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quarta-feira, setembro 11, 2013

ARTIGO: Vem mais roubalheira por aí.

Por Nilson Borges Filho (*)
Para aqueles que acompanham as manchetes policiais - desde sempre - não foi surpresa alguma a operação Esopo, desencadeada pela Polícia Federal, atingindo um bom número de fornicadores do dinheiro público. A sede da malandragem dava-se ao lado do gabinete do ministro do Trabalho, espaço ocupado pelo segundo na hierarquia da Pasta. Paulo Roberto Pinto, homem de confiança de Carlos Lupi, presidente do PDT,  é como se chama o rapaz que nas horas vagas distribuía facilidades para uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), cujo operador, Deivson Oliveira Vidal, usava e abusava de recursos públicos que abasteciam o seu caixa.
Vale lembrar que a lambança não se resume ao ministério do Trabalho. Outros ministérios participaram do esquema fraudulento. Posando de empresário às custas de dinheiro que deveria chegar à população pobre, principalmente aos jovens que buscavam capacitação profissional, Vidal transformou-se, de uma hora para outra, em um homem milionário.

Dois anos atrás surgiram denúncias de enriquecimento ilícito do rapaz, que se gabava de gastar na noite mais de 3 mil reais. Esbanjador com o dinheiro fácil, Vidal era chamado pelos amigos de “prefeito”. Caipira na forma e cafona no conteúdo, usava roupas chamativas, relógios de ouro e de marca, deslocava-se no chão a bordo de carros caríssimos e importados, no ar desfrutava de aeronaves particulares.
Festeiro - como todo jovem endinheirado – Vidal recebia seus convivas em sua mansão em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. A tramoia descoberta pela polícia atingiu um número bem expressivo de meliantes, sendo que alguns deles já estão pegando cadeia.
Nessa operação não saíram bem na foto, a Federação das Indústrias de Minas Gerais, enrolada nas falcatruas por um de seus superintendentes, e o governo estadual, cujo IDENE – Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais, por seu representante legal, participava do esquema. Estima-se que a roubalheira chegou próxima de 400 milhões, recursos que deveriam ser utilizados em programas de cunho social.
Do montante, uma parte ficou para os atores do trambique e outra parte distribuída para políticos e empresários que participavam de licitações. Entre os presos coercitivos chama a atenção uma figura carimbadíssima do mensalão: Simone Vasconcelos, ré condenada em regime fechado pelo STF e braço direito de Marcos Valério. Simone, a mensaleira, mantinha como de sua propriedade uma locadora que faturou, aproximadamente, 400 mil reais prestando serviços à FIEMG, mas quem pagava a conta era a OSCIP do empresário Deivson Vidal.
A FIEMG já esteve envolvida em pagamento de palestras piratas do ministro Fernando Pimentel. Até hoje não se sabe onde foram parar os 2 milhões recebidos por Pimentel da FIEMG. Detalhe importante: a empresa da madame Simone tinha apenas um micro-ônibus para locar. Na casa dessa senhora foram encontrados pela Polícia Federal  130 mil reais em espécie. Diz aí: quem, em tempos de inflação alta, guardaria essa espantosa  quantia no colchão?
Analistas bem situados afirmam que a operação Esopo é apenas a ponta do iceberg, uma vez que o operador do sistema de apropriação de dinheiro público circulava com desenvoltura entre empresários e políticos.
Acredita-se que desse imbróglio pode sair material com forte odor de malandragem e que poderá afetar candidaturas já postas para o pleito de 2014. Estafetas de candidatos já estão a postos para avaliar o estrago que o escândalo poderá provocar em 2014. Como no Brasil roubalheira pouca é bobagem, a polícia do Distrito Federal descobriu que gente plantada pelo PT na Fundação Banco do Brasil arrebentou os cofres da instituição em proveito de ONGs ligadas ao partido do governo. Dois dirigentes da FBB foram demitidos, mas o rastro de mal cheiro alastrou-se pelo ministério da Fazenda, que na prática é responsável pelas nomeações de dirigentes da Fundação Banco do Brasil.
(*) Nilson borges Filho é mestre e doutor em Direito e articulista colaborador deste blog.

2 comentários:

HD disse...

Eu acredito que o "grand-finale" desse processo será no dia 10 de julho do ano que vem, o dia da Pizza. Quem sabe teremos uma grande celebração entre os Pizaiollos de SP e os Pizaiollos de Brasilia!!!

Anônimo disse...

Nesse Governo cada enxadada uma minhoca.