Dezessete dias depois de a presidente Dilma Rousseff dizer, em Nova York, que conta com a "positiva ação vigilante da imprensa brasileira, não submetida a qualquer constrangimento governamental", a direção do PT anunciou que promoverá um seminário em novembro para tratar da democratização dos meios de comunicação. O partido nega que defenda o controle da mídia, mas age para pressionar o governo a enviar ao Congresso o projeto de lei que trata do marco regulatório do setor.
"Queremos ter sintonia com o governo, mas o nosso foco é a sociedade", afirmou o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT. Discutido ontem na reunião da Executiva Nacional do partido, o assunto é tratado como prioridade na seara petista, embora o governo esteja preocupado em esclarecer que "ninguém vai bisbilhotar a mídia", como disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
O governo ainda faz a revisão do projeto que mandará ao Congresso para estabelecer o marco regulatório da comunicação eletrônica. O texto passa pelo crivo de consultas públicas e a ideia é desbastar pontos polêmicos. Para o Palácio do Planalto, esse é um tema muito sensível, que, se tratado de forma atabalhoada, pode criar ruído com a classe média. Não foi à toa que Dilma destacou a "ação vigilante" da imprensa ao participar de um encontro sobre transparência, na véspera da abertura da Assembleia-Geral da ONU.
"O processo de consulta pública do governo (sobre o marco regulatório) deve ser divulgado no final de novembro e começo de dezembro. É nesse contexto que vamos organizar um seminário em São Paulo com todas as entidades, organismos e parlamentares interessados na democratização dos meios de comunicação", comentou o presidente do PT, deputado Rui Falcão. Do portal do Estadão
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