Uma das fontes do escândalo do mensalão, o aparelhamento político na
estatal Correios continua, sete anos depois. Após passar pelas mãos do
PTB e do PMDB, desalojados do comando em meio a denúncias de corrupção, a
empresa virou feudo do PT, cujos líderes indicaram nomes para os
principais cargos de direção.
Condenados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão, o
ex-ministro José Dirceu e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP)
influenciaram a escolha dos dirigentes. O principal exemplo é o
presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira, que deve sua
nomeação ao ex-ministro Luiz Gushiken, absolvido no julgamento em curso
no Supremo, e teve ainda a sustentação do grupo liderado por Dirceu.
Sindicalista vinculado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e
filiado ao PT, Pinheiro ocupa cargos por sugestão de caciques do partido
há pelo menos 20 anos. A ligação com o ex-chefe da Casa Civil, segundo a
assessoria do próprio ex-ministro, vem desde a década de 1980, quando o
presidente dos Correios era funcionário da legenda na Assembleia
Legislativa de São Paulo e Dirceu, deputado.
Nomeado no início do governo Dilma Rousseff com a missão de "sanear" a
estatal após o escândalo de lobby e tráfico de influência que derrubou a
ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil), o presidente dos Correios
recebeu elogios de Dirceu em seu blog. Em janeiro de 2011, o ex-ministro
da Casa Civil se referiu a ele como exemplo de gestor público "testado e
aprovado".
Outro réu com influência na administração dos Correios é João Paulo
Cunha. Graças a ele, o petista Wilson Abadio de Oliveira ascendeu à
diretoria regional da estatal na Região Metropolitana de São Paulo, a
mais rentável do País. A indicação causou uma crise na bancada do PT, no
início de 2011, porque Cunha não consultou os colegas sobre a nomeação.
Ex-chefe dos Correios no Rio Grande do Sul, Larry Manoel Medeiros de
Almeida assumiu a vice-presidência de Gestão de Pessoas graças à
indicação da ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Maria
do Rosário (PT-RS). Ele já foi multado pelo TCU em R$ 1,5 mil por
irregularidades em licitações e na execução de despesas quando atuava na
regional gaúcha. Almeida não recorreu da condenação, quitando o débito.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, escalou seu ex-auxiliar
no Planejamento, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, para a diretoria de
administração. Na cúpula dos Correios os petistas encontraram espaço
para alojar também, como assessor especial, Ernani de Souza Coelho,
marido da ex-senadora Fátima Cleide (PT-GO). Ele acumula ainda a
presidência do conselho deliberativo da Postalis, o bilionário fundo de
pensão dos funcionários.
O presidente dos Correios tem ainda outros auxiliares com carteirinha
do PT. Seu chefe de gabinete, Adeilson Ribeiro Telles, é militante da
legenda e, assim como o patrão, sindicalista com forte atuação na CUT.
Na presidência da Postalis, Pinheiro colocou Antonio Carlos Conquista,
seu ex-chefe de gabinete na Petros e filiado ao PT paulista.
Estatuto. O aparelhamento decorre também de um
rearranjo institucional, que deu margem a mais apadrinhamento em
cargos-chave. Mudanças feitas no Estatuto dos Correios, no ano passado,
permitiram à atual diretoria nomear funcionários de outros órgãos
públicos para funções técnicas e gerenciais, antes exclusivas de
servidores de carreira, cujas remunerações variam de R$ 13,3 mil a R$
18,7 mil.
Com isso, petistas de outros setores da administração puderam se
abrigar na estatal. O Estado obteve a relação dos ocupantes desses
cargos na administração central da empresa, em Brasília. Boa parte foi
preenchida por militantes ou ex-militantes do PT.
Na chefia da Universidade dos Correios, Pinheiro alojou a professora
Consuelo Aparecida Sielski Santos, filiada ao PT catarinense, cedida
pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.
Para assessorar Larry na vice-presidência de Gestão de Pessoas,
escalou Alexandre Vidor, militante do partido no RS. Na Comunicação
Social, foi alocado Felipe de Angelis, também do PT gaúcho. A
vice-presidência de Administração abriga, como assessor, Idel Profeta
Ribeiro, ligado à legenda em São Paulo. Do site do jornal O Estado de S. Paulo
domingo, outubro 28, 2012
UMA DAS FONTES DO ESCÂNDALO DO MENSALÃO, CORREIOS SE TRANSFORMOU EM FEUDO DO PT.
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Postado por
Aluizio Amorim
às
10/28/2012 04:24:00 AM
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4 comentários:
Ditadura Petista!
Então é isso que se chama de republica sindicalista?
Se isso é bom, é bom prá quem?
Se isso é ruim, não pode ser ruim para o partido.
Peraí, vocês estão de sacanagem comigo, simples contribuinte?
Borjão
A imprensa ignora, ou “esquece”, as pessoas não cobram e mesmo os blogueiros atentos deixam passar: o quase invisível Gushiken e aquela eminência tão parda quanto o Zé Dirceu, o Luís Dulci, cadê as incelências? São os come-quietos, porque mineiro um e o outro, chinês?!
Parece difícil nos livrarmos dessa nódoa, desse estigma, dessa quadrilha. Nunca tive devaneios sobre a "urninha eletronica inauditável". Na minha opinião bandidos devem ser tratados como tal, não existe outro remédio: FOGO NOS BOTOCUDOS!
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