O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou no depoimento
prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República que
dirigentes do Banco do Brasil estipularam, a partir de 2003, uma espécie
de “pedágio” às agências de publicidade que prestavam serviços para a
instituição financeira pública: 2% de todos os contratos eram enviados
para o caixa do PT, acusou o homem apontado como o operador do mensalão
pelo Supremo Tribunal Federal.
Em dois anos, os repasses do Banco do Brasil às cinco agências de
publicidade com quem mantinha contrato superaram R$ 400 milhões - uma
delas era a DNA Propaganda, de Valério. Ou seja, segundo o empresário
disse à Procuradoria-Geral da República em setembro, os desvios que
abasteceram o mensalão podem ter sido bem maiores do que os que levaram o
Supremo Tribunal Federal a condenar Valério e o ex-diretor do Banco do
Brasil Henrique Pizzolato.
Segundo os ministros da Corte, R$ 2,9 milhões foram desviados do
contrato da DNA com o Banco do Brasil para o mensalão. Outros R$ 74
milhões foram desviados do contrato da DNA com o Fundo Visanet, do qual a
instituição financeira pública fazia parte.
Contexto. O Estado revelou nesta terça-feira, 11, que, neste mesmo depoimento de três horas e meia,
dado à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora da
República Raquel Branquinho, o empresário mineiro afirmou que dinheiro
do esquema que pagou parlamentares do Congresso Nacional entre 2003 e
2005 também serviu para bancar “despesas pessoais” do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. O dinheiro foi depositado, disse Valério, na
conta de uma empresa de Freud Godoy, que foi assessor pessoal de Lula.
O empresário mineiro afirmou ainda, entre uma série de novas
acusações, que o ex-presidente deu “ok” para os empréstimos com os
bancos BMG e Rural que viriam a irrigar o mensalão.
Na ocasião do depoimento, o empresário mineiro, além de fazer novas
revelações, afirmou que ainda tinha mais a dizer sobre o caso. Queria,
em troca, proteção e redução da sua pena - ele viria a ser condenado a
mais de 40 anos pelo Supremo por sua participação no mensalão; Valério
responde ainda a outros processos, como o do mensalão mineiro, no qual
políticos são acusados de desviar dinheiro público do governo de Minas
Gerais a fim de abastecer, no ano de 1998, a campanha à reeleição do
então governador tucano Eduardo Azeredo, ex-presidente nacional do PSDB e
hoje deputado federal.
Segundo Valério disse no depoimento, o suposto esquema de desvio de
dinheiro público que teria de ir para a publicidade foi criado por
Pizzolato e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil,
que integra a estrutura do Banco do Brasil.
O ex-diretor do Banco do Brasil negou nesta terça-feira que tenha
cobrado “pedágio” das agências de publicidade. Guimarães não foi
localizado pela reportagem. Leia MAIS
quarta-feira, dezembro 12, 2012
BANCO DO BRASIL ARRECADAVA 'PEDÁGIO' PARA O PT, AFIRMA MARCOS VALÉRIO.
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