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sábado, abril 10, 2010

CANDIDATA PETISTA FALOU "DILMAIS"

ENTRE LOBOS E CORDEIROS Em Minas, Dilma agradou à plateia petista,
mas irritou o aliado Hélio Costa (C
) ao defender acordo com o PSDB


O texto que segue após este prólogo é a reportagem na íntegra da revista Veja que foi às bancas neste sábado a respeito do comportamento ondulante de Dilma Rousseff em sua incursão por Minas Gerais, que não contou com a presença de seu mentor Lula da Silva.

Sem traquejo político algum, já que nunca concorreu a nenhum cargo eletivo, Dilma cometeu uma gafe que constrange até mesmo os seus aliados. O fato mostra por si só que Dilma não tem o mínimo preparo para o cargo que pretende e os brasileiros já perceberam isso. Leiam a reportagem:

O pacote da pré-campanha da ex-ministra Dilma Rousseff é de impressionar. O PT alugou casas, um comitê, reservou carros, jatinhos, contratou especialistas americanos em internet, jornalistas, institutos de pesquisa, consultores de imagem, fonoaudiólogos e marqueteiros – um aparato de estrela que já está trabalhando, mas que ainda convive com um grande enigma: o desempenho da ex-ministra sem a presença do presidente Lula a seu lado. Na semana passada, surgiram os primeiros indícios do que está por vir. Em sua incursão-solo inicial, Dilma escolheu Minas Gerais como cenário para testar seu desempenho. Seguindo o roteiro convencional dos políticos, a petista colocou crianças no colo, fez promessas a empresários, tomou cafezinho com cidadãos comuns e distribuiu beijos e afagos. O resultado foi considerado satisfatório. No palanque e nas entrevistas, territórios em que talvez o eleitor tenha as melhores condições de enxergar seu candidato da maneira como ele realmente é, a ex-ministra causou espanto. Ao contrário de tudo o que já havia feito, Dilma adotou um discurso agressivo, classificando os opositores como "lobos em pele de cordeiro", para, logo depois, defender a possibilidade de uma parceria entre ela e o candidato ao governo de Minas Antonio Anastasia, do PSDB – supostamente um dos tais "lobos em pele de cordeiro".

Longe de ser apenas uma contradição, a declaração da ex-ministra foi uma gafe. "Como houve o Lulécio (comitês de apoio a Lula e Aécio Neves em 2006), é possível que haja a Dilmasia. Eu acho até melhor a inversão. Dilmasia é esquisito. Anastadilma, qualquer coisa assim", disse a petista, ao ser questionada sobre o fato de alguns aliados já estarem formando fileiras com o PSDB de Minas. No mundo político, lobos e cordeiros costumam conviver de forma harmoniosa em nome de um interesse comum. O problema da declaração da ex-ministra é que ela veio no momento em que seu partido é instado a apoiar o ex-ministro Hélio Costa, pré-candidato do PMDB ao governo mineiro e aliado de Dilma. Costa, é claro, irritou-se e levantou até a hipótese de passar a apoiar José Serra, o presidenciável tucano, criando uma chapa apelidada por ele de "Serrélio". Os petistas de Minas, que não querem Hélio Costa nem Anastasia, também se constrangeram com a sugestão da ex-ministra. Dilma foi reprovada no teste de habilidade. Também não pegou bem a iniciativa de depositar flores no túmulo de Tancredo Neves, avô do tucano Aécio e cuja candidatura à Presidência da República, em 1985, foi torpedeada pelo PT no antigo Colégio Eleitoral. O ato foi visto como demagógico e até de mau gosto.

Essa fase da campanha da ex-ministra foi planejada para servir como laboratório. Quase nada é feito sem um planejamento prévio. A história do "Anastadilma" ou "Dilmasia" é um exemplo do que pode acontecer quando o roteiro é improvisado. É para evitar armadilhas assim que, antes de a ministra sair às ruas, são testadas situações e pinçados temas que devem estar presentes em seus discursos e declarações. A linha mestra da campanha, por exemplo, já começou a ganhar contornos definitivos. Na semana passada, Dilma se reuniu com um cientista político contratado pelo comitê para dar assessoria especial à campanha. Eles analisaram o resultado de pesquisas qualitativas e quantitativas encomendadas pelo partido sobre o cenário eleitoral. O diagnóstico numérico mostrou que a petista está próxima de conquistar o terço do eleitorado que historicamente vota no PT. O tucano José Serra cativou o terço que jamais votou em Lula e não vota em petista. A disputa propriamente dita, portanto, será travada num universo de aproximadamente 45 milhões de eleitores, que hoje se alinham a outras candidaturas ou, em sua maioria, estão indecisos. O perfil básico desses brasileiros, segundo a pesquisa, é de gente com pouco acesso à informação, alheia e desinteressada do que se passa no mundo político e que definirá candidato somente após a Copa do Mundo. Tal contingente de eleitores aprova Lula e o governo. Teoricamente, seriam eleitores também de Dilma. As mesmas pesquisas, porém, confirmam que a transferência de voto não é automática. O desafio é transformar Dilma em uma candidata simpática capaz de atrair esse eleitorado. Até junho, todos os passos da ex-ministra estarão sendo filmados para, depois, ser analisados por grupos de avaliação. O tom de voz e as roupas da candidata também passarão pelo crivo de especialistas. As pesquisas que vão apontar os pontos positivos e negativos da passagem de Dilma por Minas ficarão prontas nesta semana e orientarão as próximas viagens.

O ex-governador José Serra, que anunciou oficialmente sua candidatura à Presidência neste sábado (10), já ajustou o discurso eleitoral. Ao deixar o governo de São Paulo, até fez menção aos escândalos registrados na seara ética do governo. Prenúncio de confronto com Lula, como pretendia fazer crer o PT? Não. Em público, o tucano elogiou o presidente, a política econômica e os avanços na área social. Além disso, prometeu dar continuidade às conquistas dos últimos anos e acelerá-las. Para ministros e líderes do PT, Serra foi habilidoso ao evitar debates sobre diferenças entre as gestões tucana e petista. "O Serra querer ser mais lulista que o Lula é impossível. Essa tentativa dele de se apresentar como ‘pós-Lula’ é de uma fragilidade imensa", esbraveja o secretário-geral do PT, o deputado federal José Eduardo Cardozo. O fato é que a estratégia tucana incomodou os governistas. E resultou numa reação imediata capitaneada pelo próprio presidente da República. Logo no início da semana, Lula determinou aos assessores da Esplanada e do Congresso que, sempre que possível, reforcem as diferenças entre os governos do PT e do PSDB – a tal história de que os tucanos são "lobos em pele de cordeiro".

Para Serra, o bordão é uma "bobagem" sem nenhuma relevância eleitoral. "Se a candidata do PT me atacar dizendo uma verdade, eu aceito. Se me atacar com uma mentira, vou chamá-la a se explicar. Agora, esse tipo de coisa, francamente..." Enquanto Dilma fazia seu passeio mineiro, Serra preferiu passar a semana recolhido em sua casa, em São Paulo. Ele gastou a maior parte desse tempo preparando o lançamento público de sua candidatura. Serra acredita que, desde seu discurso inaugural, o tom da campanha precisa estar bem colocado. Por isso, revisou os pontos de sua fala diversas vezes. Na área econômica, Serra vai defender a necessidade de o país passar por um ajuste fiscal vigoroso, que enxugue os gastos da máquina pública (inclusive desalojando a companheirada petista que foi contratada pelo setor público por indicação meramente política) e possibilite ao governo destinar uma parcela maior do seu orçamento para investimentos diretos em infraestrutura.

No capítulo social, o tucano pretende afirmar que a saúde e a educação estão semiestagnadas, e apresentar propostas pontuais para tirá-las da letargia. Além disso, o tucano insistirá no tema da segurança pública. "O governo federal não assume sua responsabilidade nessa questão. A criminalidade brasileira se alimenta do contrabando de armas e drogas que passam livremente pelas fronteiras. É obrigação do governo federal enfrentar essa questão", diz ele. Enquanto alinhavava os pontos centrais de seu discurso, o candidato também fazia os últimos ajustes na equipe que o acompanhará nos próximos meses. Já está definido que o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, será o coordenador da campanha. Outro nome definido é Luiz Gonzalez, jornalista e marqueteiro, responsável pela estratégia de comunicação. Sobre o assunto mais especulado, seu companheiro de chapa, que será o candidato a vice-presidente, Serra insiste que ainda é prematuro falar sobre nomes. "Essa discussão só vai se encaminhar para uma definição a partir da segunda semana de maio", diz ele. Quando o inverno chegar, a temperatura subirá ainda mais.

Foto da revista Veja

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Um comentário:

Anônimo disse...

Quero, como cidadão brasileiro, manifestar o meu mais veemente repúdio à decisão, tomada pelo STF, de não incluir Lula da Silva entre os réus do mensalão. Perdeu-se, assim, a oportunidade histórica de corrigir o clamoroso erro perpetrado pelo PGR, quando deixou de incluí-lo já na denúncia que fez ao STF.

Já está mais do que provado que Lula da Silva sabia do Golpe do Mensalão Nacional patrocinado pelo seu desgoverno e pelo Partido da Bandidagem e, assim, jamais poderia ser isentado da responsabilidade que lhe cabia no caso, como presidente dentro de um regime presidencialista. Ao blindá-lo de forma tão acintosa, o MPF da época e o STF de hoje (com os seus agentes quase todos eles nomeados pelo indultado) cobrem de vergonha a Justiça brasileira e estabelecem um precedente de pusilanimidade e conivência que compromete, irremediavelmente, a consciência jurídica do país. Afinal de contas, ainda não estamos na Venezuela ou em qualquer dessas outras republiquetas bolivarianas que vão brotando, como cogumelos, nesta sofrida América Latina, sob a orquestração do facinoroso Foro de São Paulo fundado por Fidel e... Lula!

Essa é a minha opinião e o meu mais veemente protesto num país que vem se acanalhando de forma simplesmente estarrecedora desde que Lula da Silva pôs, pela primeira vez, os seus pés de barro no Palácio do Planalto.