TRANSLATE/TRADUTOR

segunda-feira, outubro 05, 2009

UMA BOA RESENHA: JUDEUS SEM SABER.

Perseguidos na Europa pela Inquisição, centenas de judeus se exilaram na América no fim da Idade Média. Cinco séculos depois, descendentes tentam descobrir suas raízes. Este é o tema deste artigo do jornalista por Baudouin Eschapasse, que está no site da revista História Viva, na verdade uma resenha do livro o livro Marrane! (Marrano!), publicado pela editora francesa Hugo et Compagnie. Peguei a dica deste artigo no Twitter do site Pletz (link permanente na coluna ao lado). Leiam:

Eduardo Manet não esquece aquela noite de junho de 1943. O tempo estava bom em Havana. Ele e a mãe tinham ido ao cinema. Na volta para casa, o futuro escritor cubano ouviu a mãe explicar que ela havia nascido em uma família “marrana”. O menino não entendeu imediatamente o que aquilo queria dizer. “Creio que não ouvi direito... o ruído do mar, meus ouvidos zumbiam...”

A frase não fazia sentido para Manet. “Marrano” significa “porco” em espanhol. Confuso, ele perguntou: “Como assim? Você nasceu com os porcos?”. O adolescente, prestes a completar 13 anos, compreendeu na hora que acabara de ferir profundamente a mãe. Com uma expressão séria no rosto, ela explicou ao filho o sentido religioso do termo: “Chamamos de marranos os judeus sefarditas que foram obrigados a se converter à religião católica no fim do século XV. Eles não tinham escolha: era o exílio ou a conversão. Os que não quiseram abandonar a terra de seus ancestrais nem se converter ao catolicismo acabaram na fogueira”.

Sessenta anos depois, o escritor manteve gravado na memória esse dia em que descobriu o segredo de sua família. Ele era judeu sem o saber. Ou melhor, era um criptojudeu. Inspirado por essa revelação, decidiu pesquisar mais a fundo a história de seus antepassados. Em 2007, reuniu o resultado de seus estudos para escrever o livro Marrane! (Marrano!), publicado pela editora francesa Hugo et Compagnie. A obra não é apenas uma emocionante viagem à Cuba da juventude do autor, mas também um interessante relato sobre a trajetória de uma família marrana que se refugiou no Novo Mundo para fugir da Inquisição.

Em busca das origens, o autor se debruçou sobre sua árvore genealógica e retrocedeu no tempo até chegar a doña Asunción, judia sefardita que foi obrigada a dissimular sua religião na Espanha do século XV.

Naquela época, os judeus eram alvo de uma feroz perseguição religiosa na península Ibérica. O antissemitismo não era novo. As primeiras manifestações desse tipo de preconceito remontam à Antiguidade, mas só no fim do século XIV a intolerância assumiu a forma de grandes massacres de judeus, os chamados pogroms. A situação dos filhos de Israel só piorou quando, cem anos depois, a rainha Isabel de Castela, conhecida como “a Católica”, assinou vários decretos reais condenando severamente todos os hebreus que não abraçassem a fé cristã.
Legenda da gravura acima: Obra mostra cena de explusão de judeus da Espanha em 1492. Muitos deixaram o país, mas outros optaram por ficar e se converter ao catolicismo. (Xilogravura, Michaly von Zichy, 1880, posteriormente colorizada)
USE THE GOOGLE TRANSLATION TOOL IN THE SIDE COLUMN FOR ANY LANGUAGE
USAR HERRAMIENTA GOOGLE DE TRADUCCIÓN EM LA COLUMNA LATERAL PARA QUALQUIER IDIOMA

Um comentário:

Hugo disse...

Pogroms são perseguições aos judeus na Rússia.Na Espanha só foram queimados os judeus que foram desobertos comprovadamente praticando judaísmo depois de sua suposta abjuração e conversão-os chamados cristãos novos.E a Inquisição espanhola tinha forte viés estatal.Além do mais após lutar por longos 500 anos contra um inimigo terrível os islamitas de quem os hebreus quase sempre foram aliados os cristãos espanhóis tinham sobejas razões para desconfiar dos hebreus.O criptojudaísmo que floresceu na Espanha foi implacávelmente perseguido pelo Cardeal Cisneros e coincidência ou não na Espanha a pseudo-reforma protestante não teve nenhuma.Muitas heresias na Idade Média tinham raízes judaizantes refletindo com isso a má idéia que foi a conversão forçada dos filhos de Jacó.E finalmente a Igreja Católica jamais oficialmente sancionou os massacres feitos pelos populachos de diversos países contra os judeus especialmente na semana santa.