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sábado, agosto 15, 2009

PROVIDÊNCIAS PARA CONTROLAR GRIPE SUÍNA

Excerto de matéria sobre a gripe suína que está na revista Época, após este prólogo.

O mais interessante de tudo isso é que ninguém sabe exatamente a verdade dos fatos no que respeita ao tamanho e virulência da pandemia.

A informação sobre a gravidade e extensão da moléstia vem embutida em determinaçoes da saúde pública em restaurantes self-service, pelo menos aqui em Florianópolis, onde são oferecidas luvas destinadas ao manuseio de alimentos para os clientes se servirem.

Curioso é que a vigilância sanitária não determnou ainda às pessoas que trabalham em cozinhas de restaurantes a obrigatoriedade do uso de luvas e máscaras. Esta providência por si só não irá impedir a propagação do virus, mas contribui muito para minimizá-la.

Há necessidade de mais informação. E, na atualidade, os meios para fazer com que a informação chegue à população não é o problema. Se é verdade que o pânico prejudica o combate à doença, a falta de informação pode elevar o contágio a um aumento dramático.

O fundamental, neste momento, é afastar a questão político-eleitoral nas providências de controle da gripe suína. A vida, o bem-estar e a segurança das pessoas estão acima da luta pelo poder.

Leiam:

"Nas últimas semanas, comecei a ver no hospital uns casos muitos esquisitos, casos estranhos como nunca vi na vida", diz o infectologista Paulo Olzon, de 62 anos. A observação não é corriqueira. Olzon é professor da Escola Paulista de Medicina e infectologista desde 1971.

Ele teve a oportunidade de cuidar de doentes com praticamente todos os sintomas que as doenças infecciosas podem manifestar – ou quase todos. Em quatro décadas de profissão, Olzon nunca tinha visto casos de pneumonia com evolução tão rápida e severa como naqueles quatro pacientes, três homens e uma mulher com idades entre 25 e 45 anos, internados na segunda semana de agosto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Paulo, em São Paulo.

Os quatro corriam risco de vida. Só sobreviveram graças ao fato de terem sido internados em tempo hábil em uma UTI com os melhores recursos da medicina. "Um dos pacientes tinha voltado à noite do trabalho para a casa se queixando de dores no corpo e foi dormir", diz Olzon.

"Às duas da manhã, ele não parava de tossir nem conseguia mais ficar em pé. Sua família teve que carregá-lo de madrugada para o hospital, onde foi internado. Às duas da tarde, o funcionamento dos pulmões ficou comprometido. Tivemos que entubá-lo, para usar o respirador mecânico. Ao mesmo tempo, tivemos que drenar 800 mililitros de líquido só do pulmão esquerdo."

Com a pneumonia viral é diferente. O estrago causado pelo vírus A(H1N1) é fulminante e devastador. Não sobra tempo para as bactérias oportunistas tomarem o seu lugar. Sem a possibilidade de internação imediata em UTI, a pneumonia viral é mortal em 100% dos casos. Foi assim na Gripe Espanhola de 1918. É assim ainda hoje, 91 anos depois. Mas a internação em tempo hábil em uma UTI de pacientes com pneumonia viral não fornece de forma alguma um passaporte para a sobrevivência. Segundo o historiador americano John Barry, autor de A Grande Gripe – A história da pandemia mais mortal da história (The Great Influenza, 2004), o melhor arsenal médico do início do século XXI só consegue salvar 6 em cada 10 doentes. Aquele paciente com pneumonia viral tratado por Paulo Olzon teve sorte de conseguir um leito de UTI. Leia MAIS

2 comentários:

Anônimo disse...

Já está mais que na hora da imprensa questionar o Temporão sobre as condutas adotadas pelo Min.da Saúde.O número de mortos esta chegando aos 400...Ele só fala em medicar com o Tamiflu os grupos de risco, mas ESTÃO MORRENDO JOVENS SAUDAVEIS.Se o Min.da Saude continuar a "economizar" o Tamiflu, quando a epidemia se espalhar pelo resto do país teremos milhões de mortos... E além disto estão confundindo as pessoas mostrando que a gripe suína é menos letal que a gripe sazonal. Estamos em uma epidemia de um vírus desconhecido. Não é hora de comparar a H1N1 com a gripe sazonal.
Receber o Tamiflu é um direito de TODOS, pois o estoque do governo foi comprado com o dinheiro público!

Anônimo disse...

Vale a pena ler esta entrevista com o Edison Luiz Durigon, 53 anos, professor titular e chefe do Laboratório de Virologia do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). São várias páginas,mas muito esclarecedora e assustadora

Intimidade de alto riscocom

http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=3915&bd=1&pg=1&lg=