A Cela - A ala nova do presídio onde Valério deve cumprir pena tem janelas maiores (Foto: revista Veja) |
Há muito a sorte abandonou o publicitário Marcos Valério, mas ao menos sob um aspecto seu futuro não será tão tenebroso. Autoridades da área de segurança de Minas Gerais e integrantes da sua equipe de defesa afirmam que seu destino deverá ser uma cela no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, uma ilha de calmaria no inferno do sistema prisional brasileiro. O presídio fica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, não tão distante assim da casa onde o publicitário morou nos últimos anos, na Pampulha, região nobre da capital mineira. No Nelson Hungria, muitas celas abrigam apenas um prisioneiro. A ocupação máxima jamais ultrapassa três pessoas para cada cubículo de 6 metros quadrados. O total de 1 900 prisioneiros supera em apenas 18% a capacidade do local, de 1 600 detentos, muito abaixo da média de superlotação do sistema mineiro, que é de 50%. Ao contrário do que ocorre em alguns presídios, onde os chuveiros são coletivos, no complexo Nelson Hungria cada cela tem o seu (a água é fria).
Os dias de Marcos Valério começarão às 7h30, horário em que o café com leite é servido. Às 12 horas, os carcereiros passarão, por entre as grades, os talhares de plástico e a vasilha de papel-alumínio com o almoço do publicitário, em geral composto de arroz, feijão e carne ou frango. A cena se repetirá às 18 horas, no jantar. Dentro das celas, ele poderá ouvir rádio e ver televisão. O presídio não fornece os aparelhos, mas autoriza os presos a recebê-los de fora. Em 2008, uma nova ala para 300 presos foi inaugurada, com janelas maiores e portas com uma pequena abertura no lugar de grades, o que aumenta a privacidade dos internos. Valério terá direito a uma visita íntima por mês e a duas horas diárias de banho de sol. Nesse período, poderá fazer exercícios e jogar futebol. Tendo sorte, a partida poderá contar com a participação do (até agora) mais famoso detento do Nelson Hungria, o ex-goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar a jovem Eliza Samudio. Do site da revista Veja
Um comentário:
Essa é pros impacientes dormir sussegados. Réus condenados só devem ser presos em, no mínimo, 6 meses ou Maio de 2013, próximo a eleição presodencial.
Os réus condenados no maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal (STF) devem escapar da cadeia por um longo tempo. Os votos dos 11 ministros responsáveis pelas condenações e as transcrições dos debates travados em plenário resultarão num acórdão com pelo menos cinco mil páginas, segundo cálculos de advogados dos acusados. Levando-se em conta o tempo que outros acórdãos de casos menos complexos de políticos condenados pelo Supremo demoraram para ser publicados, o do mensalão levará pelo menos seis meses para sair no Diário de Justiça. Só então, os advogados de defesa poderão apresentar embargos — recursos que as defesas já anunciaram que vão apresentar:
A prisão, a rigor, só pode ocorrer quando não houver mais recursos ao acórdão. A pena só pode ser executada quando a culpa estiver selada — explicou o ministro Marco Aurélio Mello.
Cada ministro revisará seus respectivos votos e falas, que serão acrescidos dos resumos sobre o que foi decidido. Em 2007, o acórdão com a decisão do STF de receber a denúncia do mensalão demorou dois meses e meio para ser publicado. Naquela ocasião, cinco sessões sacramentaram o recebimento da denúncia. O julgamento já consumiu 42 sessões.
Em média, seis meses para publicar acórdão
Outro exemplo que dá a dimensão da provável demora para as detenções dos réus é o tempo transcorrido entre as decisões e a publicação dos acórdãos referentes aos cinco julgamentos mais importantes no STF envolvendo políticos. A Corte demorou, em média, seis meses para oficializar as decisões em plenário. Em razão dessa demora e dos recursos propostos, nenhum parlamentar condenado cumpriu pena até agora. Para o processo do mensalão, há ainda outro agravante: o STF entra em recesso no próximo dia 20 de dezembro e só retoma as atividades no início de fevereiro.
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