Por Nilson Borges Filho (*)
Depois de um certo tempo de campanha eleitoral para à presidência da República, descobre-se, finalmente, que existe vida inteligente na política. A candidata Marina Silva – longe de ter algum apego por frases feitas – acertou em cheio ao pronunciar a frase que considero a mais importante dita até agora pelos candidatos presidenciais: “O Brasil amadureceu. Não precisa ser uma sociedade infantilizada. Querem infantilizar os brasileiros com essa história de pai e mãe”.
Agora é Dilma Rousseff que aparece como a mãe do PAC, programa do governo federal que conseguiu se transformar num grande fracasso. A candidata petista incorporou o discurso messiânico do seu chefe, ao se apresentar como aquela que vai “cuidar do povo brasileiro”.
Como se o povo fosse uma malta de alienados mentais, que necessitasse de uma cuidadora ou de uma mãe de aluguel. Abusando da fragilidade emocional de uma população sofrida, pelos mais variados motivos, inclusive pela má conduta de dirigentes políticos com o dinheiro público, que levam à exclusão uma parcela significativa do estrato social, a candidata Dilma Rousseff surge então como “a mãe dos pobres e a redentora dos oprimidos”.
Lula está prestando um desserviço ao País, fazendo do atual pleito umas das disputas mais despolitizadas que se tem notícia. Não vai demorar muito para que Lula perceba que o apoio dado a Sarney, Renan Calheiros e Collor, párias da miséria do povo, fortalecerá o que existe de mais atrasado neste País.
O Brasil, desde sempre, passou por dois tipos de regimes políticos, que se alternam no curso dos anos: o populismo autoritário e a didatura civil-militar. A partir de 2003, Lula inaugurou um outro tipo de exercício da política, ou seja, o bonapartismo messiânico. Não seria bem um cesarismo, uma vez que o aparelho militar brasileiro encontra-se fora da esfera de poder do lulo-petismo. A espada de então, guardiã do poder de Estado, foi substituída pelas bandeiras vermelhas dos movimentos sociais e pelo sindicalismo chapa-branca.
Há quem defenda a tese tese da mexicanização do poder no Brasil, pois o perfil da base que alimenta o lulo-petismo se aproxima daquela que dava sustentação ao PRI, um simulacro de ditadura consentida. Os anos Lula se aproximam mais de um bonapartismo pragmático, quando se trata de políticas de Estado, com uma dose acentuada de um messianismo dirigido às classes subalternas, do que daquilo que alguns analistas chamam de poder carismático weberiano.
Acredito mais na tese da “servidão voluntária”, de Étienne de la Boetie. Resumindo: a massa se submete à servidão voluntária do tirano de ocasião. Lula busca a sua sacralização. Lula busca a sua purificação política, maculada por mensaleiros, fazedores de dossiês fajutos e usurpadores da honra alheia . Para que isso aconteça, Dilma – mais cedo ou mais tarde - será imolada por Lula.
(*) Nilson Borges Filho é Doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog
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sábado, agosto 28, 2010
ARTIGO: Messianismo autoritário
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Postado por
Aluizio Amorim
às
8/28/2010 04:58:00 PM
Marcadores:
analise política,
campanha eleitoral,
Nilson Borges Filho,
SERVIDÃO VOLUNTÁRIA
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2 comentários:
Além do messianismo de Lula, temos a ascensão de Nossa Senhora da Igreja Vermelha (CNB do B, CPT, Frei Betto, etc), aquela que chamam de Mãe, com a bênção do onipotente Deus Baal Barbado.
Nilson onde é que tu andas? A Marina fundamenta suas idéias em Cristo, que a 2 mil anos tenta salva o Mundo e não consegue. Suatena também sua cantilena nos preceitos do socialismo, da igualdade que não existe, um regime que durou 75 anos na Rússia, deixou o pais pobre como o povo de Cuba.
Nilson, tu és tão inteligente, pense antes de escrever e elogiar esses discursos velhos.
Paulo Brito
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