda-feira, julho 06, 2009
ESPECIAL: AS TRÊS OPÇÕES QUE TEVE HONDURAS
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Postado por
Aluizio Amorim
às
7/06/2009 03:24:00 AM
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9 comentários:
Não esquecendo que todo ditador é expansionista. Veja o que Hitler fez para expandir o império nazista? Hugo Chaves não será diferente dele. É só questão de tempo.
Concordamos que 4 anos é um tempo muito curto, mas foram as regras do jogo, conforme à Constituição. Porém ele teria outra oportunidade, não consecutiva.
No Brasil se baixarmos a cabeça, teremos um Hugo Chaves pela frente.
Talvez com uma Emenda Constitucional estabelecendo o parlamentarismo. Noutro caso, um mandato de cinco anos, com direito somente a uma re-eleição não consecutiva e não mais.
Talvez com essas regras possamos ter uma estabilidade institucional.
Caso contrário, um golpe de estado, para começar tudo de novo.
Mas no momento vamos ver se podemos tirar os petralhas do poder, pela legalidade.
Att. Madeiro
Aluizio... parece que a América Latina está condenada aos ditadores! Uns dão golpes de estado pela força das armas e outros dão golpes de estado "constitucionais" para se eternizarem "legalmente" no poder. Está instalada a alternância. Bom...entre uns e outros, sempre sobram alguns populistas mais suaves. Estás condenado e nada de te mudares para a Suécia ou para o castelinho na Escócia!!!!
Rita:
não é o caso de Honduras. Lá ninguém está querendo se perpetuar no poder legalmente. Honduras luta justamente contra um títere vagabundo do chavismo que deseja destruir a democracia.
Realmente você tem razão. Não tem mais como escapar, depois que a Europa imbecilizou-se completamente.
Assistiremos nos próximos anos o triunfo total da estupidez.
Os chimpanzes são mais inteligentes do que os humanos, não?
Pelo menos ficam no mato comendo bananas...hehehe...e não se metem a concorrer à presidência dos Estados Unidos...hehehe...
Que texto, Aluízio!
Com a devida vênia, irei utilizá-lo em um Estudo de Caso, além, é claro, de divulgá-lo para toda a minha lista.
Aluizio,
Desta tu vais gostar:
Veja só os links de jornais estrangeiros do Globo:
Imprensa do mundo
w El Universal de Caracas
w Agência Bolivariana de Notícias
w El Comercio (Equador)
w The Daily Star (Líbano)
w Granma (Cuba)
Bárbaro, não?
O texto é muito bom mas peca na insistência de que houve golpe.Quem dá golpe é quem pensa em ferir leis e passar obstáculos custe o que custar.Todos os golpes são ilegais.Mas o que houve em Honduras não foi golpe.Todos os passos para que não se chegasse à destituição de Zelaya foram tomados mas diante da intransigência ditadorial de Zelaya foi usado o último recurso que a constituição de Honduras tinha para salvar sua democracia:a destituição legal de Zelaya.E assim foi feito.O único golpista na história é Zelaya.Micheletti é o legítimo presidente.
Ademais tem aparecido em alguns sites que possuem área para comentários a tese-furada-de que Zelaya como presidente eleito pelo povo teria um salvo-conduto constitucional,independente se era ou não culpado de um ou mais crimes.Podemos notar aqui a aplicação do absolutismo à república.Sim,no absolutismo monárquico o rei estava acima do senso comum,das leis e seus atos eram revestidos de ampla impunidade não interessando se fossem para o bem ou para o mal,uma vez que se supunha que ele nunca atentaria contra seu país ou povo.Pois este tipo de garantia é o que fazem transparecer os partidários de Zelaya.No entanto convém lembrar que muitas cabeças coroadas absolutistas rolaram mesmo assim pois para tudo há limite.Ninguém está acima da lei e muito menos o presidente de uma república.Ele é um dos guardiões da constituição e como tal lhe deve ser absolutamente fiel.O que se faz quando um guardião não faz o seu trabalho direito e até põe em risco o que guarda?É Demitido ou é executado.Foi o que Zelaya procurou e achou.Depositário infiel das normas republicanas hondurenhas foi destituído de seu cargo tal qual se faz com qualquer administrador desonesto e sujo de uma empresa.
Obrigado pela tradução (livre? é uma bênção, pois nada mais correto do que a liberdade - assim o homem foi explodido pelo Big Bang ou objeto da Criação). No espanhol tem os falsos cognatos (falsos amigos - parece, mas não são ou o termo parece, mas não é). A China mata mais de uma centena. Vão entregar para os diplomados (ao exame da turma de mestrado e doutorado sequer matrículado? Além de humorísticos, o País conhece agora os gênios da magia!). Vão intervir? Ninguém comenta? E a situação do País que os blogueiros ilustres chamam de bananão é de um acampamento de infratores (veja a lista de Senadores com processos criminais no STF e as infrações)? É de arrepiar). De qualquer maneira, são homens comuns e de biografia(?), sejamos tolerantes e generosos.
(CNSNews.com) — Um comentário publicado no jornal que outrora foi o jornal oficia da União Soviética anunciou a “descida dos EUA no marxismo” citando os baixos padrões educacionais, a eleição de Barack Obama como presidente e como o governo americano assumiu o controle da General Motors.
O artigo de opinião no Pravda, um dos jornais da era soviética ainda publicados na Rússia, levava a manchete “Capitalismo americano foi-se com um leve gemido”, e foi escrito por Stanislav Mishin, que dirige o blog “Mat Rodina”.
“Como o romper de uma grande represa, a queda dos EUA no marxismo está acontecendo numa velocidade espantosa, diante de um cenário de ovelhas (isto é, pessoas) passivas e desanimadas”, escreveu Mishin.
O artigo afirma que a queda dos EUA ocorreu em três fases:
“Primeira, a população foi idiotizada por meio de um sistema educacional politizado e de baixo nível baseado na cultura popular, em vez da educação clássica. Os americanos sabem mais sobre seus dramas de TV favoritos do que os dramas do governo federal que afetam diretamente a vida deles”.
Segunda, “a fé deles em Deus foi destruída, ao ponto em que suas igrejas — dezenas de milhares de diferentes ‘vertentes e denominações’ — se tornaram na maior parte pouco melhores do que circos de domingo e seus televangelistas e mega-igrejas protestantes mais importantes ficaram mais do que felizes de vender suas almas e rebanhos a preço de banana, a fim de estarem do lado ‘vencedor’ de um ou outro político pseudo-marxista”.
O artigo também disse: “Os rebanhos americanos rejeitaram Cristo na esperança de obter poder terreno. Até mesmo nossas igrejas ortodoxas nos EUA são escandalosamente liberais”.
“O colapso final”, disse o artigo do Pravda, “ocorreu com a eleição de Barack Obama. A pressa com que ele tem feito as coisas nos últimos três meses é realmente impressionante. Seus gastos e emissão de moeda estão batendo recordes, não só na curta história dos EUA, mas também do mundo. Se a situação continuar desse jeito por mais de um ano, e não há nenhum sinal de que não continuará, na melhor das hipóteses os EUA ficarão semelhantes à República de Weimer e na pior como o Zimbábue”.
Dando detalhes sobre o controle agora dominante do governo de Obama sobre a General Motors, Mishin mencionou como o governo americano demitiu o diretor executivo da GM e a “ousadia” de Obama de declarar que ele e outro grupo de palhaços nomeados por ele e que não foram eleitos agora reestruturarão a indústria automobilística inteira e até serão a garantia das políticas automobilísticas”.
O “primeiro-ministro russo Putin, menos de dois meses atrás, avisou Obama e Tony Blair da Inglaterra, para não seguirem a rota do marxismo, pois só leva ao desastre”, disse o artigo.
Traduzido e adaptado por Julio Severo
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