Por Nilson Borges Filho (*)
Não duvido e ponho dúvida nisso, que algum leitor deste blog não tenha passado por uma situação dessas, que tentarei explicar da forma mais simples possível. O descaso dos bancos com os clientes chega às fronteiras do desprezível. A não ser, é claro, se você tiver uma conta de milhões de reais nessa instituição financeira.
Um grande banco, de bandeira internacional, aportou no Brasil, se encantou com o mercado financeiro e percebeu como é fácil o capital improdutivo se dar bem em nosso país. E maior não foi a surpresa dos acionistas quando deram conta de que, justamente num governo dito de esquerda, nunca a banca ganhou tanto dinheiro com empréstimos, com juros indecorosos e tarifas, com valores indecentes. Nunca antes na história deste país a banca se locupletou tanto.
Analisando esse quadro, o tal banco partiu para adquirir outros bancos com bandeira brasileira, formando um dos maiores grupos financeiros à disposição de clientes de uma economia emergente. Ocorre que correntistas antigos de bancos que foram adquiridos, se transformaram, por compulsão, em clientes de um outro banco que não haviam escolhido para guardar o seu dinheiro.
Um desses clientes, com uma boa quantia investida nesse banco de bandeira internacional, resolveu mudar de agência, por dois motivos: o primeiro, pelo desprezo com que era tratado na agência antiga, agora sob nova direção; segundo, porque a agência escolhida para movimentar sua conta ficava próxima de sua residência.
Fez os trâmites administrativos e legais para a transferência de agência – apesar da pressão que sofreu da antiga agência para não fazer a mudança – e recebeu a informação da gerente da nova conta de que nada mudaria, permanecendo a mesma senha e a mesma chave de segurança. Aliás, mudariam apenas os cartões de acesso à conta.
Dias depois chegam os cartões à residência do correntista, com informações de como se daria o desbloqueio dos plásticos. Assim foi feito. Ao entrar com o cartão no caixa eletrônico do banco para movimentar a conta, o cliente descobriu que a tal chave de segurança não era a mesma e que deveria entrar em contato com o atendimento para receber a senha da chave de segurança.
Pois esse cliente está há 15 dias sem poder movimentar sua conta, mesmo telefonando para o atendimento quatro dias seguidos, sendo que um desses dias ficou por quatro horas tentando ouvir a senha da chave de segurança. Todas as informações fornecidas pelo callcenter foram infrutíferas. Tentou falar com o supervisor do callcenter, mas a atendente não passava a ligação (provavelmente por ordem interna).
Somente depois de uma hora e ameaçando levar o caso ao Banco Central, o supervisor decidiu escutar o cliente. Escutou, mas não resolveu o caso, ficando o cliente, ainda, impossibilitado de movimentar sua conta. Incrível o despreparo e falta de educação de alguns atendentes, como que não estivessem nem aí para os transtornos que o banco estava causando ao cliente.
Independente das inúmeras tentativas em conseguir a senha da chave de segurança (apenas três letrinhas), o cliente mantinha contato diário com a gerente de sua conta e com o gerente geral da nova agência para que, de alguma forma, tentassem sensibilizar o banco para dar um encaminhamento satisfatório ao pedido do cliente.
Nada, nem mesmo com a intervenção do gerente geral do banco, o cliente foi atendido no seu pleito: conseguir movimentar a sua conta que estava na dependência da chave de segurança. Fosse um país sério, talvez banqueiros espertos tivesses mais escrúpulos em se mudar para o Brasil. Fosse um país decente, talvez banqueiros espertos tivessem mais cuidado no trato com os clientes.
Fosse um governo sério e dito de esquerda, talvez banqueiros espertos pensassem bem ao se mudar para o Brasil. Antes que me esqueça. O Banco? Santander. A praça? Belo Horizonte. O cliente? Continua sem acesso à chave de segurança.
Curiosamente, o presidente do Santander – Emílio Botín – está sendo investigado na Espanha por fraude fiscal. Quem sabe não está aí uma boa explicação para o caso do cliente que não consegue movimentar sua conta?
(*) Nilson Borges Filho é doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog
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domingo, junho 19, 2011
ARTIGO: Santander? Fuja dele!
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Postado por
Aluizio Amorim
às
6/19/2011 11:17:00 PM
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Nilson Borges Filho,
SANTANDER
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3 comentários:
Alô Aluizio
SANTANDER?
Mas não é o banco que tinha multa de de 4 BILHÕES e que após uns pauzinhos mexidos,uns funcionários demitidos e o Palocci ajudando ZEROU TUDO ?.
abraços
Tenho horror a esse banco pq estão sempre querendo meter a mão, indevidamente, no meu dinheiro. O cretino do Cesar Maia me jogou lá para receber meu salário, isto é, transferiu a folha de pagamento do município do Rio para essa merda de banco em troca de uma grana preta que recebeu na ocasião do PAN. Mas comigo quebraram a cara pq não deixo um centavo do meu salário lá. No dia do pagamento, rapo tudo e transfiro p/ outro banco.
Curiosamente, circulava a boca pequena, antes das eleições que o referido estava "quebrado", e que se o Serra fosse eleito o banco ia para o "vinagre", os detentores dessa informação retiraram seus "ricos" investimentos de lá.Passadas as eleições nada aconteceu e eu fiquei sem nada entender, acho que foi o "consultor" Palloci quem ajudou o banco a se recuperar.
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