Não pode ser mais oportuno o artigo que acaba de postar no seu site alojado no portal da revista Veja. E me pergunto: por que Augusto Nunes não está escrevendo semanalmente na versão impressa, ou seja, na própria revista Veja?
Retomando. O artigo a que me refiro e faço a postagem integral após este prólogo é oportuno porque vai diretamente ao ponto de forma milimétrica e resgata um vídeo que mostra um debate da campanha do falecido grande Mário Covas, como vocês podem ver abaixo e conferir que a pegada é outra.
Augusto Nunes dá o recado certo na sua crítica completamente procedente a respeito do desatinado marketing da campanha de José Serra que exclui o confronto político com a adversária do tucano. No lugar de fazer o confronto, e estabelecer a diferença, o programa do tucano repete ad nauseam aquilo que os brasileiros já conhecem. Serra é um político velho de guerra e o Brasil inteiro sabe que é competente e tem uma folha de seviços públicos no âmbito legislativo e administrativo dos mais expressivos e exibe uma coleção extraordinária de obras como prefeito e governador de São Paulo. É certo que isso tem de ser mostrado a todos os eleitores, mas não apenas isto. O cerne de uma campanha eleitoral repousa sobre a política. Excluí-la é tornar esses sete minutos num audiovisual burocrático e modorrento.
O que não foi debatido ainda nesta campanha é aquilo que concerne às diferenças, políticas e, sobretudo, de caráter entre os dois principais contendores: Serra e Dilma. Se não houver esse confronto agora no programa eleitoral da televisão haverá uma deserção completa dos telespectadores. Sem polêmica e sem confronto a política não existe. E o que é política? Indago e respondo parafraseando Max Weber: 'política é a luta pelo poder ou pela manutenção do poder'. E estamos conversados.
Vejam o vídeo com a alocução do saudoso e valente Mário Covas e leiam o excelente artigo de Augusto Nunes intitulado "O candidato da oposição precisa rever Mário Covas e reler os discursos de José Serra", que segue após o vídeo:
Por orientação dos marqueteiros, o governador Mário Covas atravessou a primeira etapa da campanha de 1998 como se disputasse não a reeleição, mas o cargo de gerente da maior empresa paulista. Chegou ao segundo turno menos de 100 mil votos à frente de Marta Suplicy e mais de 1,5 milhão atrás de Paulo Maluf. O susto despertou o líder vocacional, Covas assumiu imediatamente o comando das próprias ações e, no debate seguinte, surpreendeu o adversário pronto para mais comparações numéricas com o discurso essencialmente político.
A mudança foi explicitada na mensagem final de dois minutos. “Eu quero discutir programas, sim”, ressalvou. “A Bandeirantes colocou quatro jornalistas justamente para tratar sobre temas como educação, saúde, segurança etc. Mas eu acho que o telespectador quer ver discussão de caráter. Quer comparar os candidatos a governador do ponto de vista do caráter de cada um, da história de cada um, dos compromissos de cada um, do que cada um fez ao longo de sua vida política”.
Veemente, seguro, altivo, Covas recordou que lutara pela ressurreição da democracia assassinada pelo regime que teve em Maluf um filhote e um cúmplice. Contou que dias antes, ao topar com uma foto do comício das diretas-já em São Paulo, havia tentado inutilmente localizar o opositor no meio da multidão. “Maluf não estava lá porque aquilo tudo era contra ele, contra o que ele representa”, fustigou. Era o começo do nocaute, avisa o vídeo que mostra a fala de Covas e o desconcerto de Maluf acuado no canto do ringue.
No segundo turno, com mais de 9,8 milhões de votos, Covas superou Maluf por quase 2 milhões. “O caráter fez a diferença”, entendeu o vitorioso. O ex-governador José Serra precisa rever o histórico confronto de 1998. Decerto compreenderá que o duelo que trava com Dilma Rousseff é, como toda eleição, uma disputa política. E precisa reler com urgência o que ele próprio afirmou ao despedir-se do Palácio dos Bandeirantes.
“Os governos, como as pessoas, têm caráter”, disse Serra em 31 de março de 2010. “Caráter é índole. Ele se expressa na maneira de ser e de agir. E este é um governo de caráter, que manteve a sua coerência: nem cedeu à demagogia, às soluções fáceis e erradas para problemas difíceis, nem se deixou pautar por particularismos e mesquinharias”. Deveria ter repetido tais palavras na abertura do horário eleitoral gratuito.
“Os governos, como as pessoas, têm de ter honra”, alertou no mesmo discurso. “E assim falo não apenas porque aqui não se cultivam escândalos, malfeitos, roubalheira. Mas também porque nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o malfeito”. Como a usina de imoralidades administrada pelo governo Lula funciona em tempo integral, Serra poderia repetir esse trecho todos os dias. Neste momento, por exemplo, pode usá-lo para resumir o que acha das mais recentes bandallheiras estreladas pela Famiglia Sarney.
Também deveria ter reprisado tais palavras para responder à pergunta sobre o escândalo do mensalão no Jornal Nacional. Dado o recado, não custaria ensinar aos inquisidores que houve um erro de destinatário: quem deve explicações sobre escândalos produzidos, dirigidos e protagonizados pelo PT, pelo Planalto e por pajés do PMDB é a candidata do PT, do Planalto e dos pajés do PMDB.
“No nosso governo, deputados não nomeiam diretores de empresa ou secretários. No nosso governo, deputados ajudaram a estabelecer as prioridades para o desenvolvimento do estado e o bem-estar das pessoas”, disse Serra em março. “O governo deve servir ao povo, não a partidos e a corporações que não representam o interesse público”, sublinhou em 10 de abril, no discurso de lançamento da candidatura. Isso sim é discurso de oposicionista.
Caso Serra se recuse a fazer oposição, Dilma Rousseff continuará a mentir impunemente ─ e, como fez no programa de estreia, a exibir fotos de manifestações de protesto das quais não participou. Nesta terça-feira, reincidiu na farsa da Passeata dos Cem Mil. Serra não compareceu à Cinelândia porque estava no exílio. Dilma, militante de uma organização decidida a trocar a ditadura militar pela ditadura comunista, não foi por achar aquilo tudo coisa de estudante pequeno-burguês. O programa do PT também mostrou imagens da campanha das diretas-já. Serra compareceu a todos os comícios. Dilma não foi vista em nenhum.
O candidato do PSDB sabe o que deve fazer. Basta rever Mário Covas e reler José Serra.
7 comentários:
Na politica e na guerra tem que ser combativo. Nao pode esse discursinho de bom mocinho, onde o governo usa descaradamente a mentira, a máquina governamental!
Aluizio, não existe oposição.
Os 3 candidatos que aparecem melhor colocados nas pesquisas são exatamente iguais.
O problema está nas coligações que foram feitas. O DEM e o PMDB deveriam ter lançado o seu próprio candidato e não coligar-se a partidos que divergem profundamente do seu modo de pensar, como fizeram
Me parece que a única coisa a fazer é manter o senado com maioria oposicionista ao PT, assim haverá equilibrio de forças.
Simplesmente Serra e sua equipe não vai fazer o debate do confronto, cfr., explica o artigo porque ele é de esquerda TAMBÉM. Este vídeo aqui fla tudo. http://tv.estadao.com.br/videos,jose-serra-fala-sobre-seu-vice-indio-da-costa-e-sobre-o-pt,113493,260,0.htm
E porque o discurso de ser da esquerda é a sensação 'destepaís' atrasado no momento, cfr., é mto bem relatado aqui: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100817/not_imp596153,0.php.
SAIBAM: O ÍNDIO, APESAR DE JOVEM NA POLÍTICA, É MAIS APROPRIADO QUE SERRA PARA IR AO "FRONT".
Concordo,
Serra tem que meter o pé na porta e falar toda Verdade para os Brasileiros que só pensam com a barriga, ou com o cotovelo nos balcões dos bares (bolsa esmola) senão a casa vai cair...
sr. Aluízio olha aí um vídeo para o ilustre elaborar um bom artigo:
http://www.youtube.com/watch?v=chrxeZh5j04
Abs
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Skip to Content ↓HomeContatoPerfil No Paraná, Richa esconde Serra da propaganda na tevê
18 de Agosto de 2010 - 14:51 Comente agora
Beto esconde Serra no primeiro dia.
Como já era esperado, o candidato do PSDB ao governo do estado Beto Richa ‘rifou’ José Serra, que disputa a presidência pelo partido, na estreia do horário eleitoral gratuito no rádio e na tevê.
Em queda nas pesquisas de opinião, Richa preferiu não mostrar ligação com Serra.
A estratégia do ex-prefeito de Curitiba é muita arriscada, pois poderá tirar-lhe o chão no árduo trabalho de consolidar o voto dos paranaenses.
Por que votar em alguém que não terá apoio da próxima presidente? O eleitor, pragmático, ainda poderá mudar de lado. É isso o que diz o último Datafolha, fato esse que anima o adversário Osmar Dias (PDT).
Como se sabe, Dilma Rousseff (PT) ampliou a vantagem sobre o tucano em 16 pontos (Vox Populi) e poderá liquidar a fatura no primeiro turno.
Segundo o Datafolha, 55% dos paranaenses ainda não decidiram o voto.
E mais: 40% dos eleitores que votam em Richa admitem mudar de opinião e apenas 20% do eleitorado sabe que Osmar é o candidato de Lula.
Justiça seja feita. Para dizer que o candidato ao governo do estado do Paraná não tenha mostrado o presidenciável tucano, ao final do programa, cujo tempo total é de 6 minutos e 47 segundos, apareceu o careca de Serra sem, no entanto, identificação em ‘off’ ou pelos caracteres. Coisa de 2 segundos
Guerra é guerra: então, todas as armas são válidas para alcançar a vitória.
Isso, se a "oposição"(morna) não expuser tudo (TUDO DE PODRE) que existe no reino do luis51,vai acontecer e nós, patriotas, homens de bem e principalmente pagadores (bovinamente) de impostos vamos nos ferrar!
Assim, DESOBEDIÊNCIA CIVIL JÁ E "O SUL É MEU PAÍS" MAIS URGENTE AINDA.
FOGO, MUITO FOGO DE .45 NOS PETRALHOSSAUROS!!!!
Eduardo.45
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