Juiz Sérgio Moro, que preside o inquérito do petrolão (Foto: revista Veja. |
Dois egressos da grande mídia, Diogo Mainardi e Mario Sabino. O primeiro, ex-articulista da revista Veja; o segundo ex-chefe de redação também de Veja, e isto não é coincidência, haja vista que a revista Veja se tornou o único veículo da grande imprensa brasileira que faz jornalismo de verdade. O resto gosta de ouvir advogados de criminosos nas antessalas dos tribunais. Não que eles não devam ser ouvidos. Mas não só eles, mormente quando, no caso, preside o inquérito do petrolão, a maior roubalheira da história do Brasil, o Juiz Federal Sérgio Moro.
Diogo Mainardi e Mario Sabino dirigem, editam e escrevem o site jornalístico O Antagonista. Já me referi em outra oportunidade a eles aqui no blog. Pela notoriedade e competência de Mainardi e Sabino, O Antagonista já nasce grande e pode ser considerado um veículo da grande mídia. Em menos de um mês disponível na internet já é um sucesso.
Econômico nos textos e oferecendo a possibilidade de leitura rápida e agradável, O Antagonista diz tudo o que nenhum escrevinhador e/ou falador postado em jornalões e grandes redes de televisão diz. Não que não saibam. Não dizem porque há muito tempo já são penas alugadas de Lula e seus sequazes. Alguns em troca de caraminguás oficiais, outros porque cumprem missão do Foro de São Paulo nas redações. E é bom que se diga, até mesmo na redação da revista Veja esses infelizes estão infiltrados. Se revelam naqueles textos e reportagens onde são introduzidos os conceitos da ideologia do pensamento politicamente correto, quando fatos são relativizados.
Por tudo isso, O Antagonista surge como um oásis no meio desse deserto de inteligência. Por isso mesmo é que há algum tempo, conforme podem notar os leitores, me recuso a transcrever qualquer reportagem, artigos, notas e editorais de coisas como Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo e similares ou oferecer links endereçando os leitores a esses veículos de mídia.
Quando regressava à sede do blog ouvi no meu carro a rádio CBN passando a mão na cabeça de Cerveró, ex-chefete na Petrobras. O noticiário reproduzia justamente entrevistas com os advogados do indigitado Cerveró envolvido no petrolão.
Como os antagonistas Mainardi e Sabino, este modesto blog também está enojado com esse lamaçal de roubalheiras e mentiras. E mais enojado ainda como os ditos “coleguinhas”, (como jornalista com mais de 40 anos de profissão, sempre deplorei esse dimininutivo “coleguinhas”) alguns velhos guerra e para os quais a história vivida não valeu nada, a provar que a velhice não traz nenhuma sabedoria a ninguém. Tanto é que a maioria desses (argh!) “coleguinhas”, continua com as quatro patas no chão. Se mentem desabusadamente para sugarem caraminguás estatais ou fazem isso por ideologia, tanto faz, estão fornecendo a prova de todas as minhas afirmativas.
Sobra então muito pouco ou quase nada da grande imprensa brasileira. A chegada de O Antagonista, a par da competência de seus editores, é digna de nota. Além disso também contribui para convalidar centenas de textos que já escrevi denunciando o desmantelamento do jornalismo brasileiro coisa que ficou escancarada depois que a bandalha do PT e seus acólitos, aí incluídos banqueiros e mega-empresários, se adonaram do Estado brasileiro.
E, como informei em parágrafo acima, enquanto a CBN, o sistema nacional de rádio da Rede Globo passava a mão na cabeça de Cerveró e suas moscas varejeiras esticavam os microfones em direção aos advogados do ex-chefete da Petrobras, O Antagonista publicava o seguinte texto que transcrevo a íntegra e assino embaixo. Diz tudo:
SÉRGIO MORO FALA NOS AUTOS... E COMO FALA!
Um juiz só deve falar nos autos: o bordão deveria ser seguido à risca, mas no Brasil só se seguem as linhas tortas. Sergio Moro, contudo, é exceção. Imperturbável, técnico, avesso ao histrionismo, ele é o exato contrário de Joaquim Barbosa, que perdeu a admiração de boa parte dos brasileiros com a mesma velocidade com que a ganhou.
À frente de um bravo pelotão da Justiça Federal do Paraná, Sergio Moro vem desenrolando o maior escândalo da história do Brasil, inclusive a futura, arriscaríamos dizer, com alguma esperança. Por isso mesmo, vem sendo bombardeado por advogados, no interior do Judiciário venal (O Antagonista sabe e um dia dará os nomes) e pela imprensa petista, tanto a comprada com o dinheiro público como a vendida à ideologia.
Um juiz só deve falar nos autos, e Sergio Moro o fez hoje, naquela que foi a declaração mais importante do dia. Depois de Dilma Rousseff, a ex-guerrilheira de esquerda, dizer de maneira atabalhoada e oblíqua que as empreiteiras envolvidas no escândalo precisam ser preservadas, o comandante da Operação Lava Jato lavou a nossa alma ao responder ao Supremo Tribunal de Justiça sobre a necessidade de manter presos os executivos da OAS. Extraímos dois momentos da fala de Sergio Moro, sempre nos autos:
a) "A falta de reação institucional diante de indícios da prática sistemática e duradoura de graves crimes contra a Administração Pública mina a confiança da sociedade na integridade da lei e da Justiça. Os problemas se avolumam e os custos para sua resolução se tornarão cada vez mais maiores."
b) "A única alternativa eficaz para afastar o risco à ordem pública seria suspender os atuais contratos da OAS com a Petrobras e com todas as outras entidades da Administração Pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos. Somente dessa forma, ficaria afastado o risco de repetição dos crimes. Entretanto, essa alternativa não é provavelmente desejada pelo acusado ou por sua empresa e teria, sem cautelas, impactos negativos para terceiros, como demais empregados e para aqueles dependentes ou beneficiados pelas obras públicas em andamento."
Sereno, irônico, direto, sem prosopopeias — assim é Sergio Moro. Do site O Antagonista
14 comentários:
Mais uma vez,parabenizo o juiz Sérgio Moro por seu altamente relevante para o país.O senhor não está nessa função por acaso,já que o acaso não existe.O senhor está cumprindo uma missão que foi determinada por Deus.Ele já está ao lado.
Vemos o Brasil como um bando de ladrões guiado por um crápula. Que fim nos aguarda?
Certamente algo penoso e pedagógico, com sofrimento distribuído a todos que ajudaram na construção destipaiz ridículo e atualmente desprezível. Não há inocentes nessa história sórdida.
Infelizmente, os fatos nos levam rumo à necessidade de sempre contarmos com "salvadores da pátria".
O juiz Moro personifica um personagem que faz o que é obrigação e, por isso, se sobressai no Brasil, num claro erro social.
E, a citação idiota contida no texto, sobre a eventual "... perda de credibilidade..." do Min. Joaquim Barbosa por falar fora dos autos, me parece carecer de veracidade pois, imaginem se ele tivesse se candidatado a QUALQUER CARGO POLÍTICO.
Ou seja, a imprensa realmente no Brasil está perdida, assim como boa parte das nossas instituições.
Aluízio, leia o artigo do Reinaldo Azevedo, publicado hoje, no seu site da Veja.com.
O cara mete o pau no Juiz Moro, detonando com um possível "erro" cometido pelo magistrado.
Realmente, algo está errado é na Veja.
É óbvio que qualquer punição incomoda o réu, o que lhe dá apenas o direito de recorrer dentro dos termos da lei. Todo o resto, como declarações estapafúrdias de uma abilolada, artigos tendenciosos de certos "coleguinhas" seus e declarações de advogados de réus publicadas ou veiculadas são meras tentativas de obter comoção popular. Porém os efeitos tem sido inversos, pois o nojo, o asco a tudo isso só tem aumentado. Parabéns aos Jornalistas Mainardi e Sabino, mas principalmente ao Juiz Federal Sérgio Moro, pelo estrito cumprimento do dever legal.
Sou assídua ao novo blog citado, mas acho que este aqui também é importante no seu estilo de historiar, correlacionar, refletir, embora com textos mais longos, cuja leitura demanda mais atenção!
Já que não acreditamos muito na Justiça do Brasil,vamos dar valor a quem trabalha,luta para que nós possamos ver pelo menos,uma luz no fim do túnel.Começou com Joaquim Barbosa no mensalão e essa vitória ninguém pode tirar dele.Agora vem outro juiz de tal magnitude que já está escrevendo sua história:Sérgio Moro e ponto final.
Como escreveu um comentarista anteriormente, também eu achei fora de propósito críticas ao Juiz Moro, por parte de Reinaldo Azevedo, da Veja.
Enquanto o país passeia perigosamente pelo abismo moral desenvolvido por uma gigantesca quadrilha composta por políticos desonestos disfarçados, as instituições nacionais hesitam em seus comportamentos, boquiabertos perante a audácia dos criminosos. Tal situação está sendo alvo de chacotas estrangeiras, das quais, no passado, o Brasil recebia os maiores elogios. Ainda há tempo...
E hoje, de novo, Reinaldo persegue o juiz Sergio Moro e acho que já sei o problema do RA, ele diz que o juiz está preocupado com holofotes mas pelos pitis que o rapaz da Veja anda tendo quando alguém se destaca mais que ele, só pode ser inveja dos holofotes...
Então façamo um abaixo assinado do Brasil inteiro pedindo o descredenciamento e a proibição destas rmpresas de continuarem a operar no PAÍS.
Caro Aluizio,
Conceito inicial sobre o site O Antagonista de Diogo Mainardi e Mario Sabino
1-O site tem como padrão ser um "twittão" da internet.
2-Os editores,ao optarem pela notícia resumida se aliam ao vácuo
jornalístico das verdades ocultas.
3-O uso e abuso de ironias não me agrada.A conjuntura nacional e mundial trágicas,não permitem isso.Ademais cinquentões se portando como garotos não passa credibilidade.
PS:Mainardi,usa de seu carisma como ferramenta máxima.É preciso mais.
4-O formato do site,é confuso.
O espaço dado aos comentários está
errado.O certo é fazer como ocorre na Tribuna (socialista) da Internet,onde na coluna da direita ficam as manchetes dos últimos post e comentários,onde a atualização é automática.
Há,também,nos comentários o botão "resposta",que promove o bom debate e troca de informações.
5-O foco editorial exclusivamente nos fatos nacionais sem a inclusão dos atores ocultos está equivocado.PS:Por exemplo: não é possível questionar e denunciar o petismo-comunismo sem incluir o projeto do Foro de S.Paulo.Não existem efeitos sem causas.
6-Para não destoar do padrão Mainardi,da impulsividade,o Antagonista foi fundado sem um projeto totalmente acabado.Não adianta pretender a conquista de anunciantes se não revelam o "o produto O Antagonista" na sua plenitude.
PS:O projeto total é determinante.
A sua execução pode ser feita por etapas.Mas sem suspresas editoriais.O que reforça a credibilidade do site.
7-A ausência dos bons debates,do complemento e valorização dos comentários é um tanto frustrante.
Resumo da ópera: O Antagonista tem muito que aprender com você Aluízio,de como fazer um jornalísmo investigativo e de competente questionamento e denúncia.
Mas seja bem-vindo O Antagonista.
Muito inteligente sua observação Carlo Germani. Abraço
Caro Luiz Roberto,
Grato pelo elogio.
Não se trata de ser inteligente,
mas de perceber que não há tempo a perder.
A conjuntura brasileira (e mundial) é trágica.
O Brasil poderia estar em outro nível político,econômico e social,se a grande massa da população tivesse um mínimo de acuidade moral,cultural e intelectual,e coragem para se indignar com o que está aí.
Mas a maior causa está na alienação (quase) generalizada da população.Finge que nada de errado está acontecendo e que nada mudará
(para pior) suas vidas.
Por isso,fiz os questionamentos
em O Antagonista.
PS:Para quem assistiu Diogo Mainardi desconstruir o farsante Eike Batista,percebe que ele tem inegável potencial e senso de avaliação para repetir esse procedimento em todos os eventos
que assolam este país e o mundo.
Abraço.
PS:O trabalho,por exemplo,que Aluízio Amorim,está fazendo de forma corajosa,onde a denúncia e o questionamento constantes são motivo de aplauso.Amorim é um ponto fora da curva neste deserto de jornalismo honesto e revelador.
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