TRANSLATE/TRADUTOR

quinta-feira, janeiro 29, 2015

FALTA DE REAÇÃO INSTITUCIONAL À ROUBALHEIRA DO PETROLÃO DETONA A CONFIANÇA DA SOCIEDADE NA INTEGRIDADE DA LEI E DA JUSTIÇA

Juiz Sérgio Moro, que preside o inquérito do petrolão (Foto: revista Veja.
Dois egressos da grande mídia, Diogo Mainardi e Mario Sabino. O primeiro, ex-articulista da revista Veja; o segundo ex-chefe de redação também de Veja, e isto não é coincidência, haja vista que a revista Veja se tornou o único veículo da grande imprensa brasileira que faz jornalismo de verdade. O resto gosta de ouvir advogados de criminosos nas antessalas dos tribunais. Não que eles não devam ser ouvidos. Mas não só eles, mormente quando, no caso, preside o inquérito do petrolão, a maior roubalheira da história do Brasil, o Juiz Federal Sérgio Moro.
Diogo Mainardi e Mario Sabino dirigem, editam e escrevem o site jornalístico O Antagonista. Já me referi em outra oportunidade a eles aqui no blog. Pela notoriedade e competência de Mainardi e Sabino, O Antagonista já nasce grande e pode ser considerado um veículo da grande mídia. Em menos de um mês disponível na internet já é um sucesso. 
Econômico nos textos e oferecendo a possibilidade de leitura rápida e agradável, O Antagonista diz tudo o que nenhum escrevinhador e/ou falador postado em jornalões e grandes redes de televisão diz. Não que não saibam. Não dizem porque há muito tempo já são penas alugadas de Lula e seus sequazes. Alguns em troca de caraminguás oficiais, outros porque cumprem missão do Foro de São Paulo nas redações. E é bom que se diga, até mesmo na redação da revista Veja esses infelizes estão infiltrados. Se revelam naqueles textos e reportagens onde são introduzidos os conceitos da ideologia do pensamento politicamente correto, quando fatos são relativizados.
Por tudo isso, O Antagonista surge como um oásis no meio desse deserto de inteligência. Por isso mesmo é que há algum tempo, conforme podem notar os leitores, me recuso a transcrever qualquer reportagem, artigos, notas e editorais de coisas como Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo e similares ou oferecer links endereçando os leitores a esses veículos de mídia. 
Quando regressava à sede do blog ouvi no meu carro a rádio CBN passando a mão na cabeça de Cerveró, ex-chefete na Petrobras. O noticiário reproduzia justamente entrevistas com os advogados do indigitado Cerveró envolvido no petrolão.
Como os antagonistas Mainardi e Sabino, este modesto blog também está enojado com esse lamaçal de roubalheiras e mentiras. E mais enojado ainda como os ditos “coleguinhas”, (como jornalista com mais de 40 anos de profissão, sempre deplorei esse dimininutivo “coleguinhas”) alguns velhos guerra e para os quais a história vivida não valeu nada, a provar que a velhice não traz nenhuma sabedoria a ninguém. Tanto é que a maioria desses (argh!) “coleguinhas”, continua com as quatro patas no chão. Se mentem desabusadamente para sugarem caraminguás estatais ou fazem isso por ideologia, tanto faz, estão fornecendo a prova de todas as minhas afirmativas.
Sobra então muito pouco ou quase nada da grande imprensa brasileira. A chegada de O Antagonista, a par da competência de seus editores, é digna de nota. Além disso também contribui para convalidar centenas de textos que já escrevi denunciando o desmantelamento do jornalismo brasileiro coisa que ficou escancarada depois que a bandalha do PT e seus acólitos, aí incluídos banqueiros e mega-empresários, se adonaram do Estado brasileiro.
E, como informei em parágrafo acima, enquanto a CBN, o sistema nacional de rádio da Rede Globo passava a mão na cabeça de Cerveró e suas moscas varejeiras esticavam os microfones em direção aos advogados do ex-chefete da Petrobras, O Antagonista publicava o seguinte texto que transcrevo a íntegra e assino embaixo. Diz tudo:
SÉRGIO MORO FALA NOS AUTOS... E COMO FALA!
Um juiz só deve falar nos autos: o bordão deveria ser seguido à risca, mas no Brasil só se seguem as linhas tortas. Sergio Moro, contudo, é exceção. Imperturbável, técnico, avesso ao histrionismo, ele é o exato contrário de Joaquim Barbosa, que perdeu a admiração de boa parte dos brasileiros com a mesma velocidade com que a ganhou.
À frente de um bravo pelotão da Justiça Federal do Paraná, Sergio Moro vem desenrolando o maior escândalo da história do Brasil, inclusive a futura, arriscaríamos dizer, com alguma esperança. Por isso mesmo, vem sendo bombardeado por advogados, no interior do Judiciário venal (O Antagonista sabe e um dia dará os nomes) e pela imprensa petista, tanto a comprada com o dinheiro público como a vendida à ideologia.
Um juiz só deve falar nos autos, e Sergio Moro o fez hoje, naquela que foi a declaração mais importante do dia. Depois de Dilma Rousseff, a ex-guerrilheira de esquerda, dizer de maneira atabalhoada e oblíqua que as empreiteiras envolvidas no escândalo precisam ser preservadas, o comandante da Operação Lava Jato lavou a nossa alma ao responder ao Supremo Tribunal de Justiça sobre a necessidade de manter presos os executivos da OAS. Extraímos dois momentos da fala de Sergio Moro, sempre nos autos: 
a) "A falta de reação institucional diante de indícios da prática sistemática e duradoura de graves crimes contra a Administração Pública mina a confiança da sociedade na integridade da lei e da Justiça. Os problemas se avolumam e os custos para sua resolução se tornarão cada vez mais maiores."
b)  "A única alternativa eficaz para afastar o risco à ordem pública seria suspender os atuais contratos da OAS com a Petrobras e com todas as outras entidades da Administração Pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos. Somente dessa forma, ficaria afastado o risco de repetição dos crimes. Entretanto, essa alternativa não é provavelmente desejada pelo acusado ou por sua empresa e teria, sem cautelas, impactos negativos para terceiros, como demais empregados e para aqueles dependentes ou beneficiados pelas obras públicas em andamento."
Sereno, irônico, direto, sem prosopopeias — assim é Sergio Moro. Do site O Antagonista

14 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma vez,parabenizo o juiz Sérgio Moro por seu altamente relevante para o país.O senhor não está nessa função por acaso,já que o acaso não existe.O senhor está cumprindo uma missão que foi determinada por Deus.Ele já está ao lado.

Anônimo disse...

Vemos o Brasil como um bando de ladrões guiado por um crápula. Que fim nos aguarda?
Certamente algo penoso e pedagógico, com sofrimento distribuído a todos que ajudaram na construção destipaiz ridículo e atualmente desprezível. Não há inocentes nessa história sórdida.

Pikana disse...

Infelizmente, os fatos nos levam rumo à necessidade de sempre contarmos com "salvadores da pátria".

O juiz Moro personifica um personagem que faz o que é obrigação e, por isso, se sobressai no Brasil, num claro erro social.
E, a citação idiota contida no texto, sobre a eventual "... perda de credibilidade..." do Min. Joaquim Barbosa por falar fora dos autos, me parece carecer de veracidade pois, imaginem se ele tivesse se candidatado a QUALQUER CARGO POLÍTICO.

Ou seja, a imprensa realmente no Brasil está perdida, assim como boa parte das nossas instituições.

Anônimo disse...

Aluízio, leia o artigo do Reinaldo Azevedo, publicado hoje, no seu site da Veja.com.
O cara mete o pau no Juiz Moro, detonando com um possível "erro" cometido pelo magistrado.
Realmente, algo está errado é na Veja.

Alexandre, The Great disse...

É óbvio que qualquer punição incomoda o réu, o que lhe dá apenas o direito de recorrer dentro dos termos da lei. Todo o resto, como declarações estapafúrdias de uma abilolada, artigos tendenciosos de certos "coleguinhas" seus e declarações de advogados de réus publicadas ou veiculadas são meras tentativas de obter comoção popular. Porém os efeitos tem sido inversos, pois o nojo, o asco a tudo isso só tem aumentado. Parabéns aos Jornalistas Mainardi e Sabino, mas principalmente ao Juiz Federal Sérgio Moro, pelo estrito cumprimento do dever legal.

Anônimo disse...

Sou assídua ao novo blog citado, mas acho que este aqui também é importante no seu estilo de historiar, correlacionar, refletir, embora com textos mais longos, cuja leitura demanda mais atenção!

Anônimo disse...

Já que não acreditamos muito na Justiça do Brasil,vamos dar valor a quem trabalha,luta para que nós possamos ver pelo menos,uma luz no fim do túnel.Começou com Joaquim Barbosa no mensalão e essa vitória ninguém pode tirar dele.Agora vem outro juiz de tal magnitude que já está escrevendo sua história:Sérgio Moro e ponto final.

Anônimo disse...

Como escreveu um comentarista anteriormente, também eu achei fora de propósito críticas ao Juiz Moro, por parte de Reinaldo Azevedo, da Veja.

Anônimo disse...

Enquanto o país passeia perigosamente pelo abismo moral desenvolvido por uma gigantesca quadrilha composta por políticos desonestos disfarçados, as instituições nacionais hesitam em seus comportamentos, boquiabertos perante a audácia dos criminosos. Tal situação está sendo alvo de chacotas estrangeiras, das quais, no passado, o Brasil recebia os maiores elogios. Ainda há tempo...

Luiz Roberto disse...

E hoje, de novo, Reinaldo persegue o juiz Sergio Moro e acho que já sei o problema do RA, ele diz que o juiz está preocupado com holofotes mas pelos pitis que o rapaz da Veja anda tendo quando alguém se destaca mais que ele, só pode ser inveja dos holofotes...

Anônimo disse...

Então façamo um abaixo assinado do Brasil inteiro pedindo o descredenciamento e a proibição destas rmpresas de continuarem a operar no PAÍS.

Carlo Germani disse...

Caro Aluizio,

Conceito inicial sobre o site O Antagonista de Diogo Mainardi e Mario Sabino

1-O site tem como padrão ser um "twittão" da internet.

2-Os editores,ao optarem pela notícia resumida se aliam ao vácuo
jornalístico das verdades ocultas.

3-O uso e abuso de ironias não me agrada.A conjuntura nacional e mundial trágicas,não permitem isso.Ademais cinquentões se portando como garotos não passa credibilidade.

PS:Mainardi,usa de seu carisma como ferramenta máxima.É preciso mais.

4-O formato do site,é confuso.
O espaço dado aos comentários está
errado.O certo é fazer como ocorre na Tribuna (socialista) da Internet,onde na coluna da direita ficam as manchetes dos últimos post e comentários,onde a atualização é automática.
Há,também,nos comentários o botão "resposta",que promove o bom debate e troca de informações.

5-O foco editorial exclusivamente nos fatos nacionais sem a inclusão dos atores ocultos está equivocado.PS:Por exemplo: não é possível questionar e denunciar o petismo-comunismo sem incluir o projeto do Foro de S.Paulo.Não existem efeitos sem causas.

6-Para não destoar do padrão Mainardi,da impulsividade,o Antagonista foi fundado sem um projeto totalmente acabado.Não adianta pretender a conquista de anunciantes se não revelam o "o produto O Antagonista" na sua plenitude.

PS:O projeto total é determinante.
A sua execução pode ser feita por etapas.Mas sem suspresas editoriais.O que reforça a credibilidade do site.

7-A ausência dos bons debates,do complemento e valorização dos comentários é um tanto frustrante.


Resumo da ópera: O Antagonista tem muito que aprender com você Aluízio,de como fazer um jornalísmo investigativo e de competente questionamento e denúncia.

Mas seja bem-vindo O Antagonista.

Luiz Roberto disse...

Muito inteligente sua observação Carlo Germani. Abraço

Carlo Germani disse...

Caro Luiz Roberto,

Grato pelo elogio.

Não se trata de ser inteligente,
mas de perceber que não há tempo a perder.

A conjuntura brasileira (e mundial) é trágica.

O Brasil poderia estar em outro nível político,econômico e social,se a grande massa da população tivesse um mínimo de acuidade moral,cultural e intelectual,e coragem para se indignar com o que está aí.


Mas a maior causa está na alienação (quase) generalizada da população.Finge que nada de errado está acontecendo e que nada mudará
(para pior) suas vidas.

Por isso,fiz os questionamentos
em O Antagonista.

PS:Para quem assistiu Diogo Mainardi desconstruir o farsante Eike Batista,percebe que ele tem inegável potencial e senso de avaliação para repetir esse procedimento em todos os eventos
que assolam este país e o mundo.

Abraço.

PS:O trabalho,por exemplo,que Aluízio Amorim,está fazendo de forma corajosa,onde a denúncia e o questionamento constantes são motivo de aplauso.Amorim é um ponto fora da curva neste deserto de jornalismo honesto e revelador.