O sociólogo Demétrio Magnoli, uma das poucas vozes da intelectualidade brasileira - é professor da USP - que costuma destoar de seus pares acadêmicos, a maioria constituída de esbirros do PT e seus satélites. Magnoli também é dos poucos intelectuais foi além dos manuais do marxismo e sabe, portanto, diferenciar aquilo que é delírio esquerdopata ou oportunismo rasteiro ou o que é realmente afirmações que se baseiam nos postulados da ciência e que portanto têm de passar pela verificação da prova.
Neste artigo, cujo título original é o mesmo deste post, e publicado no site do jornal O Globo, Magnoli faz picadinho de um festejado "intelectual", o sociólogo Wanderley Guilherme dos Santos, que teoriza para legitimar as ignomínias de Lula, do PT e seus sequazes.
Recomendo que leiam e postem em suas redes sociais o artigo do professor Demétrio Magnoli, que pega o bicho pelo pescoço e lhe mete boca a baixo as lições de um dos maiores filósofos da ciência, Carl Popper, infelizmente marginalizado nas nossas universidades patrulhadas pela escumalha esquerdista da academia que promove a lavagem cerebral dos estudantes transformandos em robôs idiotizados pelo marxismo.
O resultado já se pode aferir: há uma malta de vítimas dessa vagabundagem do PT ascendendo à vida profissional. Lá diante estarão em posições importantes com parlamentares, juízes, ministros do Supremo, jornalistas e, quiçá, presidentes da República. Aí então reproduzirão, ou melhor, já reproduzem, essa visão torta da realidade, capaz de afirmar que o julgamento do deletério crime do mensalão é um "golpe das elites". A mentira então passa a ser o norte da Nação.
Leiam:
Nos
idos de 2005, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos
formulou o discurso adotado pelo PT face ao escândalo do mensalão. O
noticiário, ensinou, constituiria uma tentativa de “golpe das elites”
contra o “governo popular” de Lula. Ano passado, o autor da tese assumiu
a presidência da Casa de Rui Barbosa, cargo de confiança subordinado ao
Ministério da Cultura. É nessa condição que, em entrevista ao jornal “Valor” (21/9),
ele reativa sua linha de montagem de discursos “científicos” adaptados
às conveniências do lulismo. Dessa vez, para crismar o julgamento do
mensalão como “julgamento de exceção” conduzido por uma corte
“pré-democrática”.
A entrevista diz alguma coisa sobre o
jornalismo do “Valor”. As perguntas não são indagações, no sentido
preciso do termo, mas introduções propícias à exposição da tese do
entrevistado — como se (oh, não, impossível!) jornalista e intelectual
engajado preparassem o texto a quatro mãos. Mas a peça diz uma coisa
mais importante sobre o tema do compromisso entre os intelectuais e o
poder: o discurso científico sucumbe no pântano da fraude quando é
rebaixado ao estatuto de ferramenta política de ocasião. Os ministros do
STF narraram uma história de apropriação criminosa de recursos públicos
e de fabricação de empréstimos fraudulentos pela direção do PT, que se
utilizou para tanto das prerrogativas de quem detém o poder de Estado.
Wanderley Guilherme, contudo, transita em universo paralelo, circundando
o tema da origem do dinheiro e repetindo a versão desmoralizada da
defesa. “O que os ministros expuseram até agora é a intimidade do caixa 2
de campanhas eleitorais (...). Isso eles se recusam a discutir, como se
o que eles estão julgando não fosse algo comum (...), como se fosse
algum projeto maligno.”
Wanderley Guilherme não parece incomodado
com a condenação dos operadores financeiros do esquema, mas interpreta
os veredictos dos ministros contra os operadores políticos (ou seja: os
dirigentes do PT) como frutos de um “desprezo aristocrático” à “política
profissional”. O dinheiro desviado serviu para construir uma coalizão
governista destituída de um mínimo de consenso político, explicou a
maioria do STF. O cientista político, porém, atribui o diagnóstico a uma
natureza “pré-democrática” de juízes incapazes de compreender tanto os
defeitos da legislação eleitoral brasileira quanto o funcionamento dos
“sistemas de representação proporcional”, que “são governados por
coalizões das mais variadas”.
O núcleo do argumento serviria para a
defesa de todo e qualquer “mensalão”. Os acusados tucanos do “mensalão
mineiro” e os acusados do DEM do “mensalão de Brasília” estão tão
amparados quanto os petistas por uma concepção da “política
profissional” que invoca a democracia para justificar a fraude do
sistema de representação popular e qualifica como aristocráticos os
esforços para separar a esfera pública da esfera privada. A teoria
política da corrupção formulada pelo intelectual deve ser lida como um
manifesto em defesa de privilégios de impunidade judicial do conjunto da
elite política brasileira.
Mas, obviamente, o argumento perde a
força persuasiva se for lido como aquilo que, de fato, é. Para ocultar
seu sentido, conferindo à obra uma coloração “progressista”, Wanderley
Guilherme acrescenta-lhe uma camada de tinta fresca. A insurreição
“aristocrática” do STF contra a “política democrática” derivaria da
rejeição a uma novidade histórica: a irrupção da “política popular de
mobilização”, representada pelo PT. A corte suprema estaria “reagindo à
democracia em ação” por meio de um “julgamento de exceção”, um evento
singular que “jamais vai acontecer de novo”.
É nesse ponto do
raciocínio que a teoria política da corrupção se transforma na corrupção
da teoria política. Uma regra inviolável do discurso científico,
explicou Karl Popper, é a exigência de consistência interna. Um discurso
só tem estatuto científico se está aberto a argumentos racionais
contrários.
Quando apela à profecia de que os tribunais não
julgarão outros casos com base na jurisprudência estabelecida nos
veredictos do mensalão, Wanderley Guilherme embrenha-se pela vereda da
fraude científica. A sua hipótese sobre o futuro — que, logicamente, não
pode ser confirmada ou falseada — impede a aplicação do teste de
Popper.
Há duas leituras contrastantes, ambas coerentes, sobre o
“mensalão do PT”. A primeira acusa o partido de agir “como os outros”,
entregando-se às práticas convencionais da tradição patrimonial
brasileira e levando-as a consequências extremas. O diagnóstico, uma
“crítica pela esquerda”, interpreta o extenso arco de alianças
organizado pelo lulismo como fonte de corrupção e atestado da falência
da natureza transformadora do PT. A segunda acusa o partido de operar,
sob o impulso de um projeto de poder autoritário, com a finalidade de
quebrar os contrapesos parlamentares ao Executivo e perpetuar-se no
governo.
A “crítica pela direita” distingue o “mensalão do PT” de outros
casos de corrupção política, enfatizando o caráter centralizado e as
metas de longo prazo do conjunto da operação.
A leitura corrompida
de Wanderley Guilherme forma uma curiosa alternativa às duas
interpretações. Seu núcleo é uma celebração da corrupção inerente à
política patrimonial tradicional, que seria a “política profissional”
nos “sistemas de representação proporcional”. Seu verniz aparente, por
outro lado, é um elogio exclusivo da corrupção petista, que expressaria a
“irrupção da política de mobilização popular” e a “democracia em ação”.
Na fronteira onde o pensamento acadêmico se conecta com a empulhação
militante, o paradoxo pode até ser batizado como dialética. Contudo,
mais apropriado é reconhecê-lo como um reflexo especular da fotografia
na qual Paulo Maluf e Lula da Silva reelaboram os significados dos
termos “direita” e “esquerda”. Do site do jornal O Globo
quinta-feira, setembro 27, 2012
A TEORIA POLÍTICA DA CORRUPÇÃO
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Postado por
Aluizio Amorim
às
9/27/2012 04:59:00 PM
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3 comentários:
E pensar que para alcançar meu título, na UFF, tive de ler inúmeras "obras" deste autor citado por Magnoli... blééé
Enquanto corrompem a Teolia Teoria, uma dita Talita segura o rosto do Serra e manda dois Beijaços.
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Lula nunca teve um governo popular, já que nunca teve 87% de aprovação. Tudo não passou de uma construção, no imaginário do povo. Logo, seu mito nunca foi real, foi apenas uma imagem holográfica no espelho. Como o espelho quebrou a imagem desapareceu...
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